sábado, 24 de maio de 2008

A SALVAÇÃO COMO DOM DE DEUS PARA TODOS-V

V-CRISTO E A NOVA ALIANÇA

Após a sua conversão à fé cristã, as Escrituras que ele tanto amava, fizeram-no compreender a universalidade do plano salvador de Deus.

Na verdade, São Paulo conhecia muito bem os textos do profeta Isaías que anunciavam a salvação dos pagãos como o plano de Deus para os tempos messiânicos.

Eis as palavras de Isaías: “O estrangeiro que se converte ao Senhor não deve dizer, o Senhor excluiu-me do seu povo.

O eunuco não diga: “sou apenas um lenho seco”. Eis o que diz o Senhor:

“aos eunucos que guardarem os meus sábados e fizerem o que me é agradável, afeiçoando-se à minha aliança, dar-lhes-ei, no meu templo e dentro das minhas muralhas um nome duradoiro que jamais perecerá.

Aos estrangeiros que se converterem ao Senhor, tornando-se seus servos, servindo-o, amando-o e guardando o sábado sem o profanar, e cumprindo a minha aliança, hei-de conduzi-los a Sião, meu monte santo.

Então eu os cumularei de bens na minha casa de oração. Oferecerão sobre o meu altar holocaustos e sacrifícios que me serão agradáveis, pois a minha casa é casa de oração para todos os povos” (Is 56, 3-7).

Não é por acaso que os Actos dos Apóstolos nos descrevem demoradamente a conversão do primeiro pagão, o qual, além de pagão, era também um eunuco (Act 8, 26-37).

São Marcos diz que no momento em que Jesus expulsa os vendilhões do Templo, anuncia a universalidade da Salvação, tal como o profeta Isaías tinha anunciado.

Interrogado pelos sacerdotes sobre a sua autoridade para proceder deste modo, Jesus respondeu-lhes: “ A minha casa será casa de oração para todos os povos, mas vós fizestes dela um covil de ladrões” (Mc 11, 17).

Depois anuncia um Novo Templo e um Novo culto ao qual terão acesso todos os povos.
O evangelho de São Mateus diz que no momento da morte de Jesus não são os judeus, mas sim os pagãos que reconhecem Jesus como o Filho de Deus e o Salvador (Mt 27, 54).

Os evangelhos sinópticos dizem que no momento da morte de Jesus o véu do templo rasgou-se de alto a baixo (Mt 27, 51; Mc 15, 38; Lc 23, 45).

Isto significa que os cultos ineficazes do templo chegaram ao fim. É agora o tempo do novo culto em espírito e verdade, como diz São João (cf. Jo 4, 21-23).

Para lá do véu do templo estava o Santo dos Santos, local onde Deus se tornava presente.
Apenas o sumo-sacerdote tinha acesso ao Santo dos Santos, pois só ele tinha acesso directo com Deus.

No momento da morte e ressurreição de Jesus todos passam a ter acesso a Deus como membros da Família divina (Rm 8, 14-17; Gal 4, 4-7).

A Carta aos Hebreus diz que os cultos do templo não agradaram a Deus e, por isso foram ineficazes.

Eis a razão pela qual Jesus Cristo, ao vir ao mundo, acabou com eles, instituindo o novo culto que consiste em fazer a vontade de Deus (Heb 5, 9).

Tudo isto estava previsto por Deus, diz a Carta aos Hebreus, pois o seu plano era estabelecer uma Nova Aliança assente sobre um Novo Culto.

Em seguida, a Carta aos Hebreus cita o profeta Jeremias dizendo que Deus já tinha previsto uma Nova Aliança, a qual teria como fundamento um novo culto:

“De facto, com uma só oferta, Cristo tornou perfeitos para sempre os que são santificados por ele.

Era isto que o Espírito Santo nos queria dizer quando afirmou: “Esta é a aliança que estabelecerei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor: porei as minhas leis nos seus corações e gravá-las-ei nas suas mentes e não mais me recordarei dos seus pecados nem das suas iniquidades” (Heb 10,
14-17).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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