terça-feira, 15 de abril de 2008

A EPOPEIA DO HOMEM EM CONSTRUÇÃO-I

I-O SENTIDO DA HUMANIZAÇÃO

O Homem faz parte da cúpula personalizada do Universo! Nesta perspectiva, podemos dizer que o Homem faz parte do melhor que a génese criadora já produziu.

A Humanidade concretiza-se em pessoas, isto é, em seres com uma interioridade espiritual.
É verdade que o ser humano não é Deus, mas devido ao facto de ser pessoa é proporcional à própria Divindade.

Com efeito, a Divindade é pessoas em comunhão e a Humanidade também. Eis a razão pela qual o Homem é o sonho e a paixão de Deus.

Está em processo de realização histórica. Por isso, para se dizer, precisa de contar uma história.
A vida humana já tem sabor a eternidade, pois devido à sua densidade espiritual deu o salto para a imortalidade.

Como realidade em construção na História, o Homem está a emergir em cada ser humano de forma única, original e irrepetível.

Mas a Humanidade não se esgota nas pessoas actualmente em construção na História. Na verdade, a multidão dos seres humanos que nos precederam nesta aventura da humanização já está incorporada na comunhão Universal da Família de Deus.

Com a Encarnação do Filho Eterno de Deus, a Humanidade deu um salto de qualidade e entrou na plenitude dos tempos.

Com o termo plenitude dos tempos, São Paulo quer significar e a fase dos acabamentos, isto é, o processo da divinização do Homem.

Foi no interior espiritual de Jesus de Nazaré que o divino se enxertou no humano, formando uma união orgânica e dinâmica de grandeza humano-divina.

Nesta interacção humano-divina nem o humano é anulado pelo divino, nem o divino é diminuído pelo humano.

Com Jesus Cristo, portanto, começou a marcha da divinização do Homem mediante a inserção dos seres humanos na Família de Deus.

Eis a maneira Como São Paulo exprime esta dinâmica da divinização do Homem:“De facto, todos os que são conduzidos pelo Espírito Santo são filhos de Deus.

Vós não recebestes um espírito de escravidão para andardes com medo.Pelo contrário, recebestes um Espírito de adopção que faz de vós filhos adoptivos de Deus e vos leva a clamar “Abba”, isto é, Pai!

É o próprio Espírito Santo que no nosso íntimo dá testemunho de que somos realmente filhos de Deus.

Ora, se somos filho de Deus somos também herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo” (Rm 8, 14-17).

A partir de Jesus Cristo, portanto, a divinização do Homem está em marcha. Podemos dizer que será eternamente mais divino quem mais se humanizar na História.

Por outras palavras, comungará mais com Deus quem mais crescer na capacidade de comungar com os irmãos.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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