segunda-feira, 12 de maio de 2008

DO BARRO INICIAL AO HOMEM DIVINIZADO-V

V-ESPÍRITO SANTO E PLENITUDE HUMANA

Graças a esta presença dinâmica do Espírito Santo em nós, Deus torna-se realmente o Emanuel, isto é, o Deus connosco, como diz o evangelho de São Mateus:

“Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho a quem chamarão Emanuel, isto é, Deus connosco” (Mt 1, 23).

Pelo primeiro beijo, o Espírito Santo Deus vai-nos moldando à imagem e semelhança de Deus (Gn 1, 26-27).

Pelo segundo, incorpora-nos na Família Divina (Jo 1, 12-14). Pelo primeiro beijo, o Espírito Santo ajuda-nos a caminhar no processo da nossa humanização.

Pelo segundo realiza em nós a dinâmica da ressurreição, a qual culmina na assunção e incorporação na Família Divina.

Para o evangelho de São João, a Eucaristia é o mistério da comunicação do Espírito como alimento da vida eterna.

O Espírito Santo é o Espírito de Cristo ressuscitado. Assim como ressuscitou Jesus também nos vai ressuscitando com ele:

“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e eu nele. Assim como o Pai que me enviou vive e eu vivo pelo Pai, do mesmo modo quem me come viverá por mim” (Jo 6, 56-57).

Graças à acção do Espírito Santo, Jesus de Nazaré, o Filho de Maria, faz um com o Filho Eterno de Deus, tal como o Pai e o Filho, em Deus, fazem um.

Eis as palavras de Jesus no evangelho de São João: “Eu e o Pai somos Um” (Jo 10, 30). Jesus Cristo é, pois a condição para o dinamismo salvador do Espírito Santo se difundir organicamente pela Humanidade, incorporando-nos na família da Santíssima Trindade.

Deste modo o Filho unigénito de Deus, pelo mistério da Encarnação tornou-se o primogénito de muitos irmãos, como diz a Carta aos Romanos (Rm 8, 29).

São Paulo diz que o nosso coração é templo do Espírito Santo: “Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita em vós?” (1 Cor 3, 16).

Na Segunda Carta aos Coríntios, São Paulo volta a insistir neste ponto, dizendo: “Nós é que somos o templo do Deus vivo, como disse o próprio Deus: Habitarei e caminharei no meio deles, serei o seu Deus e eles serão o meu povo” (2 Cor 6, 16).

É, pois, a partir do nosso íntimo que se constitui essa união orgânica que nos insere na Família de Deus:

“Não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo que está em vós e que recebestes de Deus? “ (1 Cor 6, 19).

A única força que pode destruir em nós o templo de Deus é o egoísmo, a fonte de todo o pecado:
“Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá, pois o templo de Deus é santo e esse templo sois vós” (1 Cor 3, 16-17).

O livro do Apocalipse descreve esta comunhão do Homem com Deus de maneira muito bonita:
“E ouvi uma voz potente que vinha do trono e dizia: ‘Esta é a morada de Deus entre os homens.

Ele habitará com os homens e eles serão o seu povo. O próprio Deus estará com eles e será o seu Deus, enxugando todas as lágrimas dos seus olhos e não haverá mais morte nem pranto nem dor”. (Apc 21, 3-4).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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