quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

PARTICIPAR NA RESSURREIÇÃO DE CRISTO-I

I-RESSUSCITAR COM CRISTO

A nossa Fé garante-nos que Cristo ressuscitou. Também nos diz que nós tomaremos parte na sua vitória sobre a morte.

O evangelho de São João diz que a nossa ressurreição será como a de Jesus, pois nós constituímos uma união orgânica com ele.

Eis a palavras de Jesus tal como no-las transmite o evangelho: “Permanecei em mim, que eu permaneço em vós. Tal como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, mas só permanecendo na videira, assim também acontecerá convosco, se não permanecerdes em mim.

Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanece em mim, esse dá muito fruto” (Jo 15, 4-5).
Noutra passagem, São João diz-nos que Jesus, ao ressuscitar, nos vai dar a Água da Vida Eterna, o Espírito Santo, o qual vai fazer nascer em nós a Vida Eterna (Jo 7,37-39).

São Paulo diz que, graças à união orgânica que nos liga a Jesus Cristo, nós formamos o seu corpo (1 Cor 10, 17; 12,27).

Logo mais à frente, São Paulo diz que nós formamos um corpo do qual Cristo é a cabeça. Por seu lado, o Espírito Santo é o sangue que vivifica tanto o corpo como a cabeça, acrescenta ele: “Assim como o corpo é um, apesar de ter muitos membros, assim também Jesus Cristo.

De facto, nós fomos baptizados num só Espírito, a fim de formarmos um só corpo, tanto os judeus como os gregos, os escravos ou homens livres. Todos nós bebemos de um só Espírito (1 Cor 12, 12-13).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

PARTICIPAR NA RESSURREIÇÃO DE CRISTO-II

II-CRISTO É A ÁRVORE DA VIDA

O evangelho de São João diz que vivemos de Cristo, por estarmos unidos a ele, tal como Cristo vive do Pai, por estar unido a ele:

“Assim como o Pai que me enviou vive e eu vivo pelo Pai, do mesmo modo o que me come viverá por mim” (Jo 6, 57).

Recorrendo à imagem do Paraíso primitivo, São João sugere que Jesus Cristo é a Árvore da Vida que estava no centro do Paraíso e cujo fruto nos dá a Vida Eterna.

Querendo afirmar que o Homem foi criado para a Vida Eterna e não para terminar na morte, o Livro do Génesis diz que, no centro do Paraíso, estava a Árvore da Vida Eterna.

Depois acrescenta que, devido ao pecado de Adão, o Paraíso foi fechado para Humanidade (Gn 3, 22).

Ao sugerir que Cristo ressuscitado é a Árvore da Vida, São João diz que o fruto desta Árvore é o Espírito Santo, a Água que brota do seu coração e nos dá a Vida Eterna (Jo 7, 37-39).

Portanto, as pessoas que se alimentam deste fruto têm a Vida Eterna: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu hei-de ressuscitá-lo no último dia (…).
Com efeito, quem come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e eu nele” (Jo 6, 54-56).

Com este texto bonito, São João está a dizer que a nossa ressurreição implica a união com Cristo.
É verdade que os seres humanos, por terem uma interioridade pessoal-espiritual já são imortais.

Mas a ressurreição não se reduz à simples imortalidade, pois implica ser vivificado pelo Espírito Santo o qual é o Sangue da Nova Aliança que alimenta todo o corpo.

O evangelho é a Boa Notícia da nossa ressurreição com Cristo e não o anúncio da simples imortalidade.

Além disso, ressuscitar com Cristo implica a assunção, isto é, a plena incorporação na Comunhão da santíssima Trindade.

Em Comunhão com Deus
Calmeiro Matias




PARTICIPAR NA RESSURREIÇÃO DE CRISTO-III

III- A MORTE É O PARTO DEFINITIVO

À luz da Fé em Cristo ressuscitado, a morte é o acontecimento que possibilita o nosso pleno nascimento.

Podemos dizer que a nossa vida tem sentido na medida em que vivemos para amar e vamos morrendo por amor, isto é, à medida em que nos vamos gastando pelas causas do amor.

O amor é, pois uma dinâmica de bem-querer que vale tanto para viver como para morrer. O amor é o único caminho que conduz à plenitude da Vida.

A plenitude da Vida acontece, pela entrada no regaço da Santíssima Trindade cujo coração é um diálogo permanente de amor onde cabe Jesus de Nazaré e, com ele, toda a Humanidade.

Como Árvore que nos dá o fruto da Vida Eterna, Jesus Cristo, no momento da sua morte e ressurreição, abriu-nos as portas do Paraíso.

É isto mesmo que Jesus diz ao Bom Ladrão no momento da sua morte e ressurreição:
“Em verdade te digo:”hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” (Lc 23, 43).

Jesus, o Novo Adão, abre as portas que tinham sido fechadas a Adão (Gn 3, 23-24). A ressurreição de Cristo é a garantia de que a meta para a qual estamos a caminhar não é o vazio da morte, mas sim a Vida Eterna.

Na verdade, não basta a pessoa ser imortal para atingir a plenitude da vida, pois os que porventura estejam em situação de inferno são imortais, mas não possuem a Vida Eterna.
Por outras palavras, a Vida Eterna atinge-se mediante a ressurreição com Cristo.

Por Adão veio a morte, diz a carta aos Romanos. Por Cristo, o Novo Adão, veio a Vida Eterna (Rm 5, 18).

Na verdade que só ressuscita o que em nós é imortal. Mas a simples imortalidade não dá acesso à ressurreição em Cristo.

A Vida Eterna é conhecer Deus mediante a comunhão com ele em Cristo.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias



PARTICIPAR NA RESSURREIÇÃO DE CRISTO-IV

IV- A COMUNHÃO DO HOMEM COM DEUS

Com o aparecimento da Humanidade, as sementes de vida pessoal e espiritual germinaram neste Universo.

A Criação atingiu a plena possibilidade de comungar amorosamente com o Criador. Na verdade, a Humanidade é pessoas e a Divindade também.

A Divindade é uma comunhão orgânica e dinâmica de três pessoas. A Humanidade está a emergir em cada pessoa concreta e a estruturar-se como comunhão orgânica e dinâmica de pessoas.

Só não participa na plenitude da Vida Eterna a pessoa que se estrutura em atitude de recusa incondicional ao Amor.

Neste caso, a pessoa fica reduzida a si. No Céu, o plural de eu é nós. No estado de perdição, o plural de eu é “eus”, pois as pessoas ficam enroscadas e reduzidas a si.

Ao criar-nos, diz São Paulo, Deus predestinou-nos para sermos conformes com o Seu Filho, a fim deste ser o primogénito de muitos irmãos (Rm 8, 28-29).

O que São Paulo quer dizer é que estamos talhados para a Comunhão Universal da Família de Deus.

A Carta aos Colossenses diz que Deus quis que, em Cristo ressuscitado, residisse a plenitude de todas as realidades (Col 1, 18-19).

O cristão, ao falar da morte, não pode deixar de anunciar a sua esperança na Vida Eterna.
Ao mesmo tempo deve convidar as pessoas a realizarem-se numa dinâmica de amor e comunhão com os irmãos.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

O ROSTO HUMANO DO AMOR DE DEUS-I

I-NASCEU PARA SALVAR O HOMEM

Nasceu na Palestina e a sua paixão era fazer o bem a toda a gente. Tomava Deus a sério e falava constantemente do seu Pai do Céu.

Procurava ser fiel à vontade de Deus, sabendo que essa vontade consiste com a salvação dos homens.

Eis algumas das suas afirmações que revelam o modo como ele tomava a sério a vontade de Deus: “O meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra” (Jo 4, 34).

Na oração do Pai-Nosso, ensinou os seus discípulos a pedir para que a vontade de Deus se realizasse de modo perfeito na Terra, tal como ela se realiza no Céu” (Mt 6, 10).

Quando fazia o bem ele gostava de dizer que essa não era a sua vontade, mas a vontade daquele que o enviou (Jo 5, 30).

O seu nome é Jesus de Nazaré. Amava as crianças e divertia-se com as suas traquinices. Com grande coragem tomava a defesa dos que não eram capazes de se defender.

Graças ao seu jeito de acolher e fazer bem às pessoas, deixava sempre mais felizes as pessoas que tinham a sorte de o encontrar.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

O ROSTO HUMANO DO AMOR DE DEUS-II

II-TINHA UM JEITO ESPECIAL DE AMAR

Nunca teve pretensões a ser rico ou poderoso e defendia a partilha dos bens como caminho para chegar à abundância.

Se tiverem a coragem de partilhar, dizia ele, os bens chegarão para todos e ainda vai sobrar.
Amava sem fingimento, pois era manso e humilde de coração.

Preferia conviver e acompanhar com a gente simples e sem pretensões. Agia com a força dos profetas, pois a plenitude do Espírito Santo estava nele.

Eis a razão pela qual nunca foi cobarde, levando a sua missão até ao fim.Jamais defendeu a morte dos pecadores, apesar de sonhar com a com a destruição do pecado.

Desejava acabar com o pecado, pois este é uma dinâmica negativa que impede os seres humanos de se realizarem e serem felizes. Por isso inaugurou o baptismo no Espírito, pois ele sabia que só o Espírito Santo é capaz de renovar o coração das pessoas.

Anunciava o dom do Espírito que viria para transformar o coração das pessoas, capacitando-as para passarem do egoísmo para o amor fraterno.

Denunciava corajosamente os que oprimiam em nome da política, do dinheiro ou da religião.
Nunca deixou ninguém mais pobre ou com falta de sentidos para viver.

Não fazia publicidade dos seus gestos de doação ou generosidade. A sua mensagem punha em causa os sistemas opressores que dominavam a sociedade do seu tempo.

Eis a razão pela qual os poderosos não queriam que ele vivesse. Programaram a sua morte, apesar de ainda ser um jovem.



O ROSTO HUMANO DO AMOR DE DEUS-III

III-FOI ODIADO POR MUITOS

Passou a vida a fazer bem a toda a gente e, apesar disso, eram muitos os que o odiavam. Os que lhe queriam mal invadiram a sua morada, fazendo-o desaparecer da companhia daqueles que ele amava.

Mas ele sabia que Deus toma partido pelos que gastam a vida pelas causas do amor. Estava seguro de que Deus não o deixaria ficar no vazio da morte, pois tinha a certeza de que a sua missão vinha de Deus.

Como se deu totalmente, a sua vida não era apenas sua. Na verdade, Deus confiou-lhe uma missão em favor de toda a Humanidade.

Como tomava Deus e a sua missão a sério, foi fiel até ao fim. Amou incondicionalmente, levando o seu amor até à profundidade máxima, isto é, dar a vida por aqueles a quem se ama.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias



O ROSTO HUMANO DO AMOR DE DEUS-IV

IV-AGORA É O CORAÇÃO DO HOMEM NOVO

Partilhou-se inteiramente. Por isso a sua vida é também de todos nós! Tornou-se a cepa da videira cujos ramos são todos os seres humanos.

Ao ressuscitar, difundiu o Espírito Santo para nós, a fim de adquirirmos o seu jeito de amar.
Uma vez ressuscitado, a sua vida passou a circular no coração de todos os que amam a verdade e a justiça.

Os que acolhem a sua Palavra começam a compreender e a amar a sua missão de edificar a Comunhão Universal da Família de Deus.

Destruíram a sua tenda, matando-o. Mas Deus restaurou a sua vida, fazendo dele o alicerce da Nova Humanidade.

Como pão que se reparte para alimentar os outros, assim foi a sua vida. Partilhou tudo: os bens, a vida e a Palavra de Deus. Conhecia os homens em profundidade, por isso enfrentava os que machucavam e oprimiam as pessoas.

Só atacava o que desumaniza o homem e o impede de se realizar. Nunca confundia o pecado com o pecador. Ao pecador desejava libertá-lo, curando o seu coração das feridas do pecado.

Viveu totalmente de acordo com o significado libertador da sua missão messiânica. Uma vez ressuscitado, Jesus tornou-se a fonte da vida nova para todos nós.

Por isso, ao longo dos séculos, não desapareceram as vozes que o aclama no interior de todas as raças, línguas e nações: Glória a ti, Jesus Cristo!

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

O CORAÇÃO COMO MORADA DA SABEDORIA-I

I-O CORAÇÃO DOS SÁBIOS

O nosso coração é a morada da sabedoria da vida. Jesus disse que o nosso coração é como um tesouro onde estão guardados os ensinamentos que nos foram comunicados pelos pais e as pessoas que encontramos e nos marcaram ao longo do nosso crescimento.

Os ensinamentos recebidos da Palavra de Deus são também uma pérola preciosa que está guardada no tesoiro do nosso coração.

Jesus ensinou-nos que o nosso coração é o ponto de encontro com o Espírito Santo, o qual no inspira a sabedoria da Palavra de Deus para podermos caminhar de maneira segura na vida.

O Evangelho de São Lucas diz que a mãe de Jesus guardava no seu coração os segredos bonitos que Deus lhe ia revelando sobre o seu Filho (Lc 2,19; 2,51).

As pessoas que são leais e verdadeiras têm bom coração. Jesus diz que as pessoas de coração puro vão contemplar Deus de modo muito mais perfeito (Lc 5, 8).

Isto quer dizer que a realidade de se vê com o coração e não com os olhos da cara. Ter um coração puro é não ter intenções retorcidas e não fazer planos para prejudicar os outros.

Uma vez, estando a ensinar os Apóstolos, Jesus disse-lhes que o deviam imitar porque ele tem um coração manso e humilde (Mt 11, 29).

Mas o coração não é só o tesoiro das coisas bonitas e boas. É também o ponto das decisões más e os planos que as pessoas fazem para prejudicar os outros.

A bíblia diz que Caim, o filho de Adão, decidiu dentro do seu coração elaborar um projecto assassino, a fim de matar o seu irmão Abel (Gn 4, 8-11).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

O CORAÇÃO COMO MORADA DA SABEDORIA-II

II-A ARTE DE MOLDAR UM CORAÇÃO SÁBIO

Como Jesus escutava a Palavra de Deus e as inspirações do Espírito Santo, do seu coração brotavam sempre planos bons.

Põe isso ele passou a vida a falar de Deus às pessoas, a curar os doentes, a dar vida aos mortos e ensinar as pessoas a amar os outros como irmãos.

E foi assim que Jesus ensinou a fraternidade às pessoas, a fim de construir a Família de Deus.
Mas o nosso coração também pode ser uma fonte da qual brota o mal.

Quando rejeitamos a Palavra de Deus e fechamos o coração à luz do Espírito Santo, o nosso coração torna-se mau, isto é, nascem nele projectos maus contra Deus e contra os irmãos.

Jesus chamou muitas vezes a atenção dos Apóstolos, dizendo-lhes que as más acções procedem do nosso coração (Mt 15, 19; 7, 21).

A bíblia diz que as pessoas falam daquilo que têm no coração. Se gostamos de Jesus e acolhemos a sua Palavra, então teremos a tendência de falar muito destas coisas.

Na verdade, quando uma pessoa gosta muito de outra tem tendência de estar sempre a falar dela.

O Evangelho de São João diz que os sacerdotes, os doutores da Lei e os fariseus não aceitaram o Espírito Santo nem a Palavra de Deus. E por isso o seu coração se tornou duro, acabando por matar Jesus (Jo 12, 40).

Quando uma pessoa pensa uma coisa e diz outra é falsa e hipócrita. Jesus disse que os fariseus eram hipócritas porque a sua boca estava sempre a falar de Deus, mas o seu coração estava fechado ao amor de Deus e do próximo (Mt 15, 8).

São Paulo diz na Carta aos Romanos que Deus enviou aos nossos corações o Espírito Santo e por isso Já podemos chamar Abba, isto é, Papá, a Deus Pai (Rm 8, 14-16).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

O CORAÇÃO COMO MORADA DA SABEDORIA-III


III-AMAR AO JEITO DE DEUS PAI

Jesus ensinou os apóstolos a amar ao jeito de Deus. Animados pelo Espírito Santo, os cristãos ficam capacitados para amar com amor caridade, isto é, com um amor ao jeito de Deus.

Só as pessoas que são inspiradas pela Palavra de Deus e fortalecidas pelo Espírito Santo são capazes de amar com Amor de Caridade.

Eis o ensinamento de Jesus sobre o amor ao jeito de Deus: “Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.

Procedendo assim, tornar-vos-eis filhos do vosso Pai que está nos Céus, pois ele faz com que o sol se levante sobre bons e maus, e faz cair a chuva sobre os justos e os pecadores.

“Se amais apenas os vossos amigos, continuou Jesus, não fazeis nada de especial. Também os que não são cristãos fazem assim. Portanto, sede perfeitos como o vosso Pai do Céu é Perfeito” (Mt 5, 44-48).

Sempre que decidimos fazer bem às pessoas, o nosso coração torna-se bom. Se, pelo contrário, fazemos planos para prejudicar ou maltratar os outros, o nosso coração torna-se mau.

Quando perdoamos aos irmãos, o nosso coração abre-se à comunhão com Deus. Neste caso, o amor torna o nosso coração puro e, portanto, capaz de ver a Deus.

Foi isto mesmo que Jesus ensinou aos discípulos quando disse: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai Celeste vos perdoará a vós.

Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai do Céu vos não perdoará as vossas” (Mt 6, 14-15).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

O CORAÇÃO COMO MORADA DA SABEDORIA-IV



IV-O CORAÇÃO É PONTO DE ENCONTRO

O coração bom, por ser a morada do amor, é o ponto de encontro com Deus. Quando o nosso coração se torna parecido com o de Jesus, começamos a fazer coisas que tornam as outras pessoas mais felizes.

Jesus, ao ressuscitar, deu-nos o Espírito Santo que é o mestre que nos ensina a moldar o nosso coração com o mesmo jeito do coração de Jesus.

Quando nos deixamos guiar pelo Espírito Santo, começamos a compreender e a ser capazes de perdoar às pessoas.

Quando o Espírito Santo trabalha os nossos corações começamos a ser parecidos com Jesus e a fazer o que São Paulo nos aconselha na Carta aos Gálatas quando afirma:

“Irmãos, se porventura um irmão for apanhado em alguma falta vós, que sois espirituais, Corrigi esse irmão com espírito de mansidão.

E tu olha para ti próprio, não venhas também a cair na tentação. Carregai os fardos uns dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo” (Ga 6, 1-2).

Só com a luz e a força do Espírito Santo, o nosso coração se torna verdadeiramente bom e capaz fazer planos para facilitar os outros a ser mais felizes.

Com efeito, o Espírito Santo recorda-nos sempre que fomos baptizados no mesmo Espírito Santo, a fim de formarmos um o corpo de Cristo ( 1 Cor 12, 13).

O Espírito Santo, faz-nos compreender que a felicidade não se encontra na pessoa isolada, mas sim na comunhão fraterna.

Como sabemos, as pessoas humanas foram criadas à imagem e semelhança de Deus.
Isto quer dizer que estão talhadas para o face a face da comunhão.

Ninguém é capaz de se amar antes de alguém o ter amado. Do mesmo modo não somos capazes de nos darmos valor antes de alguém nos ter valorizado.

A pessoa é realmente um ser talhado para a comunhão, imagem perfeita de Deus que é uma comunhão perfeita de três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.

Agir em conformidade com a verdade de Deus e o seu querer em relação a nós, significa reconhecer Deus como nosso Criador e nosso Salvador.

Ninguém pode atingir a sua felicidade a não ser em comunhão com os demais. Fechada em si, a pessoa não se possui nem se conhece de modo perfeito, pelo que fica em estado de fracasso.

Na verdade, a pessoa sábia sabe que a felicidade está na comunhão, não na solidão.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

sábado, 23 de fevereiro de 2008

ALEGORIA SOBRE O CRESCIMENTO DO MESSIAS-I

I-DESDE PEQUENO QUE JESUS TOMOU DEUS A SÉRIO

Graças aos ensinamentos dos seus pais, Jesus, desde pequenino sentia uma grande atracção pelas coisas de Deus e da fé.

Maria e José tinham-no ensinado muito bem a amar a Deus e ao próximo, e a colocar sempre Deus em primeiro lugar.

Além disso, ensinaram-lhe que Deus ama muito as pessoas, apesar destas serem pecadoras e, por vezes, fazerem muitas coisas erradas.

Como pessoas de grande fé, os pais de Jesus todos os anos faziam uma viagem a Jerusalém, a fim de celebrarem a festa da Páscoa no Templo de Jerusalém. Jesus ia sempre com eles.

Quando ele tinha doze anos, aconteceu uma coisa estranha: Ao terminar a festa, Jesus não veio com os pais, mas ficou no templo a falar com os sacerdotes sobre Deus e o Messias que estava para chegar.

Como em Nazaré, a sua terra natal, não havia sacerdotes, Jesus não quis perder a oportunidade de aprofundar os seus conhecimentos sobre Deus e o Messias.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias


ALEGORIA SOBRE O CRESCIMENTO DO MESSIAS-II

II-UM ADOLESCENTE CATIVADO POR DEUS

Quanto mais falava destas coisas, mais entusiasmado se sentia. Nessa altura, Jesus ainda não sabia que o escolhido para ser o Messias e o Salvador era ele mesmo.

Foi apenas pouco a pouco que o Espírito Santo foi mostrando a Jesus a missão e o plano que Deus Pai tinha para ele.

Por seu lado, os sacerdotes estavam admirados com o facto de um menino de doze anos se interessar tanto e ter uma compreensão tão perfeita do mistério de Deus e da missão do Messias.
Admirados com as palavras de Jesus, os sacerdotes perguntavam-se sobre quem teria ensinado tanto aquele menino.

Os sacerdotes e os doutores da bíblia não podiam compreender que o coração deste menino estava a ser preparado pelo próprio Espírito Santo.

Entusiasmado com os seus diálogos sobre Deus e o Messias Salvador, Jesus acabou por se perder dos pais.

Por seu lado, os pais de Jesus, ao aperceberem-se de que ele não estava no grupo das crianças ficaram em grande aflição.

Maria disse a José: olha que o nosso filho não está no grupo dos meninos. Naquele tempo os meninos viajavam num grupo e os adultos noutro.

Dominados por uma grande aflição e angústia, os pais de Jesus voltaram de novo a Jerusalém, a fim de procurarem o seu filho.

Depois de muito procurar, acabaram por encontrá-lo no Templo dialogando com os sacerdotes e os doutores da fé.

Espantados com o que estavam a ver, Maria e José dirigiram-se a Jesus, convidando-o a regressar a casa.

Depois deste incidente, Jesus voltou com os pais para Nazaré e ali continuou a crescer na sua estatura de rapaz e na sua fé de crente.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

ALEGORIA SOBRE O CRESCIMENTO DO MESSIAS-III

III- TOMA CONSCIÊNCIA DA SUA MISSÃO

Quando cresceu, Jesus foi baptizado por João Baptista no Jordão, o rio que atravessava o deserto.

Nesse momento, o Espírito Santo desceu sobre Jesus e fê-lo compreender que Deus lhe ia confiar a grande missão de ser o Messias.

Nesse momento, Jesus descobriu com toda a clareza a sua condição de Messias e salvador da Humanidade.

No momento em que saía do rio Jordão, Jesus viu o Espírito Santo vir sobre ele e ouviu a voz de Deus Pai que lhe dizia: Tu és o meu Filho muito amado.

Depois de ter descoberto a sua missão, Jesus ficou cheio de dúvidas sobre a maneira como devia realizar esta tarefa tão difícil e importante.

No tempo de Jesus havia várias ideias sobre a missão do Messias: Para uns, ele devia ser um rei poderoso e dominador das pessoas.

Segundo outros, ele viria para fazer milagres e impressionar as pessoas. Outros pensavam que ele iria chegar para matar todos os pecadores.

Perante as ideias contraditórias e confusas que dominavam as cabeças das pessoas, Jesus decidiu retirar-se para o deserto, a fim de meditar e rezar em silêncio, pedindo ao Espírito Santo que o ajudasse a descobrir o plano e a vontade do seu Pai do Céu.

No lugar do deserto havia um mosteiro, isto é, uma casa grande, habitada por muitos sacerdotes, os quais faziam oração várias vezes por dia e estudavam a Bíblia.

Jesus permaneceu perto desse mosteiro, fazendo meditação e pedindo a Deus que o ajudasse a compreender o modo como devia realizar a sua missão.


Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias



ALEGORIA SOBRE O CRESCIMENTO DO MESSIAS-IV

IV-O SEU JEITO ORIGINAL DE SER MESSIAS

Depois de muitas dúvidas e tentações, Jesus descobriu, por fim, o modo de realizar a missão que Deus lhe pedia. Eis as suas palavras:

“O Espírito Santo está sobre mim. Consagrou-me para anunciar o Evangelho aos pobres e libertar os oprimidos. O Espírito Santo enviou-me a fazer que os coxos caminhem e os cegos vejam” (Lc 4, 18-21).

A partir deste momento começou a ser muito claro para Jesus que a sua missão era edificar uma Nova Humanidade, fazendo de todos os seres humanos a Família de Deus.

Deus é uma Família de três pessoas. Então os seres humanos seriam introduzidos na Família Divina como filhos de Deus Pai e irmãos do Filho de Deus.

Por seu lado, o Espírito Santo, com o seu jeito maternal de amar, enche o coração das pessoas da ternura maternal de Deus.

Portanto, foi no deserto que Jesus compreendeu que tinha a missão de comunicar aos homens uma vida nova.

Sentindo-se cheio do Espírito Santo, Jesus ganhou grande coragem e confiança para anunciar o plano de Deus em favor de todos os seres humanos.

O Espírito Santo também deu a Jesus o poder de fazer milagres, a fim de fazer andar os coxos, dar vista aos cegos, tomar a defesa dos que eram fracos e eram maltratados.

Depois de vencer todas as dúvidas e tentações, Jesus descobriu uma coisa fundamental: o importante é servir a Deus, fazendo o bem e libertando os irmãos.

Nós não precisamos apenas de pão para o estômago. Precisamos também do Espírito Santo e da Palavra de Deus para alimentarmos o nosso espírito e fazermos bem aos outros.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

UM CORAÇÃO QUE SÓ DEUS PREENCHE-I

I-TALHADOS PARA COMUNGAR COM DEUS

Naquilo que temos de bom somos realmente parecidos com Deus.

Por termos sido criados à imagem e semelhança de Deus, estamos talhados para o encontro, o diálogo e a comunhão.

Assim como a vida biológica não pode subsistir sem água, do mesmo modo a pessoa humana, privada de amor, não pode emergir, acabando por definhar e morrer.

Na verdade, o amor não é uma questão secundária, pois é o fundamento da realidade.

Com efeito, o Deus Criador é amor. Tudo brotou a partir dessa comunhão familiar divina que é a Santíssima Trindade.

Podemos dizer que o amor de Deus é omnipotente, mas apenas nas coisas que são possíveis ao amor.

Dizer que Deus é amor é entrar no coração da realidade de Deus (1 Jo 4, 7-8; 16).

Quando dizemos que Deus é amor infinito queremos dizer que é relações familiares de perfeição infinita.

Talhadas para a comunhão com as pessoas divinas, as pessoas humanas podem emergir e crescer sempre como capacidade de amar.

Mas este crescimento só pode ser realizado por nós em relações de amor com os demais. O Espírito Santo está connosco mas nunca em nosso lugar.


Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias



UM CORAÇÃO QUE SÓ DEUS PREENCHE-II

II-DEUS É PRINCÍPIO E PLENITUDE DO HOMEM

A dignidade da pessoa humana começa no facto de não nascer determinada.

Somos realmente semelhantes a Deus, pois só podemos emergir e estrutura-nos em contexto de comunhão amorosa.

A vida pessoal em comunhão familiar amorosa é a única realidade que existiu desde toda a eternidade.

Com efeito, no princípio, só existia Deus, emergência permanente de três pessoas de perfeição infinita em total convergência de comunhão amorosa.

A génese das galáxias ainda não tinha sido iniciada e já existia a comunhão familiar divina.

Como Deus é amor, a génese do Universo foi iniciada pela força criadora do Amor.

Como sabemos, a plenitude da pessoa não está em si, mas na comunhão amorosa.

Se a Divindade é comunhão amorosa de três pessoas, então Deus é vida em plenitude, pois a plenitude da vida amorosa não é a pessoa mas a comunhão.

Podemos dizer que a vida em plenitude precedeu o Universo!

Ainda antes da explosão primordial que deu início à génese do Universo, Já existia o Amor.

A Humanidade está a emergir e a constituir-se como comunhão de pessoas.

É verdade que as pessoas humanas não são iguais às divinas, mas são-lhe proporcionais.

Com efeito, as pessoas humanas já podem entrar em reciprocidade de comunhão amorosa com as pessoas divinas.

Esta possibilidade tornou-se realidade pelo mistério da Encarnação através do qual o divino se enxertou no humano.

Graças a este enxerto, as pessoas humanas são assumidas e plenificadas na comunhão com as divinas.


Em Comunhão Com Deus
Calmeiro Matias



UM CORAÇÃO QUE SÓ DEUS PREENCHE-III


III-A COMUNHÃO UNIVERSAL DO REINO

Com o aparecimento da vida espiritual no Universo, a evolução criadora atingiu o limiar da eternidade.

Depois, ficou esperando por Cristo, a fim de atingir a divinização.

Os seres humanos estão a emergir como pessoas em construção.

Crescer como pessoa significa crescer em densidade espiritual e capacidade de comungar amorosamente.

A vida pessoal, como sabemos, não é uma questão de quantidade.

Não se mede ao quilo nem se avalia pelo volume. Não se mede ao metro nem se analisa pelo cálculo das superfícies.

Mas podemos conhecer a qualidade e a grandeza de uma pessoa, estando atentos ao seu jeito de amar.

A identidade espiritual de uma pessoa é o jeito de amar, o qual é a expressão da qualidade do coração dessa pessoa e da sua profundidade de amar.

No Reino de Deus seremos eternamente conhecidos e identificados, pelo nosso jeito de amar.

No Céu, o jeito de amar de uma pessoa confere-nos o critério para conhecermos a história da realização histórica dessa pessoa.

É mediante o amor que a pessoa se encontra e encontra Deus e os irmãos, pois a pessoa possui-se a si, a Deus e aos irmãos na medida em que se dá.

Ao dar-se, a pessoa não se perde. Pelo contrário, encontra-se na reciprocidade da comunhão amorosa cujo coração é a comunhão da Santíssima Trindade.

Devido à densidade espiritual da vida pessoal os seres humanos já pertencem à cúpula da vida constituída em densidade definitiva.

Na verdade, não serve para a Vida Eterna quem se recusa a amar.

O Espírito Santo vai-nos moldando e configurando com Cristo, pois ele é, como diz São Paulo, “O amor de Deus foi derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).


Em Comunhão Convosco

Calmeiro Matias






quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

DIALOGANDO COM DEUS SOBRE A VIDA NOVA-I

I-ESTAMOS TALHADOS PARA A VIDA ETERNA

Trindade Santa, Vós sois o Deus único, o Senhor da Vida. A nossa fé assegura-nos de que nós não fomos criados para acabar no vazio da morte.

Por outras palavras, a vida Eterna é a meta para qual nos Vós nos criastes, Deus Santo. À luz do teu plano de amor para nós, morrer é, na realidade, a derradeira possibilidade de renascer.

Apenas os seres humanos têm consciência de que um dia vão morrer. Mas a consciência da inevitabilidade da nossa morte é um dom especial que nos é concedido.

Na verdade, o conhecimento de que um dia havemos de morrer capacita-nos para aprofundarmos o sentido da nossa vida.

Os animais não sabem que um dia morrerão e por isso não têm sentidos para viver. Podemos dizer que o sentido da vida e o sentido da morte caminham a passo igual.

Deus Santo, a experiência ensina-nos que o sentido da vida e o sentido da morte ganham uma profundidade maior na fase final da nossa vida.

De facto, à medida em que se aproxima o fim da sua história, a pessoa o amor é a grande razão que vale tanto para viver como para morrer.

Eis a razão pela qual Jesus só nos deu um único mandamento, isto é, o mandamento do amor.
Tal como ele nos ensinou, a densidade máxima do amor atinge-se quando alguém dá a vida pelos que ama.

Eis as suas palavras: “É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos” (Jo 15, 12-13).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

DIALOGANDO COM DEUS SOBRE A VIDA NOVA-II

II-FELIZES DOS QUE SE GASTARAM PELO AMOR

Na verdade, quem amou até à morte nasceu para a plenitude da vida. Felizes dos que gastaram a vida pelas causas do amor!

Para estas pessoas, a morte final não tem o sentido de uma tragédia sem saída, pois os que passaram a vida a amar souberam ir morrendo em cada dia ao egoísmo que tenta impedir o nascimento do Homem Novo.

O homem egoísta é o homem velho nascido de Adão, o qual encarna a morte uma tragédia sem remédio.

E é verdade! Com efeito, o caminho do egoísmo gradual, progressivo e incondicional, conduz à morte eterna.

É verdade que Deus é Amor. Também é verdade que Deus não condena ninguém e que as pessoas que vão para a morte eterna se condenam por sua própria decisão.

Felizes das pessoas que souberam ir morrendo para dar vida aos outros. Estas pessoas descobriram a maneira mais perfeita de rebentar os muros da própria finitude.

Com efeito, o Homem Novo não pode nascer sem que o Velho vá morrendo. Por outras palavras, não podemos nascer para a plenitude da Vida Eterna sem morrermos ao egoísmo que tenta enroscar-nos sobre nós mesmos, impedindo a nossa abertura à comunhão com Deus e os irmãos.

É verdade que a morte não atinge o homem interior, o qual é pessoal e espiritual. Por outras palavras, o homem espiritual é imortal. Mas a imortalidade não significa Vida Eterna, pois esta só acontece em dinâmica de comunhão.


Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias



DIALOGANDO COM DEUS SOBRE A VIDA NOVA-III


III-SÓ EM VÓS NOS PODEMOS ENCONTRAR

É importante aprender a morrer de modo gradual e progressivo ao egoísmo que é a fonte da vida velha, cuja dinâmica é a lei da selva.

Na verdade, a vida velha termina no fracasso da morte, acabando por entrar nos circuitos físicos da matéria cósmica.

A maneira de morrer à vida velha, ensinou Jesus, é gastá-la pelas causas do amor. As pessoas que vão morrendo ao egoísmo renascem como vida nova e ajudam os outros a edificar a sua vida eterna.

À luz do Evangelho de Jesus Cristo, a grande vocação do ser humano não é apenas manter o mais possível a vida mortal, mas edificar a vida eterna.

Vós nos chamastes, Deus Santo, a construir a Vida Nova, cuja plenitude se atinge na comunhão universal do Vosso Reino. É esta a dinâmica da vida que não morre.

Nós vos louvamos, Deus Santo, pelo chamamento que nos fazeis no sentido de construirmos a vida eterna mediante a dinâmica do amor.

Glória a ti, Jesus Cristo, que amaste de modo pleno e incondicional. Eis a razão pela qual venceste a morte no próprio acto de morrer. Aleluia!

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Calmeiro Matias

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

AO DEUS QUE FAZ HISTÓRIA CONNOSCO-I

I-PELA ENCARNAÇÃO OPTIMIZASTE O HUMANO

Deus Santo,
A Encarnação do Vosso Filho é o sinal mais claro de que sois o Deus da Humanização.

Na verdade, pelo mistério da Encarnação o divino enxertou-se no humano, a fim de o optimizar e assumir na própria Família Divina.

Vós bem sabeis que os seres humanos não nascem humanizado.

Além disso, só são capazes de amar depois de terem sido amados pelos outros.

O pecado é sempre uma recusa de amor que empobrece a nossa humanização.

De facto, as recusas de amor dos outros para connosco empobrecem ou bloqueiam as nossas possibilidades de amar.

Do mesmo modo, as nossas recusas de amor em relação aos outros empobrecem ou limitam as suas possibilidades de amar.

O pecado é sempre a recusa da pessoa a entrar na dinâmica da humanização e facilitar a humanização dos outros através do amor.

No que se refere às nossas possibilidades de humanização, nós começamos por ser o que os outros fizeram de nós.

Do mesmo modo, em relação ao mal, nós começamos por ser vítimas, ainda antes de sermos culpados.

Por outras palavras, todos nós, ainda antes de sermos pecadores, somos vítimas do pecado.

Eis a razão pela qual o leque das possibilidades ou talentos varia tanto de uma pessoa para outra.
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Calmeiro Matias

AO DEUS QUE FAZ HISTÓRIA CONNOSCO-II

II-AJUDA-NOS A VENCER AS FORÇAS DO MAL

Em relação à força desumanizante do pecado, os seres humanos começam por ser vítimas, ainda antes de serem culpados.

A esta dinâmica interactiva que nos condiciona ainda antes de sermos pecadores, a nossa fé dá o nome de pecado de Adão ou pecado original.

Começamos por ser vítimas do pecado e, depois, à medida em que começamos a dizer não aos apelos da humanização, passamos a ser culpados.

Os apelos da humanização são os próprios apelos do amor. Na verdade, o amor é a grande razão que vale para viver e morrer.

Por outras palavras, começamos por ser o que os outros fizeram de nós.

É dos outros que recebemos o leque primordial dos talentos, a matéria-prima de que dispomos para nos humanizarmos.

Depois realizamo-nos ou não a partir da nossa fidelidade aos talentos recebidos, como Jesus diz no evangelho de São Mateus (Mt 25, 14-30).

Deus Santo,
Humanizar-se é uma tarefa que temos de realizar. Ninguém a pode realizar por nós.

Mas nós sentimos a nossa fragilidade, pois são muitas as forças de bloqueio que habitam o nosso coração.

Estas forças manifestam-se em atitudes de cunho negativo:
Atitudes de orgulho, de egoísmo, ganância e falta de atenção às necessidades dos nossos irmãos.

Na verdade, muitas vezes somos indiferentes e insensíveis ao clamor dos nossos irmãos.

Há ainda as atitudes de arrogância motivadas pela fome de poder e vontade de dominar os outros.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

AO DEUS QUE FAZ HISTÓRIA CONNOSCO-III

III- ESPÍRITO SANTO E O HOMEM NOVO

Espírito Santo,
Tu está em nós como uma fonte permanente de inspiração.
Com o teu jeito maternal de amar, vais-nos sugerindo modo de agir em conformidade com a vontade Deus.

Ajuda-nos a ser fieis ao plano de Deus, pois nós sabemos que a sua vontade coincide rigorosamente com o que é melhor para nós.
Vem dizer a Palavra de Deus no nosso coração, a fim de sabermos discernir e enveredar pelo caminho da humanização, o único que conduz à divinização.

Dá-nos a capacidade de nos preocuparmos com o bem dos outros, a fim de vencermos o egoísmo que impede a emergência do Homem Novo configurado com Cristo.

Ilumina a nossa mente e fortalece o nosso coração, a fim de fazermos o bem e evitarmos o mal.

Vem com tua ternura maternal e ajuda-nos a moldar o nosso coração de acordo com o coração de Jesus.

Com a tua força e inspiração também nós podemos dizer com São Francisco de Assis:

“Senhor, fazei de mim um instrumento da vossa paz. Onde haja ódio que eu semeie o amor. Onde haja injúria que eu difunda o perdão”.

Ajuda-nos a vencer a indolência e dá-nos a força dos profetas, a fim de não conduzirmos a História para a marcha regressiva da desumanização.

Isto significaria inverter o impulso do Espírito Santo que insuflaste no barro primordial do qual saiu Adão.

Deus Santo,
Ajudai-me a ser um agente de humanização nesta História que é tarefa de todos nós!

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias