sexta-feira, 30 de novembro de 2007

ANTES DE NOS CRIAR, DEUS AMOU-NOS-I



I-O BEIJO DA CRIAÇÃO

No princípio, Deus decidiu criar o Universo movido exclusivamente por um impulso de amor.

Criou as estrelas e os planetas, entre os quais a nossa terra
Da terra fez emergir a imensa variedade de plantas com as suas flores e frutos.

Criou as aves do céu, os animais domésticos, bem como os répteis e os animais selvagens.

Criou os oceanos, a fim de serem o berço da vida. Na verdade, o ventre dos oceanos está cheio de seres vivos, bons para alimentar a vida do Homem.

Mas era em nós que Deus estava pensando quando criou todas estas maravilhas.

A obra-prima de Deus, a menina dos seus olhos é a Humanidade!

Encantado com a sua obra, Deus olhou-nos com uma ternura infinita e deu-nos o beijo primordial graças ao qual o hálito da vida, isto é, o Espírito Santo, passa a habitar no nosso íntimo.

Todas as coisas que Deus criou têm sentido e razão de existir.

Com efeito, a Criação não é um brinquedo para Deus se divertir, mas um projecto em marcha cujo princípio dinamizador é o próprio amor do Deus Criador.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

ANTES DE NOS CRIAR, DEUS AMOU-NOS-II


II-O BEIJO DA SALVAÇÃO

Ao criar o Universo, Deus já estava pensando em nós. Quando chegou o momento de nos criar, as três pessoas divinas pararam para dialogar.

E foi assim que chegaram à seguinte conclusão: “Façamos o Homem à nossa imagem e semelhança” (Gn 1, 26).

Deus Filho, olhou para nós com a ternura própria de um irmão querido e ficou encantado.

O Espírito Santo com seu jeito maternal de amar disse a Deus Pai: segura-os nas palmas das tuas mãos, a fim de nenhum mal lhes acontecer.

Finalmente, Deus Pai deu-nos o beijo da plenitude (a Encarnação) enviando-nos o seu Filho.
Pelo mistério da Encarnação o divino enxertou-se no humano.

Como resultado deste beijo, os seres humanos são divinizados, isto é, incorporados na Família de Deus, mediante o Espírito Santo.

Com seu jeito maternal de amar, o Espírito Santo conduz-nos ao Pai que nos acolhe como filhos e ao Filho que nos acolhe como irmãos.

São Paulo diz que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).

Depois acrescenta que é por ele que nós somos introduzidos na família de Deus (Rm 8, 14-17).

No Universo existe a beleza e a harmonia, pois as realidades criadas por Deus são fruto das relações de amor da Santíssima Trindade.

Como são admiráveis as perfeições das flores, dos frutos, dos peixes, dos animais e das aves do Céu!

Como é bonito o azul do céu, o movimento do mar e o sorriso das crianças.

Como é saborosa a ternura dos pais e o carinho das pessoas que nos amam.

Todas estas perfeições existentes nas coisas criadas, existem em grau de perfeição infinita no criador de todas as coisas!

Na verdade, Deus criou-nos e amou-nos ainda antes de o podermos conhecer e amar!

Agora, através do Espírito Santo, Deus vai-nos chamando no dia a dia da nossa vida a amar os irmãos, a fim de sermos uns para os outros o prolongamento do amor de Deus.

É este o modo de Deus nos criar à sua imagem e semelhança, configurando-nos com o seu Filho Jesus Cristo.

Glória a Deus Santo que é Pai, Filho e Espírito Santo!
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

SABOREANDO O MISTÉRIO DO HOMEM-I


I-A HUMANIZAÇÃO COMO VOCAÇÃO

Senhor Deus!
Nós sabemos que os seres humanos não nascem humanizados.

Isto quer dizer que temos uma tarefa que não podemos realizar sem a Vossa ajuda.

Também sabemos que a pessoa humana não é capaz de amar se não for amada primeiro.

Eis a razão pela qual as nossas recusas de amor são sempre um pecado, pois empobrecem o processo da nossa humanização e bloqueiam a humanização dos nossos irmãos.

De facto, as recusas de amor dos outros para connosco bloqueiam as nossas possibilidades de amar.

Do mesmo modo, as nossas recusas de amor em relação aos outros limitam as suas possibilidades de amar.

Podemos dizer que o pecado é sempre uma recusa da pessoa a humanizar-se e facilitar a humanização dos outros através do amor.

As possibilidades de humanização de uma pessoa dependem sempre dos outros, pois começamos por ser o que os outros fizeram de nós.

Mas o mais importante não são os talentos que recebemos dos outros, mas sim a maneira como os realizamos.

Por outras palavras, a humanização de uma pessoa passa sempre pela sua fidelidade aos dons que vós lhe dais através dos outros.

Do mesmo modo, em relação ao mal, a pessoa começa por ser vítima do mal que a atinge a partir dos demais.
Eis a razão pela qual o leque das possibilidades ou talentos varia tanto de uma pessoa para outra.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

SABOREANDO O MISTÉRIO DO HOMEM-II


II-AS FORÇAS DO BEM E DO MAL EM NÓS

Face à realidade do pecado, portanto, as pessoas começam por ser vítimas e depois, à medida em que passam a dizer não às propostas do amor, passam a ser culpadas.

É mesmo verdade que começamos por ser o que os outros fizeram de nós, tanto no que se refere às possibilidades como aos condicionamentos.

Depois de recebermos o que nos foi dado, nós realizamo-nos ou não segundo a nossa fidelidade ao amor.

Isto quer dizer que o verdadeiramente decisivo é o modo como nos construímos a partir do que recebemos dos demais.

Jesus Cristo chamou talentos ao conjunto de possibilidades de que dispomos para nossa realização (Mt 25, 14-30).

A nossa vocação a ser humanos é um apelo a realizarmo-nos como pessoas através de relações o amor. Ser bom é uma tarefa que temos de realizar.

Além dos talentos que possuímos reconhecemos que as forças de bloqueio que habitam o nosso coração, são travões que tentam impedir o processo da nossa humanização.

Estas forças manifestam-se em atitudes negativas, tais como: orgulho, egoísmo, Ganância, insensibilidade ou indiferença face ao sofrimento dos irmãos.

Muitas vezes surgem também arrogância ou a fome de poder que pretende dominar os irmãos.

Senhor, Nosso Deus,
Vós sois o Único Deus Verdadeiro. Sois a fonte do todo o bem.

Capacitai-nos para agir em conformidade com a vossa vontade, a fim de não cairmos no mal.

Nós sabemos que a vossa vontade coincide rigorosamente com o que é melhor para nós.

Ajuda-nos, Espírito Santo, a fim de conduzirmos sempre a nossa vida de acordo com a Palavra de Deus.

Ilumina-nos, a fim sabermos discernir entre o bem e o mal.
Molda o nosso coração de acordo com o coração de Cristo, a fim de sermos capazes de nos preocupar com o bem dos irmãos.
Em comunhão convosco
Calmeiro Matias

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

DIÁLOGO COM O DEUS QUE SE REVELA-I


I-DEUS VAI-SE DIZENDO DE MODO GRADUAL

Deus Santo,
Hoje queria louvar-vos pela maneira bonita como vos dais a conhecer aos seres humanos.

Quem não tem coração capaz de comungar não vos pode conhecer, diz a Bíblia.

De facto, Vós não sois uma espécie de tabuada que devamos memorizar para depois repetir.

Vós dissestes a Moisés que estais sempre a ser de modo novo. Vós sois um Deus que nunca envelhece!

Recordo as palavras que dissestes a Moisés no alto da montanha quando no alto da Montanha lhe falaste a partir da sarça que ardia sem se consumir: “Eu Sou Aquele que Sou”, dissestes Vós a Moisés (Ex 3, 14).

Moisés tirou a conclusão de que sendo Vós um "EU SOU", sois um Deus sempre a ser uma novidade constante.

Como não sois um Deus estático podeis acompanhar o vosso povo na caminhada do deserto.

Isto quer dizer que vós sois um Deus se só existe no presente.

Na verdade, vós sois uma emergência permanente de três pessoas de perfeição infinita em total convergência de comunhão amorosa. Nunca fostes um Deus no passado!

Por serdes um Deus de perfeição infinita, não vos revelastes de uma só vez.

Na verdade, o Homem não podia entender-vos de uma só vez.

Por isso o mistério da Santíssima Trindade só foi revelado na plenitude da Revelação.

Primeiro revelastes a vossa natureza de Deus único, dizendo aos profetas que, além de Vós, não há mais nenhum Deus.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

DIÁLOGO COM O DEUS QUE SE REVELA-II


II-SÓ PELO AMOR PODEMOS CONHECER DEUS

Depois de vos terdes revelado como único Deus, já havia condições para o Homem entender o passo seguinte.

Foi então que Jesus nos ensinou que existe um só Deus, mas que este Deus não é um sujeito sozinho.

O vosso coração é comunitário. A plenitude divina é uma comunhão amorosa de três pessoas.

Na verdade, não pode haver vida pessoal em plenitude fora de uma comunhão orgânica e dinâmica.

A nossa fé diz-nos que a Divindade é três pessoas em relações de amor. Deste modo nós sabemos que Deus não é um sujeito em solidão, mas uma família em comunhão.

Trindade Santa,
Nós fomos criados à vossa imagem e semelhança! Eis a razão pela qual a solidão nos asfixia.

Olhando a realidade de Deus por este prisma compreendemos o que a bíblia quer dizer quando afirma que Deus é Amor (1 Jo 4, 7).

Por serdes pessoas em relações, o conhecimento de Deus não é uma questão teórica. Só pode conhecer a Deus quem ama os irmãos, diz a Primeira Carta de São João (1 Jo 4, 7-8).

Sucede o mesmo para acontecer conhecimento profundo entre as pessoas humanas.

É por esta razão que o conhecimento dos esposos não resulta de uma mera actividade mental, mas sim de uma cadeia de relações sérias de amor.

Glória a Vós, Trindade Santa, que sois Pai, Filho e Espírito Santo!
Em comunhão Convosco
Calmeiro Matias

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

A ARTE DE EDIFICAR O AMOR-I


I-O AMOR CONCRETIZA-SE EM ATITUDES

O Amor é uma dinâmica relacional de bem-querer que tem como origem a pessoa e como meta a comunhão.

Por outras palavras, o amor não é uma teoria mas uma dinâmica relacional que se torna real em atitudes concretas.

Apesar de nunca se impor, o amor propõe-se e insinua-se, convidando a pessoa a eleger o outro como alvo de bem-querer.

Em primeiro lugar o amor convida-nos a aceitar o outro tal como ele é e a agir de modo a facilitar a sua realização e felicidade.

Eis algumas propostas importantes que o amor faz às pessoas que o tomam a sério:

Convida a pessoa a estar presente junto do outro nas horas difíceis.

Edifica na cooperação solidária e não na concorrência.
Tudo faz para que o outro goste de si, valorizando as suas realizações e empenhamentos.

O amor ajuda o outro a superar a solidão e a suportar os fardos com que a vida, por vezes, nos carrega.

O amor sente alegria de ver o outro a crescer como pessoa realizada, amadurecida e feliz.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

A ARTE DE EDIFICAR O AMOR-II


II-O ENSINAMENTO DE JESUS SOBRE O AMOR

O amor gosta de dar oportunidades ao outro, ajudando-o a crescer como pessoa livre, consciente e responsável.

O amor nunca substitui o outro, mas cultiva a arte de ajudar sem se sobrepor.

O amor insinua atitudes e gestos com sabor a doação e disponibilidade.

Por outras palavras, sugere a eleição do outro pelo que ele é e não por fazer aquilo que nós queremos.

A pessoa que se deixa interpelar pelas sugestões profundas do amor compreende perfeitamente o ensinamento de Jesus que diz que é melhor dar que receber.

O amor procura ajudar o outro a descobrir sentidos para viver de modo construtivo e empenhado, condições para se sentir válido e feliz.

Amar é ser capaz de ficar calado quando se está magoado, esperando a oportunidade certa para dialogar serenamente.

O amor convida-nos a acreditar no outro e não pretendermos que a nossa opinião é a única certa e válida.

Amar é estar atento, sabendo escolher como tema de conversa e passatempo assuntos que têm interesse para o outro.

É também saber calar-se quando nos damos conta que a conversa está a cansar.

Amar implica saber olhar as qualidades do outro e não girar obsessivamente em volta dos seus defeitos.

O amor convida a partilhar não apenas o que a pessoa tem, mas também e sobretudo aquilo que ela é.

O amor sabe que a disponibilidade para escutar e acolher é mais importante do que os presentes.

Amar é acolher as diferenças, a fim de o outro ser tal como é, e não pretender que ele seja uma cópia de mim.

Ama mais e melhor quem dá o primeiro passo na linha da reconciliação. Foi assim que Deus agiu para connosco em Jesus Cristo.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

A ARTE DE EDIFICAR O AMOR-III

III-JESUS LEVOU O AMOR À PLENITUDE

Jesus levou o amor até à sua expressão máxima: “Dar a vida pelo amigo”.

Eis o que ele nos diz no evangelho de São João: “É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei.
Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos” (Jo 15, 12-13).

O amor á rocha firma para edificarmos a casa da nossa realização pessoal em contexto de comunhão amorosa.

Podemos dizer que o amor é a veste indispensável para participarmos no banquete da vida, tanto Na vida presente como na plenitude do Reino de Deus.

As pessoas que vivem em contexto de reciprocidade amorosa sentem-se estimadas, valorizadas e, portanto, capacitadas para render o melhor dos seus talentos.

Na reciprocidade amorosa há lugar para a diferença, pois cada pessoa se sente chamada a realizar-se como ser único, original e irrepetível.


A pessoa que ama procura compreender os outros na sua realidade mais profunda, a fim de facilitar a sua realização e poder aceitá-la nas suas diferenças.

O amor convida a estar atento às crises de crescimento das pessoas com quem vivemos, a fim de os ajudar a superar essas crises e a entrar no novo limiar do seu crescimento pessoal.

O amor convida a cultivar relações que se desenvolvam numa linha de verdade e autenticidade.

Também convida a aceitar a história do outro, condição essencial para o compreender e aceitar assim como são.

O amor ajuda-nos a olhar os outros como um dom, pois são mediações que Deus nos dá para nos podermos realizar como pessoas.

O amor convida-nos a não pretendermos ser bons em tudo, aceitando que há aspectos em que os outros são melhores do que nós.

Para amar bem a pessoa do outro é importante apreciar a sua originalidade e diferença, deixando-a ser igual a si própria.

Os cristãos sabem que o Espírito Santo é uma pessoa cujo jeito de ser é animar e optimizar as relações de amor.

No dia a dia ele vai-nos recordando que amar é eleger o outro como alvo de bem-querer. Aceitando-o como é, apesar de ser diferente, e agir de modo a facilitar a sua realização e felicidade.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

terça-feira, 20 de novembro de 2007

O SEU NOME ERA JESUS DE NAZARÉ-I

I-A SUA PAIXÃO ERA A LIBERTAÇÃO DO HOMEM

Nasceu no meio de gente pobre e viveu a condição da gente simples da Galileia.

A sua grande paixão era conduzir a Humanidade para a comunhão da Família de Deus.

Contra o que era costume no seu meio, tratava Yahvé por Abba, isto é, Papá.

Ensinava as pessoas a falar com Deus como um filho fala com seu pai, dizendo: Pai-Nosso que estais no Céu.

Era corajoso e punha-se sempre do lado dos marginalizados e dos oprimidos pelos sistemas injustos.

Tomava partido pelos que não eram capazes de se defender, tornando-se a voz dos que não tinham força para defender os seus direitos.

Deixava mais felizes os que tinham a sorte de comunicar com ele em Profundidade.

Nunca ninguém ficou mais pobre pelo facto de o ter encontrado.

Defendia a partilha dos bens como caminho seguro para se chegar à abundância.

Se abrirmos o coração à fraternidade e seguirmos o caminho da partilha, ensinava ele, os bens da terra chegarão para todos e ainda vai sobrar.

Foi isto que ele quis ensinar com o milagre dos três pães e dos dois peixes partilhados, os quais chegaram para alimentar uma multidão.

Os três pães chegaram para todos e ainda sobraram vários cestos cheios de pedaços.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

O SEU NOME ERA JESUS DE NAZARÉ-II


II-OPUNHA-SE À MORTE DOS PECADORES

Sentia-se bem entre os simples e os que tinham um coração capaz de acolher os outros.

Apreciava muito a companhia dos pobres, pois estes têm uma grande capacidade de partilhar.

Jamais defendeu a marginalização dos pecadores, apesar de se opor sempre ao pecado.

Na verdade, o seu sonho era banir o pecado da História Humana, pois este é a fonte da violência e do ódio e das guerras que atormentam as sociedades e os povos.

Apesar de se opor ao pecado nunca defendeu a morte dos pecadores, como faziam os sacerdotes e os fariseus do seu tempo.

Foi esta a razão pela qual ele tomou partido pela mulher adúltera, apesar de ser contra o adultério.

A destruição do pecado, segundo a sua maneira de entender, acontece no íntimo do coração humano pela acção do Espírito Santo.

Na verdade, só o Espírito Santo é capaz de renovar os nossos corações, fazendo-nos passar do egoísmo para o amor fraterno.

Dirigindo-se aos sacerdotes e aos doutores da Lei, um dia disse-lhes que eles pretendiam dominar o povo simples impondo-lhes normas e preceitos que não passam de invenções humanas.

Os que o escutavam com atenção encontravam sempre razões novas para viver.

Não fazia publicidade dos seus gestos de generosidade, pois ele amava sem fazer alarde.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

O SEU NOME ERA JESUS DE NAZARÉ-III


III- ODIADO PELOS RICOS E PODEROSOS

Palavra de Deus era o grande amor da sua vida e exultava de alegria no Espírito Santo quando sentia que as pessoas compreendiam e acolhiam a sua mensagem.

Os detentores do poder e das riquezas não queriam que ele vivesse, pois a sua mensagem minava os sistemas caducos e as estruturas opressivas da sociedade em que vivia.

Como é costume nestes casos, os poderosos começaram a deturpar a sua mensagem e a verdade da Palavra de Deus, a fim de justificarem os seus planos para destruir a vida dos profetas.

O seu nome era Jesus de Nazaré. Denunciava o pecado, pois este mutila o Homem. Mas não sentia ódio pelos pecadores.

Foi por esta razão que no momento da sua morte, pediu a Deus que perdoasse o pecado dos seus assassinos.

Justificava o seu modo de actuar dizendo ser essa a vontade de Deus.

O meu alimento, dizia ele, é fazer a vontade do Pai que me enviou.

Numa noite fria e escura os seus inimigos invadiram a sua casa, deixando-a vazia.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

O SEU NOME ERA JESUS DE NAZARÉ-IV


IV-MAS DEUS DEU-LHE A VITÓRIA

Fizeram-no desaparecer da companhia dos que o amavam. Mas Deus tomou partido por ele, ressuscitando-o.

De facto, Deus não permite que as pessoas que gastam a vida pelas causas do amor, acabem no vazio do cemitério.

O amor não pode terminar na morte, pois Deus é amor. Teve a sorte dos profetas, isto é, foi morto pelos inimigos da verdade e do bem.

Apesar de morrer rodeado de inimigos o seu coração estava tranquilo, pois tinha a certeza de que Deus ia restaurar a sua vida.

Eis a razão pela qual ele passou a vida a fazer bem a toda a gente e a pregar que a meta da nossa vida é a comunhão universal da Família de Deus.

Ele tinha a certeza de que nenhum homem pode destruir o projecto de amor que Deus sonhou para a Humanidade.

Foi para conduzir a Humanidade para esta meta feliz que ele viveu e morreu.

No início da sua missão, o Espírito Santo consagrou-o, a fim de ele ter a força necessária para ser fiel até ao fim.

Eis a razão pela qual ele se sentia segura e tinha força para enfrentar as forças negativas que tentam desumanizar as pessoas e as sociedades.

Tinha a missão de inverter a dinâmica destrutiva do pecado de Adão.

Com a sua infidelidade ao plano de Deus, Adão colocou a Humanidade no caminho do fracasso.

Jesus de Nazaré, com a sua fidelidade incondicional à vontade de Deus, colocou-nos no caminho que leva a fraternidade universal e à nossa incorporação na festa da Família Divina.

Ele é o Novo Adão, pois coube-lhe a missão de libertar o Homem das distorções operadas pelo Antigo Adão.

Eis as palavras de São Paulo a este respeito: “Assim como pela falta de um só veio a condenação e a morte, assim também, pela vida justa de um só veio para todos a Graça que dá a vida” (Rm 5, 18).

Levou o amor até à sua densidade máxima, dando a sua vida por todos nós, a fim de fazer de nós irmãos seus e filhos do seu Pai do Céu.

O seu nome era Jesus de Nazaré. Ensinava as pessoas a amarem-se umas às outras, a fim de se realizarem e serem felizes.

Ensinou aos seus discípulos que a profundidade máxima do amor se atinge quando uma pessoa dá a vida por alguém.

Eis as palavras que ele usou para fazer do amor o seu único mandamento:

“É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos” (15, 12-13).

Ao morrer por nós, partilhou totalmente o seu ser, ao ponto de a sua vida se tornar um património comungável por todos os seres humanos.

Por outras palavras, como se deu totalmente, a sua vida deixou de ser apenas sua.

Eis a razão pela qual, ao ressuscitar, difundiu por todos o Espírito Santo, essa Água Viva que gera vida eterna no nosso íntimo.

Após a sua ressurreição ficámos organicamente unidos a ele.

Por isso ele nos transmite a semente da vida Nova, isto é, o Espírito Santo (1 Jo 3, 9)

Ele é, diz o evangelho de São João, a cepa da videira cujos ramos somos nós (Jo 15, 1-8)

Uma vez ressuscitado tornou-se o coração da Comunhão Universal que une de modo definitivo o Homem com Deus.

Os seus inimigos, pensaram destruir a sua morada e, deste modo, bani-lo do nosso meio.

Na verdade, forçaram a as portas da sua habitação terrena matando-o.

Mas Deus restaurou-o, fazendo dele a coluna que sustenta o edifício da Nova Humanidade.

Após a sua ressurreição ficou mais unido a nós do que antes, pois o ponto de encontro e comunhão com ele passou a ser o nosso coração.

Como um pão que se reparte para alimentar a vida dos outros, assim foi a sua vida.

Por isso nos deixou a Eucaristia, onde se dá a todos na linguagem do pão partilhado.

Como tomava Deus e o Homem a sério, reuniu as condições perfeitas para ser o nosso Salvador e o condutor da caminhada que conduz ao nascimento do Homem Novo.

Ele é, como diz São Paulo, a cabeça da Nova Criação reconciliada com Deus (2 Cor 5, 17-19).

Unidos a toda a Humanidade nós queremos proclamar o grande dom da salvação e a nossa entrada na Família de Deus graças à doação de Jesus Cristo!
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

A TERESA DESCOBRIU DEUS-I


I-A TERESA DESCOBRE O AMOR DE DEUS

Através do amor dos pais, a Teresa aprendeu a fazer uma experiência muito rica do amor de Deus.

Esta experiência foi amadurecendo através do amor dos seus pais e do modo como lhe falavam de Deus.

A catequese completou esta formação da Fé que começou na família.

Através do amor dos pais, a Teresa começou a entender como Deus a ama de modo incondicional.

Como sabemos, Deus é uma família de três pessoas. As pessoas divinas vivem como uma comunidade de amor infinito.

Eis a razão pela qual, só através de experiências ricas de amor podemos entender a realidade de Deus.

Eis o que diz a primeira carta de São João:
“Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, pois o amor vem de Deus. A pessoa que ama nasceu de Deus e chega ao conhecimento de Deus.
Aquele que não ama não chegou a conhecer Deus, pois Deus é amor” (1 Jo 4, 7-8).

Todos os dias os pais da Teresa lhe lembravam que Deus nos ama, apesar das nossas maldades e limitações.

Quando fazia algo de errado, costumavam dizer-lhe: “O que fizeste está errado e magoa-nos. Apesar disso, nós amamos-te. Além disso, nós sabemos que Deus te ama muito e te perdoa”.

Depois davam-lhe um beijinho e acolhiam-na. Estas experiências foram capacitando a Teresa para amar e aceitar os outros.

De facto, ninguém é capaz de amar antes de ter sido amado por alguém.

Os pais da Teresa ensinaram-na a falar com Deus tal como um filho ou uma filha fala com os pais.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

A TERESA DESCOBRIU DEUS-II


II-E A TERESA APRENDEU A CONHECER-SE

Os pais de Teresa também a ensinaram a fazer, no fim do dia, uma retrospectiva sobre o modo como decorreu o seu dia.

A Teresa falava a Deus das coisas boas que fizera, mas também dos erros que tinha cometido nesse dia.

Esta retrospectiva do seu dia não se destinava a criar sentimentos de culpa.

A Teresa sabia bem que Deus a amava, apesar dos seus defeitos e erros.

Através desta prática, a Teresa cresceu enormemente na capacidade de se conhecer e compreender.

Aprendeu a conhecer os seus defeitos e a maneira de os corrigir.
Também começou a tomar consciência das muitas possibilidades que tinha para fazer coisas boas.

Os pais ensinaram-lhe que todos os seres humanos têm um leque de possibilidades que podem utilizar para se realizarem como pessoas e ajudarem os outros a ser felizes.

Isto quer dizer que os seres humanos não nascem feitos. Nascemos para renascer através do Espírito Santo, diz o evangelho de São João (Jo 3, 3).

Foi assim que a Teresa aprendeu a falar com Deus como um amigo fala com o seu amigo.

Quando começou a fase da sua adolescência, os seus pais escreveram-lhe uma mensagem que a marcou para sempre.

Nessa mensagem os pais deram provas de grande confiança nela, o que lhe fez muito bem.

Eis a mensagem que os pais escreveram à Teresa: “Nós sabemos que estás a entrar numa fase muito especial do teu crescimento.

Sabemos que vais fazer coisas erradas e que vais falhar, mas queremos que saibas que gostamos muito de ti”.

Esta mensagem foi a razão principal que a levou a tentar fazer as coisas o melhor possível.

Hoje, a Teresa está convencida de que esta mensagem a impediu de cometer muitos erros e lhe deu força para não agir de modo errado.

Os pais são para as crianças o símbolo do próprio Deus. Eis a razão pela qual o amor dos pais é a primeira mediação para as crianças fazerem a experiência do amor de Deus.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

FACILITAR O NASCIMENTO DO HOMEM NOVO-I


I-A EMERGÊNCIA ESPIRITUAL DO HOMEM NOVO

Ao criar o Homem, Deus moldou-o de modo a que ele chegue a ser divino.

Pelo facto de nascer inacabada, a pessoa humana está chamada a realizar-se, completando em si a obra do Criador.

Como diz o evangelho de São João, nascemos para renascer:

“Quem não nascer da água e do Espírito não pode ver o Reino de Deus.
O que nasce da carne é carne e o que nasce do Espírito é espírito.
Não te espantes, pois, por eu te ter dito que tendes de nascer do Alto” (Jo 3, 5-7).

O Homem Novo não é apenas obra da natureza, pois supõe a intervenção de Deus na criação do Homem, isto é, esse sopro de Deus no barro primordial.

O núcleo fundamental do Homem Novo a emergir é a sua interioridade espiritual, a qual emerge como ser pessoal livre, consciente, responsável e capaz de comunhão amorosa.

Como diz o Livro do Génesis, o Homem Novo não pode nascer sem a presença activa e criadora do Espírito Santo no nosso íntimo.

Na verdade esta presença activa e criadora do Espírito Santo é o hálito que Deus insuflou no interior do barro primordial (Gn 2, 7).

A presença do Espírito Santo em nós optimiza as nossas capacidades de realização pessoal, capacitando-nos para tomar as atitudes certas, a fim de facilitarmos o nascimento do Homem Novo.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

FACILITAR O NASCIMENTO DO HOMEM NOVO-II


II-FACILITANDO A EMERGÊNCIA HOMEM NOVO

Apesar de a sua presença no nosso coração ser criadora e activa, o Espírito Santo não nos substitui.

Eis a razão pela qual estar atentos para tomar as atitudes certas para a nossa realização. Eis algumas dessas atitudes:

Para facilitarmos o nascimento do Homem Novo procuremos aceitar as pessoas pelo que elas são e não por fazerem o que eu gostaria que elas fizessem.

O Homem Novo evita girar de modo obsessivo à volta das coisas que o magoaram.

Para facilitarmos o nascimento do Homem Novo é importante não alimentar no nosso coração ressentimentos ou planos de vingança.

À medida em que nasce em nós o Homem Novo passamos a ser capazes de olhar as qualidades dos outros e valorizar o bem que eles fazem.

O Homem Novo alegra-se com o bem feito pelos outros.
Na verdade, o bem feito pelos outros não deixa de ser bem pelo simples facto de não ter sido feito por nós.

O Homem Novo abre o coração à presença e à acção do Espírito Santo em si, por isso age cada vez mais em harmonia com os critérios de Deus.

O Homem Novo sabe que ninguém é bom em tudo e, portanto, acolhe e valoriza as capacidades e talentos das outras pessoas.

O coração do Homem Novo é semelhante ao de Jesus, por isso é capaz de gestos de doação amorosa.

Eis a razão pela gosta de ajudar as pessoas de modo gratuito, evitando amarrá-las ou manipulá-las a troco de coisas ou favores.

O homem velho, pelo contrário, dá coisas para amarrar as pessoas, impedindo-as, assim, deste modo, de serem pessoas livres e, portanto, realizadas e felizes.

Como não é uma pessoa realizada, o homem velho tem sempre a tendência de bloquear o crescimento das outras pessoas.

A pessoa humana cresce na medida em que emerge de modo livre e, portanto, como alguém que se vai moldando como ser único, original e irrepetível.

Ao contrário do homem velho, o Homem Novo alegra-se de ver o outro crescer como pessoa amadurecida e feliz.

O Homem Novo não está sempre a exigir disponibilidade dos demais, mas procura estar disponível quando sente que os outros precisam de si.

O Homem Novo procura reconciliar-se com as pessoas, pois sabe que a reconciliação com o irmão é o caminho seguro para a comunhão com Deus.

O Homem Novo não está sempre a deitar para cima dos outros as culpas das próprias insatisfações e fracassos.

Sabendo que o ser humano é uma pessoa em construção, o Homem Novo procura ser fiel aos seus talentos, consciente de que estes são a matéria-prima de que dispomos para nos realizarmos.

O Homem Novo sabe cultivar a humildade. Ser humilde é ser verdadeiro.

A humildade é a capacidade de nos relacionarmos numa linha de verdade e sabermos situar-nos de modo correcto no convívio social.

A humildade não consiste em a pessoa se anular ou dizer que não presta para nada.

A pessoa humana é um ser criado à imagem de Deus, que é uma comunhão de três pessoas.

Por ser humilde, o Homem Novo sabe que para se realizar precisa dos outros.

A humildade não significa que a pessoa se deva anular, mas sim que aceita a sua condição de ser que precisa dos outros para se realizar e ser feliz.

O Homem Novo sabe que a pessoa que se fecha aos outros não se pode realizar nem possuir plenamente.

Também sabe que o ser humano não é capaz de se amar e valorizar antes de alguém o ter amado e valorizado, pois somos seres a emergir em interacção com os outros e talhados para a reciprocidade amorosa.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

FACILITAR O NASCIMENTO DO HOMEM NOVO-III


III-O HOMEM NOVO E O HOMEM VELHO

O Homem Novo sabe escutar. O homem velho, pelo contrário, tenta aturdir os outros com discursos sem força humanizante e incapacidade de dar atenção.

O homem velho só gosta de escutar a sua voz. Eis a razão pela qual não consegue sintonizar e comungar com os outros.

O homem velho passa os dias a julgar os outros e a falar mal deles. Procede assim por ser uma pessoa falhada e infeliz.
O Homem Novo gera justiça e fraternidade. O Homem Velho geras opressão e miséria.

O Homem Novo olha as pessoas com as lentes do amor e, por isso, é capaz de descobrir o bem que há nos outros.

Através da sua predisposição permanente para criticar os outros, o homem velho está a fugir de si e, com frequência, a projectar nos outros os seus próprios defeitos.

Ao ver os defeitos dos outros, o Homem Novo, como é sábio, analisa-se e tenta precaver-se, a fim de não enveredar pelos mesmos erros que vê à sua volta.

O Homem Novo conhece o ensinamento de Jesus segundo o qual, o nosso coração é uma fonte da qual podem brotar decisões e projecto para fazer o bem, mas também más intenções e planos contra o amor (Mt 15, 19).
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

FACILITAR O NASCIMENTO DO HOMEM NOVO-IV


IV-O CORAÇÃO DO HOMEM NOVO

Jesus convidou os discípulos a moldarem o coração de acordo com o seu coração quando lhes disse: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração” (Mt 11, 29).

O Homem Novo procura ser habitualmente amável e sereno nas relações com os outros, pois sabe que este modo de agir nos leva mais longe no caminho da nossa realização e felicidade.

Com efeito, a amabilidade desmonta muitas das agressividades com que as pessoas nos pretendem agredir.

O Homem Novo é capaz de se manter calmo nos momentos em que alguém está a ser brusco ou agressivo para consigo.

Com este procedimento, está a realizar a terceira bem-aventurança do evangelho de São Mateus que afirma: “Bem-aventurados os mansos porque possuirão a Terra” (Mt 5,5).

As pessoas que cultivam a amabilidade e a serenidade nos momentos de dificuldade e tensão ficam espantadas com a força vencedora destas atitudes.

A serenidade e amabilidade acabam por destruir as setas da agressividade com que os outros as queriam atingir.

Quando se engana, o Homem Novo reconhece o seu engano sem precisar de falsas justificações.

Tem o bom senso de reconhecer quando o outro tem razão, pois ninguém é infalível.

Esta atitude acaba por fazer que as outras pessoas o aceitem e sintam vontade de comunicar com ele.

O Homem Novo sabe dar a primazia, delicadeza que não passa despercebida para os outros e provoca resultados positivos na linha das relações fraternas.

O Homem Novo sabe reconhecer os momentos apropriados para falar e aqueles em que deve escutar.

Por ser uma pessoa sensata, o Homem Novo evita cair nas discussões fúteis e em argumentações de tipo fanático.

Tudo isto quer dizer que o Homem Novo não pode nascer sem que o egoísmo vá dando lugar ao amor no nosso coração.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

A JOANA CATIVADA-I


I-A JOANA CATIVADA POR DEUS

Certo dia o Pedro perguntou à Joana: “Qual é o segredo para estares todos os dias tão serena, alegre e feliz?

Nota-se que levas no teu íntimo uma força capaz de transportar o mundo sobre os teus ombros.
Por vezes começo a olhar para ti e tenho a sensação que levas no coração um manancial inesgotável de energias!

Exultas com as coisas boas que te acontecem e nunca te deixas abater pelas contrariedades e problemas.

Depois o Pedro continuou: Nunca te vi abatida. O sorriso irradia, não apenas dos teus lábios, mas também dos teus olhos e do teu íntimo!”

Com os olhos a brilhar de contentamento devido às palavras do Pedro, a Joana respondeu:
“Sinto dentro de mim a força da fé que está a crescer dentro de mim e que é a fonte dessa alegria de que falas! Esta fé é, na verdade, a fonte da alegria e da paz de coração!”

O Pedro perguntou: Mas em quem é que acreditas para estares habitada por essa força que te dá segurança e paz?

A Joana respondeu: No princípio, quando ainda não havia estrelas e o Universo não existia. Mesmo antes que a luz tivesse sido criada, já existia a vida plena e o amor infinitamente perfeito.

Antes de ter acontecido a explosão primordial que deu origem à génese do Universo, já existia uma Família constituída por três pessoas infinitamente perfeitas.

Esta comunhão familiar, continuou a Joana, é a fonte de todas as energias que existem no Universo, incluindo as energias espirituais que geram em nós a paz do coração, a alegria e a capacidade de amar.

Jesus revelou-nos o rosto comunitário de Deus, ensinando-nos a chamar Pai à primeira pessoa, Filho à segunda pessoa e Espírito Santo à terceira.

Podemos chamar Deus a esta comunhão familiar ou, então, Santíssima Trindade.
O mais maravilhoso de tudo isto, disse ainda a Joana, é sabermos que Deus habita no nosso coração, tornando-se em nós um manancial de Água Viva a jorrar Vida Eterna, dizia Jesus.

Este manancial de Água Vivia, diz o evangelho de São João, é o Espírito Santo.
Podes comunicar permanentemente com ele no teu íntimo, pois nunca está longe de ti.

Como o Espírito Santo é uma pessoa, podes falar com ele como um amigo fala com outro amigo. Além disso, nunca tenhas medo de o incomodar, pois ele está sempre disponível.

Podes comunicar com ele a qualquer hora e em qualquer lugar:
Quando viajas, ele acompanha-te. Quando sobes ao alto da montanha lá está contigo.

E se mergulhares nas profundidades do Oceano, lá se encontra também, pois nunca está longe.
Quando descobri esta disponibilidade incondicional do Espírito Santo, continuou a Joana, abri-lhe o coração e a felicidade invadiu-me.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

HISTÓRIA DA JOANA CATIVADA-II

II-A JOANA APÓSTOLA

Certo dia em que estava a falar com ele, senti que ele me segredava muito baixinho e com uma ternura infinita:

“Divulga-me. Fala de mim aos teus amigos, a fim de eles poderem experimentar a paz de coração e serem felizes como tu!

Se fizeres isto estás a ensinar aos teus companheiros e amigos o caminho seguro para a felicidade”.

Abre o teu coração a esta fonte de Água Viva, disse a Joana entusiasmada, e vais ver o que significa ser feliz!

Mas toma atenção porque vais sentir um desejo enorme de falar desta maravilha a toda a gente!
Quando ouvires a voz meiga do Espírito Santo compreenderás, como eu compreendi, o segredo desta alegria que me habita:

Depois a Joana concluiu dizendo algo de muito importante e verdadeiro:
“Sabes, Pedro, afinal a felicidade não é uma questão de ter muitas coisas.

Na verdade, o importante é ser feliz, não amontoar muitas riquezas.
Uma vez li um ensinamento de São Paulo na Carta aos Gálatas, que diz o seguinte:
Os frutos do Espírito Santo são: o amor, a alegria e a paz (Ga 5, 22).

Como é o amor maternal de Deus, o Espírito Santo ama-nos com uma ternura maternal infinita e capacita-nos para amar, pois ninguém é capaz de amar antes de ter sido amado.

Quando nos dispomos a acolher o Espírito Santo, dando-lhe atenção, tudo começa a ser diferente e muito mais bonito!

Outro fruto desta acção do Espírito Santo em nós é que começamos a ser capazes de amar aqueles que se cruzam connosco na vida.

A minha felicidade depende mais do Espírito Santo do que de mim, acrescentou a Joana.
Mas não nos podemos esquecer de que a felicidade, além de dom, é também uma tarefa, pois Deus não nos substitui.

Encontrar Deus é encontrar a possibilidade máxima da nossa realização e felicidade, pois a sua vontade a nosso respeito, coincide com o que é realmente melhor para mim.

Se comunicamos com o Espírito Santo no nosso íntimo, podemos ter a certeza de que ao sentirmos qualquer dificuldade, procuremos dialogar com ele e a solução começa a nascer na nossa mente e no nosso coração.

É verdade que Deus não nos substitui, mas ilumina e sugere caminhos adequados para vencermos os obstáculos que nos dificultam a vida.

Em comunhão Convosco
Calmeiro Matias




HISTÓRIA DA JOANA CATIVADA-III


III-A JOANA QUE TOMA DEUS A SÉRIO

Esta experiência da presença de Deus em nós ensinou-me que a felicidade é um edifício que assenta sobre os pilares da fé, da esperança e do amor a Deus e aos irmãos.

Esta experiência ensinou-me que Deus é fiel, acrescentou a Joana, pois nunca desilude aqueles que confiam nele.

Pedro, partilhei contigo a experiência mais bonita que me aconteceu, a qual está também ao teu alcance.

O mundo pensa que a felicidade habita fora das pessoas.
Muitos pensam que ela se encontra no poder, nas riquezas ou no domínio dos outros.

O Evangelho de Jesus diz que os critérios do mundo estão errados.
Recorda-te sempre desta verdade, disse a Joana: Não devemos permitir que a nossa felicidade dependa dos outros.

É verdade que não podemos ser felizes sem os outros. Mas nunca nos devemos esquecer que a felicidade está mais em dar do que em receber.

Nós não podemos ser felizes sem os demais, mas eles não são a fonte da nossa felicidade.
Jesus tinha razão quando ensinou aos discípulos que só Deus pode encher plenamente o nosso coração.

A história da Joana é um convite a saber olhar a vida com os critérios da fé cristã.
As pessoas que tomam Deus a sério nunca ficam desiludidas nem se sentem enganadas.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

SOMOS SERES FAMINTOS DE SENTIDOS-I


I-O PROCESSO DA HUMANIZAÇÃO

O animal gosta de brincar, mas não é capaz de celebrar, nem precisa de sentidos para viver.
Pelo facto de estar em realização histórica, a pessoa humana precisa de sentidos para viver e se construir.

Quando lhe faltam sentidos para viver, o ser humano entra em crise e pode mesmo pensar no suicídio.

Por estar a estruturar-se como ser histórico, a pessoa tem a capacidade de associar o passado com o presente e este com planos e sonhos de futuro.

Isto acontece assim porque a pessoa se sente a caminho de uma meta que se confirma em cada sucesso que vai concretizando ao longo da sua caminhada.

Por não ser uma pessoa em construção, o animal não tem esta consciência existencial, nem sente um apelo a actuar de acordo com os valores que são os apelos.

Na verdade, os valores são apelos dirigidos à pessoa para dar sentido à sua realização, construindo-se como ser consciente, livre e responsável.

Como ser em realização, a pessoa edifica-se de modo gradual, fazendo emergir a novidade dos seus possíveis de humanização.

Sempre que fazemos emergir o novo e o diferente, transcendemo-nos e tornamo-nos imagem de Deus.

Deste modo, sem deixarmos de ser os mesmos, vamos sendo de maneira sempre nova e diferente.

A pessoa humana tem fome de transcendência, pois sente-se interpelada a caminhar em direcção à sua plena realização.

Eis a razão pela qual o homem não pode deixar de se pôr o sentido da vida.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

SOMOS SERES FAMINTOS DE SENTIDOS-II

II- REALIZAÇÃO PESSOAL E SENTIDOS

Como não podemos viver sem sentidos, estamos constantemente a pormo-nos questões, interrogações e porquês, sobretudo nos momentos mais sérios e difíceis da nossa vida.

Quando uma pessoa perde os sentidos básicos da vida, deixa de ter razões para viver.
Assim como não se põe o sentido da vida, o animal também não tem consciência da sua morte.

A consciência da própria morte é um dos estímulos mais profundos que interpela a pessoa a colocar-se o sentido da vida.

Do mesmo modo, Deus não é uma questão secundária, para as pessoas que pretendem humanizar-se através de opções, escolhas, e projectos de realização pessoal.

É um facto que a consciência humana universal evoluiu no sentido de se colocar a questão religiosa.

Isto significa que a Humanidade, no seu todo, intuiu que não estamos a edificar para a morte.
Os cristãos vêem em Jesus Cristo a grande resposta para estas interrogações existenciais de carácter básico.

Na verdade, a ressurreição de Jesus ensinou aos homens que a morte não tem a última palavra no que se refere projecto Humano.

Pelo mistério da Encarnação, o divino enxertou-se no humano e nós passamos a ser membros da Família de Deus.

Ao dar o salto de qualidade para a vida espiritual o ser humano atingiu as condições necessárias para ser assumido e incorporado na comunhão familiar de Deus.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

terça-feira, 13 de novembro de 2007

A DINÂMICA HISTÓRICA DA DIVINIZAÇÃO



I- A FIDELIDADE INCONDICIONAL DE DEUS

Deus Santo,
Logo no momento de nos criardes pensastes em fazer de nós membros da vossa Família Divina.

Como o vosso amor é incondicional, nem o pecado do Homem anulou este vosso plano criador e salvador.

Na verdade, o vosso amor é infinitamente superior ao nosso pecado.

Jesus Cristo,
Foste um Homem incondicionalmente fiel à missão que recebeste de Deus.

A tua fidelidade, por ser incondicional, é maior que a infidelidade Humana.

Na verdade, a infidelidade humana é fruto da nossa fragilidade e não de uma opção incondicional.

Tu és, Jesus Cristo, a garantia de que a Nova e Eterna Aliança durará para toda a Eternidade, desta Aliança definitiva.

As alianças que precederam a Nova e Eterna Aliança foram passos para chegar a esta plenitude.

Pai Santo,
Graças a Jesus Cristo já somos teus filhos e herdeiros teus.
Foi esta a razão pela qual o teu Filho se fez nosso irmão.


Filho Eterno de Deus,
Como diz São Paulo, nós já somos co-herdeiros contigo (Rm 8,15-17).


Tu és desde toda a eternidade o Filho Único de Deus. Mas ao fazer-te nosso irmão pela Encarnação tornaste-te o primogénito de muitos irmãos (Rm 8, 29)~

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

A DINÂMICA HISTÓRICA DA DIVINIZAÇÃO-II


II- A DIVINIZAÇÃO COMO PLENITUDE HUMANA

Espírito Santo,
Tu és a ternura maternal de Deus a introduzir-nos na Família Divina.

Na verdade, os seres humanos são introduzidos na Família pela ternura maternal. A ternura paternal confere diferença e plenitude a esta introdução.

A Carta aos Gálatas diz que tu és a ternura divina que nos faz clamar Abba, Papá. Eis as suas palavras:

“Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho (…), A fim de recebermos a adopção de filhos.
E porque sois filhos, Deus enviou o Espírito de seu filho que clama: “Abba”, Ó Pai!
Deste modo já não és escravo, mas filho. E se és filho és também herdeiro, pela graça de Deus” (Ga 4, 4-7).

È por ti, diz a Carta aos Romanos, que nós somos incorporados na Família divina: “Todos os que são movidos pelo Espírito Santo são filhos de Deus” (Rm 8,14).

Tu és, na verdade, o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).

Com o teu jeito maternal de amar, tu nos conduzes à comunhão com o Pai que nos acolhe como filhos. Depois levas-nos a clamar “Abba”, papá (Rm 8,15).

És também tu que animas e fortaleces a nossa comunhão com o Filho de Deus, o qual nos acolhe amorosamente como irmãos.

É por ti, Espírito Santo, que nós temos a certeza de estar salvos.

Tu és, Espírito Santo, a graça de Deus, o grande dom de Cristo ressuscitado.

Espírito Santo,
Tu és o vínculo maternal de comunhão e o princípio animador de relações que nos une a Deus.

És tu que, através de Cristo, nos dinamiza e liga organicamente ao mistério da Santíssima Trindade.

Trindade Santa,
Vós sois um Deus que se dá de modo totalmente gratuito. Na verdade, ninguém vos merece, pois estais para lá de todo o mérito.

Nós te acolhemos, Senhor nosso Deus, no grande dom do Espírito Santo.

Ajuda-nos a amar os irmãos, a fim de atingirmos a Comunhão Universal da tua Família!

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

VIVER EM DEUS E COM DEUS

I-O DEUS QUE SE DÁ A TODOS

A nossa Fé diz-nos que Deus nunca está longe, pois vive no íntimo das pessoas e relaciona-se com elas de modo único e diferente.

Por outras palavras, Deus toma-nos a sério, por isso ama cada pessoa tal como ela é.

É como se Deus, para comunicar connosco, se tornasse à nossa medida. Foi por este motivo que o Filho de Deus encarnou.

Apesar de se relacionar de modo único com cada pessoa, Deus consegue dar-se de modo pleno a cada ser humano.

Na verdade, ninguém tem Deus só para si, apesar de cada pessoa o ter de modo diferente.

O amor é difusivo. Eis a razão pela qual Deus expande a sua ternura pelos biliões de pessoas que viveram, vivem e viverão ao longo dos milénios.

O Espírito Santo é o princípio difusivo do amor de Deus. São Paulo diz que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).

Quando vamos à praia, por exemplo, achamos natural que o sol seja para todos.

Na verdade, não é pelo facto de o Pedro se estar a bronzear que a Margarida fica privada do sol.

Esta difusão global do sol é um símbolo do amor de Deus a difundir-se para todos nós.

Mas ao contrário do sol que nos atinge a partir de fora, o Espírito Santo anima-nos e conduz-nos a partir de dentro.

Deus é a interioridade máxima de todas as coisas e por isso nos atinge a partir de dentro. A luz e o calor do sol, pelo contrário, chegam até nós, vindos de longe.

O Espírito Santo, pelo contrário, põe-nos em comunicação com o Pai e o Filho, fazendo que Deus seja o Deus connosco e nós sejamos incorporados na Família de Deus.

Com o seu jeito maternal de amar, o Espírito Santo conduz-nos a Deus Pai que nos acolhe como filhos e a Deus Filho que nos acolhe como irmãos.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

VIVER EM DEUS E COM DEUS -II

II-O NOSSO CORAÇÃO É UM TEMPLO DE DEUS

É no nosso íntimo que Deus se encontra connosco. Podemos dizer que o nosso coração é o ponto de encontro com Deus.

Precisamos do ar para respirar e viver. Graças a Deus que o ar está difundido por toda a terra.

O Espírito Santo também está em todos nós, pois precisamos de renascer por ele, como Jesus disse a Nicodemos (Jo 3, 3-6).

Os Actos dos Apóstolos dizem que Deus nunca está longe, pois nele vivemos, nos movemos e somos. Eis as suas palavras:

“O Deus que criou o mundo e tudo o que nele habita, é o Senhor do Céu e da Terra.

Ele não habita em santuários feitos pela mão do Homem, nem é servido por mãos humanas, como se precisasse de alguma coisa.

É ele que dá a vida, a respiração e tudo o mais. Criou a partir de Adão toda a Humanidade, a fim de ela habitar sobre a face da terra” (Act 17, 24-26).

Depois acrescenta: “É nele que vivemos, nos movemos e existimos, pois somos membros da sua Família.

Não devemos pensar que a Divindade é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra esculpida pela mão do homem” (Act 17, 28-29).

Estamos talhados para Deus, pois fomos criados à sua imagem e semelhança. Por isso só em Deus podemos encontrar a nossa plenitude.

Em Comunhão Convosco

Calmeiro Matias

SOMOS UMA NOVA CRIAÇÃO EM CRISTO


I- RECRIADOS EM CRISTO

“Se alguém está em Cristo é uma nova criação” (2 Cor 5, 17). Com a ressurreição de Jesus Cristo, a Humanidade deu um salto de qualidade, pois entrou na plenitude dos tempos.

Por outras palavras, com a ressurreição de Cristo começou a fase da divinização, mediante a introdução das pessoas humanas na comunhão do Família divina.

Apesar de não ter anulado o plano de Deus, o pecado criou muitos bloqueios e resistências.

Eis a razão pela qual a Encarnação teve de acontecer como redenção, isto é, recriação ou restauração do projecto humano.

Eis o que São Paulo: “Deus reconciliou consigo a Humanidade em Cristo, não levando mais em conta os pecados dos homens” (2 Cor 5, 18-19).

A fidelidade incondicional de Cristo venceu a infidelidade dos homens e pondo-nos em interacção orgânica com Deus mediante o dom do Espírito Santo (Rm 8, 14-17).

A Segunda Carta aos Coríntios diz que apesar de o homem exterior envelhecer e se degradar de modo progressivo, o homem interior vai-se robustecendo pela acção do Espírito Santo (2 Cor 4, 16).

Graças a Cristo ressuscitado, o nosso ser espiritual vai sendo glorificado e assumido na Família Divina com Jesus Cristo.

Este ser espiritual emerge no interior do nosso ser biológico como o pintainho emerge no interior do ovo. Com efeito, somos seres em processo de espiritualização.

Vista à luz da fé, a morte é um acontecimento semelhante ao rebentamento da casca do ovo, possibilitando o nascimento do pintainho.

Por ser pessoal e espiritual, o nosso interior vai emergindo como ser livre, consciente, responsável e capaz de amar.

As pessoas humanas não são iguais às pessoas divinas, mas são-lhe proporcionais. É por esta razão que já pode acontecer comunhão familiar entre a Humanidade e a Divindade.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias





SOMOS UMA NOVA CRIAÇÃO EM CRISTO - II


II-FORMAMOS UMA UNIÃO ORGÂNICA

São Paulo diz que a união orgânica que liga Cristo e a Humanidade é semelhante à união que existe entre a cabeça e os membros do mesmo corpo (1 cor 10, 17; 12, 27).

O princípio que anima esta união é o Espírito Santo: “Fomos baptizados num mesmo Espírito, a fim de formarmos um só Corpo” (1 Cor 12, 13).

No evangelho de São João, Jesus compara a união existente entre nós e ele à união que existe entre a cepa da videira e os seus ramos.

Depois acrescenta que a nossa vida será fecunda, na medida em que somos ramos unidos à cepa (Jo 15, 4-6).

É pelo Espírito Santo, diz São Paulo, que somos incorporados na Família Divina e clamamos “Abba”, isto é, Papá (Ga 4, 4-7; Rm 8, 14-16).

Adão, com o seu pecado, colocou a Humanidade no caminho do malogro e do fracasso. Cristo, com a sua fidelidade, reconduziu-nos para o caminho do encontro e da comunhão com Deus.

Ele é o Novo Adão com o qual nós ressuscitamos e somos assumidos em Deus: “Assim como todos morrem em Adão, assim também todos ressuscitam em Cristo, o Novo Adão” (Rm 5, 17).

Eis o que Jesus diz no Evangelho de São Mateus:
“A vontade de meu Pai é que nenhum destes pequeninos se perca” (Mt 18, 14).

Com Cristo ressuscitado, a Humanidade recupera as condições primordiais para ser divinizada mediante a incorporação na comunhão da Santíssima Trindade.

Mas não nos podemos esquecer que o plano de Deus é amor e que o amor propõe-se, mas nunca se impõe.

Na verdade, a Nova Criação é um dom que Deus nos faz em forma de possibilidades que podemos realizar ou não.

Isto quer dizer que Cristo é a cúpula do plano criador e salvador de Deus, pois é a Cabeça da Nova Criação (2 Cor 5, 17-18).

No princípio, o Filho Eterno de Deus foi, foi o grande protagonista da Criação, diz o evangelho de São João (Jo 1, 1-10).

Depois, pela Encarnação deu-nos o poder de nos tornarmos filhos de Deus, não pelos impulsos da carne ou pela vontade do homem, mas sim pela vontade de Deus (Jo 1, 12-14).

A História Humana atingiu a plenitude dos tempos, isto é, a fase dos acabamentos com a Encarnação e a Ressurreição de Cristo.

Graças à fidelidade de Jesus Cristo, a Criação está de novo inserida no plano que Deus tinha sonhado desde toda a eternidade (Mt11, 25).
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

SOMOS UMA NOVA CRIAÇÃO EM CRISTO - III


III-CRISTO É O ALICERCE E A CÚPULA

São Paulo diz que o mundo foi criado por Cristo e para Cristo (1 Cor 8, 6; Col 1, 15-20; Flp 2, 6-11).

É esta a razão pela qual Jesus Cristo é o medianeiro da comunhão entre Deus e o Homem (1 Tm 2, 5).

Ele é também o princípio e o fim da Criação como diz a Carta aos Colossenses (Col 1, 15-20).

Uma vez inseridos na Família de Deus, os seres humanos adquirem a sua plena igualdade e dignidade em Cristo.

Não importa a raça, a língua, o estatuto social ou a condição sexual das pessoas:

“Já não há diferença entre judeu ou grego, escravo ou livre. Já não há diferença entre homem ou mulher, pois todos formamos um em Jesus Cristo” (Ga 3, 28).

Na sua oração após a ceia pascal, Jesus diz: “Eu neles, tu em mim, Pai, a fim de eles serem perfeitos na unidade.

Deste modo o mundo conhecerá que me enviaste e os amaste a eles, tal como me amaste a mim” (Jo 17, 23).

É verdade que o pecado de Adão não anulou o plano amoroso de Deus a nosso respeito.

Mas a infidelidade do Homem cria bloqueios e oferece resistências à acção do Espírito Santo na História e no coração das pessoas.

Eis a razão pela qual a Encarnação do Filho de Deus teve de acontecer como redenção, isto é, como restauração e recriação do projecto humano, diz a Segunda Carta aos Coríntios:

“Deus reconciliou consigo a Humanidade em Cristo, não levando mais em conta os pecados dos homens” (2 Cor 5, 18-19).

A fidelidade plena e incondicional de Cristo venceu a infidelidade humana, dando origem à nossa reconciliação com Deus.

Adão conduziu-nos para o caminho da morte. Jesus Cristo reconduziu-nos para o caminho da vida eterna:

Assim como todos morrem em Adão, diz São Paulo, todos ressuscitam em Jesus Cristo, o Novo Adão (Rm 5, 17).

Em Jesus Cristo, Deus deu provas de que o seu amor por nós é, realmente, incondicional, pois não nos excluiu da sua comunhão familiar, apesar de sermos pecadores.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

domingo, 11 de novembro de 2007

DIZER O CÉU EM LINGUAGEM SIMPLES


I- O CÉU COMO COMUNHÃO UNIVERSAL

O Céu não é um lugar, mas a festa que acontece no íntimo das pessoas cujo coração está aberto à comunhão.

O Céu é a Comunhão Universal constituída pelas três pessoas divinas com as pessoas humanas que nos precederam, as que vivem hoje sobre a Terra e as que viverão depois de nós.

Por vezes, a bíblia utiliza o nome de Reino de Deus para significar esta festa da Família de Deus.
São Paulo diz que o Reino de Deus não é uma questão de comida ou bebida, mas sim de paz, justiça e alegria no Espírito Santo (Rm 14, 17).

Na Comunhão do Reino de Deus já não existe a angústia ou ansiedade.
Na verdade, as pessoas sentem-se seguras e em paz, pois ninguém deseja o mal do outro.

Também não há preocupações com necessidades de ordem material.
Ninguém se preocupa com a roupa que vai vestir ou os alimentos que vai comer.
No Céu o egoísmo e a inveja já não existem e por isso ninguém quer ser mais importante do que os outros.

Pelo contrário, a alegria das pessoas está em dar o melhor de si para que os outros sejam felizes. É por esta razão que ninguém é infeliz.

Na verdade, a felicidade, no Céu, está mais em dar do que em receber.
Como existe uma comunhão perfeita entre todas as pessoas, todos recebem na medida em que dão.

Já ninguém vive para amontoar nem pretende dominar os outros.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

DIZER O CÉU EM LINGUAGEM SIMPLES


II- O CÉU É A FESTA DA FAMILIA DE DEUS

O Céu é a Família de Deus da qual todos nós fazemos parte.
Foi por esta razão que Jesus nos disse para orarmos assim: “Pai nosso que estás no Céu, santificado seja o teu nome, venha a nós o teu Reino.

Faça-se a tua vontade, assim na Terra como no Céu” (Mt 6, 9-10).
No Céu, as pessoas humanas são membros da Família de Deus: filhos em relação a Deus Pai e irmãos em relação a Deus Filho.

O Espírito Santo é o laço maternal que une e dinamiza as relações da Família de Deus.
O jeito de ser do Espírito Santo é actuar como laço maternal de comunhão e princípio animador de relações de amor.

É esta razão pela qual São Paulo diz que todos os que se deixam conduzir pelo Espírito Santo são filhos de Deus Pai e irmãos do Filho de Deus (Rm 8, 14. 16)

Tudo é de graça na festa da Família de Deus. Ninguém pretende dominar os outros, pois todos se sentem irmãos.

Tudo o que as pessoas precisam lhes é dado gratuitamente e em abundância.
No Céu todos estão saciados da abundância da ternura de Deus. Ninguém tem medo, pois já só existe o amor.

Ninguém está cansado ou saturado, pois o amor é a fonte da qual brota a novidade constante das relações e do convívio entre as pessoas.

E se ainda houver alguma memória do sofrimento desta vida, Deus passa amorosamente com um lenço branco limpando todas as nossas lágrimas.

Depois dá-nos o beijo da plenitude, comunicando-nos a plenitude do Espírito Santo, o qual nos faz esquecer para sempre a lembrança dos sofrimentos da vida terrena.

Eis a maneira como a bíblia descreve a festa do Céu:
“Eis a morada de Deus entre os homens. Ele habitará com eles e eles serão o seu povo.
Deus estará com eles e será o seu Deus. Enxugará todas as lágrimas dos seus olhos e não haverá mais morte, nem luto, nem pranto, nem dor, pois as primeiras coisas passaram” (Apc 21, 3-4).

Ninguém é capaz de se sentir feliz fechando-se à comunhão. Por isso a felicidade está em comungar com os demais.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

DIZER O CÉU EM LINGUAGEM SIMPLES


III- O ESPÍRITO SANTO E A VIDA ETERNA

Na Comunhão Universal da Família de Deus já ninguém sofre com a saudade dos que estão longe, pois já não há lonjura nem distância.

O amor circula e difunde-se por todos os que fazem parte desta grande comunhão.
A Bíblia fala de um rio de Água Viva e resplandecente como se fosse um grande diamante a brilhar.

Este rio está no centro do Paraíso e chama-se o rio da Água Viva. Esta Água Viva é o Espírito Santo.

Os que têm sede entram no rio e bebem e o seu rosto fica a brilhar como o de Cristo Ressuscitado.

Todos os que na terra purificaram o coração, acolhendo a Palavra de Deus, têm direito a beber no rio da Água Viva e a comer o fruto da Árvore da Vida cujo fruto dá a vida eterna.

Todos estão saciados e ninguém voltará a morrer. Já não são precisas as estrelas, o sol ou a lua, pois a luz do Espírito de Deus ilumina todas as pessoas.

Eis o que diz o Apocalipse:
“O Espírito diz: “Vem!”. Digam também todos os que escutam a Palavra de Deus: “Vem!”.
O que tem sede que se aproxime e beba gratuitamente a Água da Vida” (Apc 22, 17).

Deus não nos criou para a morte mas sim para a Vida Eterna.
Jesus ressuscitado comunica-nos o Espírito Santo, a fim de saciarmos a nossa sede de felicidade e plenitude.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

JESUS REALIZA AS ANTIGAS PROFECIAS - III


JESUS É A BÊNÇÃO PROMETIDA A ABRAÃO

Segundo o livro do Génesis, Abraão é a raiz de uma grande nação através da qual serão abençoadas todas as outras nações da terra (Gn 18, 18).

O Novo Testamento, de modo especial São Paulo, não se cansa de dizer que esta e todas as outras promessas foram realizadas em Jesus.

O profeta Isaías diz que o Messias será um rebento de Jessé, modo poético para dizer que será filho de David (Is 9, 7).

No evangelho de São Lucas, o anjo da anunciação diz que Jesus é o filho de David que, o qual reinará eternamente sobre o trono de Jacob (Lc 1, 32-33).

O profeta Miqueias, para dizer que o Messias é filho de David, afirma que ele nascerá em Belém, pois é esta cidade de David:

“Mas tu, Belém-Efrata, tão pequena entre as famílias de Judá, é de ti que vai surgir, aquele que há-de reger Israel” (Miq 5, 1).
São Mateus e São Lucas, nos seus evangelhos da infância afirmam que Jesus nasceu em Belém (Mt 2,1-5; Lc 2, 3-7).
O profeta Zacarias, para significar a simplicidade do Messias, diz que ele fará a entrada solene na cidade, não montado num cavalo real, mas num jumento.

Com este oráculo, Zacarias queria dizer que o Messias não porá a sua confiança na força e agilidade dos cavalos, mas sim no Espírito de Deus (Zac 9, 9).

O evangelho de São João diz que Jesus fez a sua entrada messiânica oficial, montado sobre um jumento:
O povo clamava: “Hossana, bendito o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel”.
Então, Jesus viu um jumentinho e montou nele, conforme está escrito:
“Não temas, Filha de Sião! Vê o teu rei que chega sentado na cria de uma jumenta”.
A princípio, os seus discípulos não compreenderam isto. Mas quando se manifestou a glória de Jesus eles lembraram-se de que estas coisas estavam escritas acerca dele” (Jo 12, 12-16).

O profeta Isaías diz que o Messias estará cheio da força do Espírito Santo, a qual o capacitará para fazer da terra um lugar de prosperidade e de paz (Is 11, 1-9).

O Novo Testamento tenta demonstrar como em Jesus se realizam plenamente todas as profecias do Antigo Testamento.

Podemos dizer que, tal como o Antigo Testamento ficava incompleto sem Jesus Cristo, o Novo sem o Antigo, ficava privado base histórica. Seria como uma casa sem alicerce.

Trindade Santa,
Vós sois um Deus relações que comunica connosco de modo fiel e verdadeiro.

Não só realizais o que prometeis, mas além disso, a sua realização é sempre muito melhor do que aquilo que nós poderíamos esperar.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

JESUS REALIZA AS ANTIGAS PROFECIAS - II

JESUS CRISTO É O NOVO ADÃO

Ao falar da Criação, o Livro do Génesis, diz que a serpente venceu a mulher, levando-a a comer o fruto proibido (Gn 3, 4-6).

Logo a seguir, Deus anuncia o castigo que a serpente vai sofrer por ser mentirosa.

Segundo o Livro do Génesis, o descendente da mulher, vai esmagar-lhe a cabeça, destruindo a sua força maléfica:

“Então o Senhor Deus disse à serpente: “Por teres feito isto és maldita entre todos os animais domésticos e entre os animais selvagens.
Rastejarás sobre o teu ventre, alimentar-te-às de terra, todos os dias da tua vida.
Farei reinar a inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela.
A mulher esmagar-te-à a cabeça e tu tentarás mordê-la no calcanhar” (Gn 3, 14-15).

São Paulo, pensando nesta vitória conseguida pelo filho da mulher, diz que Cristo nasceu de uma mulher a fim de nos libertar e fazer de nós membros da Família Divina:

“Mas, quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob o domínio da Lei, a fim de resgatar os que se encontram sob o domínio da Lei e assim podermos receber a adopção de filhos.
E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho que clama: “Abba” ó Pai!
Deste modo já não és escravo mas filho. E se és filho és também herdeiro pela graça de Deus” (Gal 4, 4-7).

O descendente da mulher vencida pela serpente, consegue a vitória sobre a serpente e a graça de sermos membros da Família divina.

São Paulo vê em Jesus Cristo o restaurador das distorções operadas por Adão (Rm 5, 17-19).

Ele é, pois, o Novo Adão, a Cabeça da Criação restaurada (Rm 5, 17-18). Por ele, a Humanidade fica definitivamente reconciliada com Deus (2 Cor 5, 17-19).

O Novo Testamento insiste em que Jesus de Nazaré é o coração das Escrituras, pois realiza todas as promessas messiânicas.

São Mateus leva a genealogia de Jesus até Abraão, a fim de fazer dele o centro e a cúpula do Povo de Deus. Eis como ele inicia a genealogia de Jesus:

“Genealogia de Jesus Cristo, Filho de David, Filho de Abraão” (Mt 1,1).

São Lucas vai mais longe e leva a genealogia de Jesus até Adão.

Com este procedimento, ele quer dizer que, graças ao facto de Jesus formar uma unidade orgânica com a Humanidade, Adão também é incorporado na família de Deus.

Por outras palavras, São Lucas quer dizer que Jesus não é filho de Deus por estar unido a Adão, mas Adão é que é filho de Deus por estar unido a Cristo.

Eis as palavras com que São Lucas inicia a genealogia de Jesus:
“Quando Jesus começou o seu ministério tinha cerca de trinta anos. Ele é Filho de David, Filho de Jacob, Filho de Isaac, Filho de Abraão, Filho de Noé, Filho de Adão, o qual foi filho de Deus (cf. Lc 3, 23-38).
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

JESUS REALIZA AS ANTIGAS PROFECIAS - I

JESUS CRISTO E A FIDELIDADE DE DEUS

Deus Santo,
Obrigado, por terdes realizado em Jesus Cristo tudo o que prometestes e anunciastes acerca do Messias.

Glória a Vós, Trindade Santíssima, pois Vós sois realmente um Deus fiel e verdadeiro!

Os escritores do Novo Testamento têm a preocupação de sublinhar que Jesus de Nazaré é o Messias anunciado pelos antigos profetas.

De facto, sem o acontecimento histórico de Jesus Cristo, o antigo Testamento ficava um projecto falhado, pois não tinha atingido a realização das suas promessas.

Mas não, o Espírito Santo realiza o que a vossa Palavra promete, Deus Santo.

Além disso, se o Cristo não tivesse vindo, Vós não seríeis um Deus verdadeiro, pois não tínheis realizado o que os profetas anunciaram.

Através do profeta Natã, Vós anunciastes ao rei David a vinda futura do Messias, o qual seria um filho deste rei.

A profecia de Natã aconteceu cerca de mil anos antes do nascimento de Cristo. Foi a primeira profecia messiânica.

David acabava de conquistar a cidade de Jerusalém e estava a planear construir aí o templo do Deus de Israel.
É neste momento que Natã se dirige a David, dizendo-lhe não ser essa a vontade Deus.

Quando morreres, diz o profeta ao rei, Deus vai suscitar um filho teu para o qual eu serei um Pai. Será ele que construirá um templo, no qual me tornarei presente.

Através deste teu Filho, acrescenta o profeta Natã, o réu reino será eterno (2 Sam 7, 12-16).

Esta profecia alimentou a esperança do povo de Israel durante mil anos.

Para isso, os profetas, inspirados pelo Espírito Santo, iam lembrando ao Povo Bíblico a que tínheis prometido a David.

De tal modo a profecia de Natã ficou como referência da esperança messiânica que o evangelho de São Lucas a coloca na boca do anjo Gabriel quando este anuncia o nascimento do Messias.

Eis as palavras que o evangelho de São Lucas põe na boca do anjo:

“Ele será grande e chamar-se-à Filho do Altíssimo, pois vai herdar o trono de seu pai David.

Reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim” (Lc 1, 32-33).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

O Deus que nos Acolhe Como Família



Deus Santo,
a nossa fé ensina-nos que o vosso amor por nós é infinito e incondicional.

Pai Santo,
Jesus ensinou-nos que tu tens um coração misericordioso,
sempre disposto a perdoar e a libertar-nos das inquietações
que, por vezes, invadem o nosso coração.

Deus Santo,
nós acreditamos que Vós podeis curar muitos dos nossos
males corporais e psíquicos.

Apesar de a nossa fé nos assegurar destas verdades, nós
esquecemo-las muitas vezes.

Eis a razão pela qual nós passamos muitos dias a gemer
como os que não têm fé nem sabem que és um Deus bom
sempre junto a nós, por nós e do nosso lado.

Espírito Santo,
ajuda-nos a crescer na fé, na esperança e na caridade, a fim de comunicar vida nova ao jeito de Cristo.

Quando as nossas forças espirituais são activadas pela fé, a esperança e o amor, nós ficamos mais fortes e capazes de fazer maravilhas em favor dos irmãos.


Espírito Santo,
tu és o amor maternal de Deus, sempre presente e activo no nosso coração.

Eis a razão pela qual a tua presença no nosso coração é libertadora e personalizante.

Na verdade, tu libertas-nos das forças que nos fazem girar
à volta de nós mesmos como um remoinho.

A tua presença no nosso coração liberta-nos do egoísmo,
fazendo do nosso coração um ponto de encontro amoroso com Deus e os irmãos.

Deus Santo,
Apesar de saber que sois amor e que o vosso querer a
nosso respeito coincide sempre com o melhor para nós,
muitas vezes recusamo-nos a caminhar convosco.

Em vez de vos procurar como fonte do nosso bem, muitas
vezes afastamo-nos de Vós, optando pelo caminho que
leva ao malogro e do fracasso.

No entanto, quando nos afastamos de Vós sentimo-nos nus
como Adão quando se recusou a caminhar convosco.

Só vós, Deus Santo, preencheis a fome de felicidade que
levamos dentro do coração.

Nós não podemos ser felizes sem os outros. Mas também é verdade que os outros não são a fonte da nossa felicidade.


Trindade Santa,
Vós sois o fundamento e a plenitude da nossa felicidade, pois estais sempre disponíveis para nós.

É o Espírito Santo que nos leva até junto de ti, Pai Santo, pedindo-te que nos acolhas como filhos.

É também o Espírito Santo que nos conduz a ti, Filho
Eterno de Deus, pedindo-te que nos acolhas como irmãos.

E vós não podeis deixar de nos aceitar na Família Divina,
pois o Espírito Santo é, como diz São Paulo, o amor de
Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).

Quando nos deixamos conduzir por ele, acrescenta ainda
São Paulo, tornamo-nos filhos de Deus Pai e irmãos de Deus Filho (Rm 8, 14-16).

Trindade Santa,
glória a vós pelo modo como nos acolheis na Família de Deus, Vós que sois Pai, Filho e Espírito Santo.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias