quarta-feira, 23 de abril de 2008

MORTE, RESSURREIÇÃO E VIDA ETERNA-VI

VI-A MORTE ILUMINA O SENTIDO DA VIDA

A morte natural, portanto, é o parto final e a derradeira possibilidade de o ser humano renascer para a plenitude.

O sentido da vida cresce enormemente quando meditamos sobre o sentido da morte. Mas é sobretudo ao avizinhar-se a fase terminal da vida que o homem sábio compreende e saboreia o significado profundo da vida.

Nessa etapa avançada da vida, a pessoa compreende de modo muito claro que o amor é a grande razão que vale para viver e para morrer.

Podemos resumir esta sabedoria podemos dizer que a nossa existência histórica é válida na medida em vivemos para amar e vamos morrendo por amor.

Eis a grande razão que confere sentido de plenitude à vida. Vista a esta luz, a morte é o acontecimento que nos possibilita a entrada no regaço do próprio e acolher no nosso coração seu amor.

São Paulo diz que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5,5).
São Lucas diz que Jesus Cristo, no momento da sua morte abriu-nos as portas do Paraíso (Lc 23, 43).

O Livro do Génesis diz que o Paraíso foi fechado à Humanidade devido ao pecado de Adão (Gn 3, 23-24).

Assim como a morte veio por Adão, diz São Paulo, a vitória sobre a morte, veio por Jesus Cristo (Rm 5, 17-18).

Podemos dizer que não basta ser imortal para atingirmos a plenitude da vida. As pessoas que porventura estejam em estado de inferno são imortais, mas não estão na plenitude dos ressuscitados com Cristo.

A plenitude da vida acontece apenas no contexto da Comunhão Universal da Família divina.
Ao criar o Universo, Deus estava a ser o princípio da Criação.

Ao assumir-nos na Comunhão da Família Divina tornou-se a plenitude desta mesma Criação.
São Paulo diz que Deus nos predestinou para sermos conformes com o seu Filho, a fim de ele ser o primogénito de muitos irmãos (Rm 8, 28-29).

Criados à imagem de Deus, fomos talhados para ser filhos e herdeiros de Deus Pai e co-herdeiros com Cristo que é nosso irmão (Rm 8, 14-17).

Deus Pai quis que em Cristo residisse a primazia e a plenitude de todas as realidades (Col 1, 18-19).

Meditando a morte à luz da fé cristã os crentes ficam capacitados para proclamar o Evangelho da Vida Eterna.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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