
Cristo é, pois, a Cabeça da Nova Humanidade. Dele nos vem o Espírito Santo que faz de nós membros da Família de Deus: filhos em relação a Deus Pai e irmãos em relação em Filho de Deus (Rm 8, 14-17).
É este o Homem Novo reconciliado com Deus. O evangelho de São João diz que o Homem Novo acontece através de um novo nascimento mediante o Espírito Santo (Jo 3, 6).
Este novo nascimento acrescenta o mesmo evangelho, acontece, não pela vontade da carne ou do homem, mas pela vontade de Deus.
Foi para isto que o Filho de Deus encarnou e veio habitar no nosso meio (Jo 1, 12-14).
Este dom, por acontecer na dinâmica da união orgânica universal não tem a ver com uma questão de raça, língua ou nacionalidade.
O projecto sonhado por Deus é para todos os homens e não apenas para uma parcela da Humanidade.
Eis as palavras de Deus para Abraão ao fazer com ele uma aliança em favor de toda a Humanidade: “Todas as famílias da Terra serão abençoadas na tua posteridade” (Gn 12, 3).
Ser filho de Abraão, isto é, eleito de Deus, é uma realidade espiritual e não de tipo genealógico, disse Jesus.
Na verdade, Deus pode fazer até das pedras filhos de Abraão (cf. Mt 3, 7-9). A carta aos Efésios diz que a salvação dos pagãos é parte integrante do mistério e da missão de Cristo:
“Por revelação me foi dado conhecer o mistério (plano secreto), tal como acima vo-lo comuniquei resumidamente.
Lendo-o podeis fazer uma ideia da compreensão que tenho do mistério de Cristo, o qual não foi revelado às gerações passadas como agora foi dado a conhecer, pelo Espírito Santo, aos seus santos apóstolos e profetas.
Segundo este mistério, os pagãos são admitidos à mesma herança que os filhos de Abraão.
Na realidade, eles são membros do mesmo corpo e participantes da mesma promessa em Cristo Jesus (...).
A mim, o menor de todos os santos, foi-me dada a graça de anunciar aos pagãos a insondável riqueza de Cristo e a todos iluminar sobre a realização do mistério escondido no coração de Deus, o Criador de todas as coisas, desde os tempos mais remotos” (Ef 3, 2-9).
Ao falar deste modo, São Paulo está a falar como teólogo judeo-cristão, grande conhecedor das Escrituras.
Calmeiro Matias
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