sábado, 5 de abril de 2008

A EMERGÊNCIA DO HOMEM DEFINITIVO-II

II-NÃO SOMOS A MEDIDA DOS OUTROS

Como sabemos, a opção pelo amor é a única opção verdadeiramente livre que a pessoa realiza. É por esta razão que ninguém é capaz de nos obrigar à amar.

O outro torna-se nosso próximo a partir do momento em que o elegemos como tal no íntimo do nosso coração.

Eleger o outro como próximo é bom para ele mas também é muito bom para nós. Na verdade, ao elegermos o outro como nosso próximo, isto é, como alvo do nosso bem-querer, o nosso coração dilata-se e, portanto, aumenta a nossa capacidade de participarmos na plenitude da Comunhão da Família de Deus.

Somo, realmente, seres talhados para a reciprocidade da comunhão.Sem o amor dos outros não somos capazes de gostarmos de nós nem somos capazes de resolver da melhor maneira as nossas dificuldades.

Pretender que os outros sejam à nossa medida ou que actuem de acordo com o nosso modo de ver é recusar-se a amar o irmão, deixando-o emergir na sua originalidade.

Pelo contrário, amar é facilitar a emergência espiritual do outro, a fim de se poder realizar de acordo com o melhor das suas possibilidades, as quais são diferentes das minhas, pois cada pessoa é única, original e irrepetível.

Por outras palavras, a pessoa que pretende colocar-se no lugar do outro e ser a medida dele, não o está a amar.

À medida em que se realiza, a pessoa emerge como novidade constante. Um dos aspectos fundamentais da dignidade do Homem em construção consiste em ser autor de si mesmo.

Quando um pessoa responde fielmente aos apelos do amor, a sua vida espiritual dilata-se na nossa interioridade, capacitando-nos para estabelecermos relações mais profundas e para podermos comungarmos mais plenamente com Deus e os outros.

Quanto mais vazia de amor for a vida de uma pessoa, mais pesada e difícil se torna.


Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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