
I-TORNAR-SE CONSCIENTE
Ninguém nasce consciente. Podemos dizer que a consciência humana se estrutura ao mesmo tempo que a pessoa humana se torna livre e responsável.
A pessoa humana realiza-se em relações. Isto quer dizer que o ser humano não começa a ser consciente de modo isolado.
Ainda antes de nos habitarmos, isto é, de sermos conscientes, já estamos habitados pelos outros.
O chamado superego não é mais que o conjunto de opiniões, critérios e modos de valorizar que os outros foram inscrevendo em nós através da educação.
Na verdade, o superego é o conjunto de noções de bem e mal que foram inscritas em nós pelos outros.
Com efeito, os seres humanos começam por ser o que os outros fizeram deles. Não escolhemos nada.
Cada pessoa se encontra na existência com um leque primordial de talentos que são a matéria-prima para a sua humanização.
O feixe de talentos de uma pessoa é diferente do feixe de talentos de todas as outras pessoas.
É esta a razão pela qual cada pessoa é única, original e irrepetível.
Ao contar a parábola dos talentos, Jesus disse que uns recebem cinco, outros três, dois ou um (cf. Mt 25, 14-15).
Ninguém é herói por receber cinco talentos, como ninguém é culpado por receber dói ou um.
A heroicidade, acrescentou Jesus, está na fidelidade aos dons recebidos (cf. Mt 25, 16-23).
Isto quer dizer que, de facto, começamos por ser o que os outros fizeram de nós. No entanto, o mais importante não é isso, mas a maneira como nos construímos com os talentos que recebemos.
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