quarta-feira, 23 de abril de 2008

MORTE, RESSURREIÇÃO E VIDA ETERNA-II

II-MORTE E VIDA ESPIRITUAL

Como vemos, humanizar-se é emergir, isto é, desabrochar como interioridade pessoal livre, consciente, responsável, única, original, irrepetível e capaz de comunhão amorosa.

A dinâmica do amor é a força que faz emergir a nossa interioridade pessoal-espiritual. Na medida em que emerge e se fortalece o nosso ser espiritual, tornamo-nos capazes de comungar com os irmãos.

Com efeito, a morte mata apenas o que pertence à esfera da natureza. Existe a possibilidade de uma Segunda morte, mas esta passa-se, não ao nível do biológico, mas sim do pessoal-espiritual.

É verdade que a dimensão espiritual é imortal na sua essência, mas não na possibilidade de se possuir plenamente em contexto de comunhão amorosa.

Com efeito, a plenitude da pessoa não está em si, mas na reciprocidade da comunhão. A pessoa pode reduzir-se a si, opondo-se de modo gradual, progressivo e incondicional ao amor.

A Segunda morte não é obra da natureza, mas das nossas escolhas, decisões e opções egoístas.
Se isto acontecer, a pessoa auto enrosca-se, fechando-se ao amor e à comunhão do Reino de Deus.

A Segunda, portanto, só existe se nós decidirmos optar por ela. Como sabemos, Deus é amor e não pode negar-se a si mesmo.

Isto quer dizer que Deus não é o criador do estado de inferno ou da morte eterna. Por outras palavras, por ser amor, Deus não condena ninguém.

As pessoas que se condenam vão para a morte eterna por sua própria decisão. Se Deus é amor não tem sentido ter medo de Deus, pois não é normal ter medo do amor.

No entanto, não devemos esquecer-nos de que é muito perigoso brincar com Deus, pois a vontade de Deus coincide rigorosamente com o que é melhor para nós.

Na verdade, brincar com Deus significa brincar com o que é melhor para nós. O resultado desta atitude só pode ser o malogro e o fracasso.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

Sem comentários: