quarta-feira, 23 de abril de 2008

MORTE, RESSURREIÇÃO E VIDA ETERNA-IV

IV-A MORTE É CONDIÇÃO DE PLENITUDE

A morte como parto de nascimento é um acontecimento exclusivamente humano. Eis a razão pela qual apenas a pessoa humana tem consciência da sua morte.

Para o ser humano, a morte é uma interpelação e um convite a aprofundar o sentido da vida.
Podemos dizer que o acontecimento da morte ajuda-nos a compreender que, de facto, nascemos para renascer, como diz o evangelho de São João (Jo 3, 3-6).

Com efeito, o sentido da vida cresce em paralelo com o sentido da morte. Graças à Palavra de Deus e à luz do Espírito Santo nós vamos compreendendo pouco a pouco que não nascemos para acabar no cemitério ou no vazio da morte.

Na medida em que o ser humano se humaniza, o seu ser espiritual emerge no seu interior como o pintainho dentro do ovo.

O acontecimento da morte, visto a esta luz, surge como o momento em que rebenta a casca do ovo e o pintainho nasce e nasce para festa da vida plena.

Por outras palavras, enquanto está dentro do ovo, o pintainho não pode participar da plenitude da festa.

Se o bebé permanecesse para sempre no útero materno nunca poderia atingir a plenitude. O acontecimento da morte é, na verdade, o parto que possibilita à pessoa a plenitude da vida.

O ser humano normal não é alheio ao acontecimento da própria morte. A meditação sobre o sentido deste acontecimento vai abrindo de modo gradual e progresso horizontes para a transcendência da vida eterna.

Por pertencer à esfera da vida transcendente, a vida pessoal-espiritual só pode encontrar a plenitude nas coordenadas que estão para além da morte.

A meditação sobre o sentido da morte cria no ser humano uma aptidão privilegiada para compreender e aceitar a Palavra de Deus.

Por ser um homem perfeito, Jesus Cristo pertence ao património global da Humanidade.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

Sem comentários: