sábado, 5 de abril de 2008

A EMERGÊNCIA DO HOMEM DEFINITIVO-III

III-A PRESENÇA DOS OUTROS NA NOSSA VIDA

Eis o retrato de uma pessoa que, ao longo da sua vida, foi dizendo não ao amor de modo continuado: não ao amor de modo sistemático e incondicional:

Nada, no seu íntimo, está estruturado de modo harmonioso e sólido. Nada em si é autêntico ou genuíno.

Tudo o que comunica está desfocado. Nada é firme e sólido. Nada do que fez valeu a pena ter sido feito.

Nada de verdadeiramente belo aconteceu naquela existência. Não há uma capacidade de amar solidamente edificada no seu coração.

Será que valeu a pena ter vivido? A pessoa humana situa-se na cúpula da Criação, pois está a emergir como realidade espiritual.

Por ser uma realidade espiritual, a pessoa, ao dar-se, não se perde. Pelo contrário, encontra-se e possui-se mais plenamente.

Como sabemos, o crescimento da vida espiritual não é uma questão de quantidade. Não se mede ao quilo, nem se avalia pelo volume. Não se mede ao metro, nem se analisa pelo método das superfícies.

Na verdade, o ser humano só se pode valorizar pela qualidade das suas relações. A pessoa em realização caminha para a perfeita reciprocidade a qual consiste em a pessoa se possui na medida em que se dá.

Na verdade, a plenitude da pessoa não está em si, mas na comunhão amorosa. Deus é a plenitude Da Humanidade, na medida em que esta forma uma união orgânica e dinâmica.

Por outras palavras, Deus é a plenitude do Homem, mas nãos de homens isolados. Como sabemos, a Divindade é uma comunhão orgânica infinitamente perfeita.

A Humanidade será assumida na medida em que forme uma união orgânica cujo coração é o Homem Jesus Cristo.

Na verdade, o ponto de encontro da Humanidade com a Divindade dá-se em Jesus Cristo.
A meta do nosso ser espiritual em construção é atingir esse ponto de encontro para o qual convergem todas as pessoas, isto é, a Família de Deus.

Estamos a construir na história o que o que seremos eternamente. O que fazemos hoje está relacionado com o resto da nossa história e também com a nossa eternidade.

Na verdade, o que fazemos hoje está mais ou menos condicionado pelo que fizemos no passado.
Mas é também o que fazemos hoje que possibilita ou condiciona o que faremos amanhã.

O critério do nosso agir deve ser o amor. A grande finalidade da nossa vida na história não é prolongar a qualquer preço a nossa vida mortal, mas amar, a fim de construirmos com o amor a nossa vida Eterna.

Em Comunhão convosco
Calmeiro Matias

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