terça-feira, 29 de abril de 2008

FIDELIDADE DE JESUS CRISTO E SALVAÇÃO-II

II-OS JUSTOS NO EXÍLIO DE BABILÓNIA

O acontecimento do exílio levou os pensadores do povo de Deus a buscar uma nova explicação para a questão do sofrimento, pois não há dúvida de que há justos que sofrem.

A saída encontrada pelo segundo Isaías é que o justo, por fazer um todo orgânico com o povo pecador, sofre com ele as perseguições e violências.

Segundo a reformulação do Segundo Isaías, o sofrimento do justo vai reverter em favor do povo pecador.

Como Deus não suporta o sofrimento do justo, Deus vai tomar partido em seu favor, libertando-o do exílio e, com ele vão ser também libertos os pecadores.

Graças ao facto de o povo fazer uma união orgânica, facilmente se passa do justo sofredor para o povo e do povo para o justo sofredor.

Como efeito, os pecadores fazem parte do povo e os justos também. Por esta razão o sofrimento do justo vai ser redentor para os pecadores:

“O meu servo terá êxito, pois será engrandecido e exaltado. Muitos povos ficaram espantados diante dele, ao verem o seu rosto desfigurado e o seu aspecto disforme.

Do mesmo modo, muitos povos e reis vão ficar espantados ao verem as coisas maravilhosas e inauditas que vão acontecer (a libertação da Babilónia) (…).

O servo cresceu diante do Senhor sem figura e sem beleza, como um rebento ou uma raiz em terra árida (o exílio).

Vimo-lo sem aspecto atraente. Desprezado e abandonado pelos homens, como homem das dores, habituado ao sofrimento, desprezado e desconsiderado, diante do qual se tapa o rosto.

Na verdade ele tomou sobre si as nossas doenças e carregou as nossas dores. Nós o reputávamos como um leproso ferido por Deus e humilhado.

Mas foi ferido por causa dos nossos pecados, Esmagado por causa das nossas iniquidades. O castigo caiu sobre ele, pois fomos curados nas suas chagas (Deus tomou partido em favor dele).

Andávamos desgarrados como ovelhas perdidas, cada qual seguindo o seu caminho. Mas o Senhor carregou sobre ele os nossos crimes (perdoando-nos por causa dele).

Foi maltratado. Humilhou-se e não abriu a boca, tal como o cordeiro que é levado ao matadouro ou a ovelha emudecida nas mãos do tosquiador.

Sem defesa nem justiça, levaram-no à força. Quem é que se preocupou com o seu destino?
Foi ferido por causa dos pecados do meu povo e suprimido da terra dos vivos.

Deram-lhe sepultura entre os ímpios (pagãos caldeus) e uma tumba entre malfeitores, apesar de não ter cometido qualquer crime nem praticado qualquer fraude.

Aprouve ao Senhor esmagá-lo com sofrimento (levando-o para o exílio), mas a sua vida tornou-se um sacrifício de reparação.

Terá uma posteridade duradoura e viverá longos dias. O desígnio do Senhor (a libertação do exílio) realizar-se-à por meio dele (…). O Justo justificará a muitos, pois carregou com os seus crimes.

Por esta razão terá uma multidão como herança (o povo resgatado do exílio). Receberá muita gente como despojos, pois entregou a sua vida à morte.

Foi contado entre os pecadores, pois tomou sobre si os pecados de muitos, sofrendo pelos culpados” (Is 52, 13-53,12).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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