
O Livro do Génesis chama a atenção para o facto de Deus, ao criar o Homem, ter realizado uma intervenção especial, a qual não teve lugar no momento de Deus criar os outros animais.
Eis as palavras do Génesis: “Façamos o Homem à nossa imagem e à nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.
Deus criou o ser humano à sua imagem. Criou-o à imagem de Deus, e criou-os varão e mulher” (Gn 1, 26-27).
Depois acrescenta: “O Senhor Deus formou o Homem do pó da Terra e insuflou-lhe pelas narinas o sopro da vida” (Gn 2,7).
Segundo o relato bíblico da criação, o momento da criação do Homem reveste-se de uma solenidade especial.
Na verdade, Deus tinha pensado em estabelecer uma interacção especial entre a interioridade do ser humano e o Espírito Santo.
É este o significado do sopro primordial de Deus, o qual faz do ser humano um ser capaz de comunicar com Deus e fazer aliança com ele.
O Deus que não falava com os animais, ao criar o Homem logo começou a falar com ele e a fazer-lhe propostas:
“Abençoando-os, Deus disse-lhes: “Crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se movem na terra.”
Deus disse: “Também vos dou todas as ervas com sementes que existem à superfície da terra, as árvores de fruto com semente, a fim de vos servirem de alimento.
Dou-vos ainda todos os animais de terra, as aves do céu e todos os seres vivos que existem e se movem sobre a terra, bem como toda a erva verde que a terra produz. E assim aconteceu” (Gn 1, 28-30).
Logo no início da sua acção criadora, Deus deu provas de ser o Deus da aliança, pois fez logo uma aliança com Adão, colocando-o à frente da Criação.

Calmeiro Matias
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