terça-feira, 6 de maio de 2008

BÍBLIA E ESPIRITUALIDADE DE CRISTO-V


V-CRISTO É O REI DA VIDA ETERNA

Por outras palavras, graças à ressurreição de Jesus, a Humanidade fica de novo com acesso à Árvore da Vida.

Ao ressuscitar, Jesus demonstrou ser o Pão da Vida do qual o maná fora apenas um símbolo (Jo 6, 50-52).

Ele é também a Árvore da Vida que nos dá o fruto da vida eterna, isto é, o Espírito Santo (Jo 6, 62-63).

Ele é a fonte da Água Viva que faz emergir uma nascente de Vida eterna no nosso íntimo (Jo 4, 14; 7, 37-39).

É este também o sentido do sinal da água convertida em vinho na festa das bodas de Caná da Galileia.

A água das abluções judaicas agora é substituída pelo vinho da Nova e Eterna Aliança, isto é, o Espírito Santo (Jo 2, 6-10).

Como já afirmámos acima, as Escrituras, vivificadas pelo Espírito Santo, foram fortalecendo a espiritualidade de Jesus Cristo, proporcionando-lhe os critérios certos para realizar a sua missão messiânica.

A vida de Jesus Cristo, portanto, movia-se numa dinâmica muito especial: a fidelidade à Palavra e o amor incondicional a Deus e aos irmãos.

Ele conseguiu esta meta graças ao facto de ser totalmente fiel ao Espírito Santo, princípio vivificante deste amor.

Ao mesmo tempo que convidava Jesus para viver numa linha de fidelidade a Deus Pai, o Espírito conduzia-o para um empenhamento libertador em relação aos irmãos.

Segundo Lucas, o Espírito consagrou Jesus para anunciar a Boa Nova aos pobres, a libertação aos cativos e o ano da graça ou da fraternidade incondicional (Lc 4, 18-21).

Jesus tinha consciência da presença do Espírito a actuar em si, tal como Isaías o anunciara: (cf. Is 61, 1-3).

Numa passagem muito bonita, o profeta disse que ele tinha a plenitude do Espírito, simbolizada pelos sete dons:

“Brotará um rebento do tronco de Jessé (pai de David) e um renovo brotará das suas raízes.
Sobre ele repousará o Espírito do Senhor: Espírito de Sabedoria e entendimento.

Espírito de Conselho e fortaleza. Espírito de ciência e temos do Senhor. Não julgará pelas aparências nem pelo que ouviu dizer.

Julgará os pobres com justiça e os humildes da terra com equidade. Ferirá os tiranos com os decretos da sua boca e os pérfidos com o sopro dos seus lábios” (Is 11, 1-5.

Os relatos sobre o baptismo de Jesus sublinham esta presença do Espírito na vida de Jesus.
Jesus tinha consciência da acção do Espírito Santo nas suas atitudes e opções (Mc 1, 9-12;Mt 3, 13-17;Lc 3, 21-22).

Os Actos dos Apóstolos dizem que Jesus, após o baptismo passou a vida a fazer o bem e a libertar as pessoas oprimidas que se cruzavam na sua vida (Act 10, 37-42).

Aplicando a Jesus as palavras do evangelho de São João, podemos dizer que a sua vida foi um verdadeiro culto em Espírito e Verdade (Jo 4, 20-21).

Como tomava Deus a sério, falava de modo familiar com o Pai e procurava agir sempre de acordo com a Sua vontade.

Ensina os discípulos a orar ao seu jeito, dirigindo-se a Deus chamando-o Pai-Nosso (Mt 6, 5-13).
Gastou a sua vida com um só objectivo: ser fiel à missão que Deus lhe confiou e incorporar a
Humanidade na Família de Deus.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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