
O Deus da Revelação diz-se de modo gradual e progressivo. Por outras palavras, o rosto de Deus foi-se definindo de modo surpreendente, transcendendo tudo o que a razão e as religiões tinham dito.
As religiões tinham criado uma série imagens de Deus, as quais não eram mais que rostos do próprio Homem.
De modo gradual e progressivo, Deus foi-se revelando, ao ponto de se revelar como um Deus que é comunhão amorosa de três pessoas.
Movido pelo seu amor incondicional, Deus decidiu criar o Homem à sua imagem e semelhança e sonhou logo com o mistério da Encarnação, a fim de o Homem poder ser incorporado na Família de Deus.
A dinâmica da Encarnação acontece como uma união orgânica entre a interioridade divina do filho Eterno de Deus e a interioridade humana de Jesus de Nazaré, o Filho de Maria.
Como Jesus é homem connosco ele é a cepa da videira da qual nós somos os ramos (Jo 15, 1-7).
Como o Humano e o Divino em Jesus Cristo fazem uma união de grandeza humano-divina, a Humanidade, unida a Jesus, fica unida com ele ao mistério da Santíssima Trindade.
São Paulo diz que todos os que são movidos pelo Espírito Santo são incorporados na comunhão familiar divina, como filhos e herdeiros de Deus Pai e co-herdeiros do Filho de Deus (Rm 8, 14-17).
Esta incorporação do Homem na Família de Deus é um dom. O modo concreto de aceitarmos este dom é vivermos as propostas do amor a Deus e aos irmãos.
O mistério de um Deus que é comunhão familiar, juntamente com os mistérios da Encarnação e da divinização do Homem, constitui o coração da revelação de Deus.
Calmeiro Matias
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