quarta-feira, 9 de abril de 2008

MORTE DE JESUS E SALVAÇÃO-IV

IV-OS DISCÍPULOS E A REDENÇÃO

Temos de reconhecer que a fidelidade incondicional de Jesus foi a condição fundamental para acontecer a nossa salvação.

No evangelho de João, a morte de Jesus coincide com a Sua hora que é o momento de Jesus entrar na intimidade do Pai e nos comum içar o dom do Espírito (Jo 7, 34, 36; 8, 21-22; 13,33; 13, 36; 14, 2-4).

É nesse momento que Jesus nos dá a Água viva que faz jorrar a Água Viva, isto é, o Espírito Santo no nosso coração.

No evangelho de São João, Jesus diz que é preciso ele entrar na intimidade do Pai, a fim de nos enviar o Espírito Santo (J0 7, 37-39; 16, 7-8).

Na Carta aos Romanos, São Paulo afirma que todos os que se deixam conduzir pelo Espírito Santo são incorporados na Família de Deus:

Filhos e herdeiros de Deus Pai e irmãos e co-herdeiros com Cristo (Rm 8, 14-17). Noutra passagem desta Carta ele afirma que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).

É com o Espírito Santo que acontece a acção divinizante do Espírito Santo na marcha da histórica da Humanidade:

Pela Encarnação, o divino enxertou-se no humano no coração de Jesus. Este enxerto era a condição indispensável para sermos divinizados.

No momento da sua morte e ressurreição, Jesus entra nas coordenadas da universalidade, tornando-se presente a todos a partir de dentro.

Nesse momento, a sua condição humano-divina passa a circular em todos nós, graças ao dom do Espírito Santo que se torna o sangue de Cristo a circular no coração da Nova Humanidade.

Por outras palavras, com a sua morte e ressurreição Jesus tornou-se o medianeiro universal da salvação.

Ele é, diz a Primeira Carta a Timóteo, o único medianeiro entre Deus e o Homem (1Tm 2, 5).
Em si mesmo, Jesus Cristo é o ponto de encontro de Deus com o Homem.

É a partir deste ponto de encontro que se difunda e dinâmica da divinização para toda a Humanidade.

Podemos dizer que com a ressurreição de Cristo o sangue de Deus passa a circular nas nossas veias.

Isto quer dizer que a morte de Jesus era condição essencial para a nossa plenitude, a qual consiste na comunhão orgânica com a Divindade.

Nos somos os ramos da videira que permanecem vivos na medida em que estão unidos à cepa (Jo 15, 1-7).

Ninguém pode ir ao Pai, diz Jesus, senão por mim (Jo 14, 6). Podemos concluir dizendo que Deus Pai não precisava da morte violenta de Jesus para perdoar aos homens.

Como sabemos, Deus é três pessoas em total sintonia e comunhão. O que Deus Pai sente por nós, também o sentem o Filho e o Espírito Santo.

Jesus exprimiu isto de modo muito bonito no evangelho de São João quando afirmou: “Quem me vê, vê o Pai” (Jo 14, 9).

Esta expressão significa que ao vermos o amor incondicional de Jesus pela Humanidade vemos o amor incondicional de Deus Pai por todos nós.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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