
Podíamos dizer que a tentação não é pecado, mas sim a possibilidade do pecado em acção. Se não estivéssemos enfraquecidos pelas forças negativas que herdámos dos outros, a tentação era apenas uma possibilidade remota de o pecado acontecer.
Mas os condicionamentos que herdámos devido às recusas de amor dos outros para connosco, condicionaram as nossas possibilidades de fazer o bem.
Na verdade, os outros não só nos possibilitaram, mas também nos condicionaram. Devido a esta nossa situação de seres fragilizados precisamos de recorrer a Deus.
Não se trata de pedir ao Senhor para nos substituir. De facto, a oração não é nunca uma maneira mágica de manipular Deus.
Pedindo a Deus que não nos deixe cair na tentação estamos a abrir o nosso coração à presença do Espírito Santo que nos fortalece e configura com Cristo.
São Paulo deu provas de entender muito bem a dinâmica do Espírito Santo em nós quando disse que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).
Como sabemos, é o Espírito Santo quem faz ecoar no nosso coração a Palavra de Deus. Isto quer dizer que é ele quem nos capacita para valorizarmos as coisas e os acontecimentos segundo os critérios de Deus e não segundo as insinuações da tentação.

Calmeiro Matias
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