
O varão e a mulher são absolutamente iguais em dignidade, pois são pessoas, isto é, seres que se estão a realizar de modo livre, consciente, responsável e capazes de comunhão amorosa.
Apesar de terem a mesma dignidade, o homem e a mulher são seres profundamente distintos e diferenciados.
Ser diferente não significa ser superior ou inferior. As diferenças existentes entre os sexos estão talhadas para a complementaridade.
Na verdade, cada ser humano é único, mas talhado para a reciprocidade amorosa. A Humanidade é como um rosto com duas faces: masculino e feminino.
É nesta complementaridade harmoniosa que a Humanidade está a emergir como imagem de Deus.
Criando a mulher, Deus está a fazer emergir o amor em ondas de dom e ternura. Criando o varão, faz emergir o amor em ondas de bem-querer, coragem e firmeza.
A Face feminina confere ao amor o colorido da tolerância e do perdão. A face masculina, por seu lado, confere-lhe o critério dos valores que não se podem pôr em causa.
Criando a mulher, Deus demonstrou entender de ternura pelo modo como modelou modelou o coração maternal.
Criando o varão, demonstrou ser o Deus de uma Aliança assente na firmeza e na autoridade da Palavra.
Esta Humanidade, a emergir e a fluir como um rio com duas margens, tem como sentido esse Oceano Infinito da Comunhão amorosa da Santíssima Trindade.
Não fomos feitos para estar sós. Não vemos directamente o nosso rosto mas o dos outros, a fim de nos estruturarmos na dinâmica da comunhão e da reciprocidade amorosa.
Nesta construção tem um papel fundamental a nossa condição de seres sexuados. A pessoa que se fecha e nega esta dimensão básica da abertura ao outro estrutura-se como um parafuso enroscado sobre si mesmo.
Esta pessoa é incapaz de atingir a plenitude da Comunhão Universal do Reino de Deus cujo coração é a Trindade Divina.
Reduzida a si, a pessoa está em estado de perdição. O estado de inferno é exactamente a pessoa estar fechada a tudo e a todos sem ter alguém que lhe diga:
“Gosto de ti”. No estado de inferno, a pessoa não tem ninguém com quem fazer uma festa. A Divindade é pessoas em perfeita e total comunhão de amor; a Sua imagem e semelhança é constituída pela mulher e o homem, numa interacção de reciprocidade complementar.
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