
Podemos dizer que o código moral dos grupos que nos marcaram foi deixando os seus registos e moldes.
Este conjunto de experiências e registos foram formando uma estrutura mental que nos condiciona constantemente, mesmo sem disso nos apercebermos.
O superego é como que a identidade social que nos habita e acompanha para todo o lado. O não cumprimento das normas recebidas e estruturadas no nosso superego deixa-nos inquietos e gera em nós sentimentos de culpa.
Quanto mais severos e rígidos tenham sido os padrões recebidos, mais são geradores de culpabilidade em nós.
É verdade que o ser humano precisa de um superego para se humanizar, mas este não deve funcionar como a última palavra no processo da nossa humanização.
De facto, uma pessoa que apenas actuasse movida pelo seu superego não se tornaria livre, consciente, responsável e capaz de amar.
Por outras palavras, nós não podemos realizar sem os outros, mas estes não nunca a medida da nossa realização, pois cada pessoa é única, original e irrepetível, como vimos mais acima.
Por outras palavras, ajudar o outro a crescer é permitir e facilitar a emergência da sua originalidade.
O crescimento da pessoa humana acontece como emergência gradual e progressiva a partir de dentro.
Crescer como interioridade pessoal significa ficar espiritualmente mais robusto e com mais capacidade de interagir amorosamente.
As possibilidades de humanização que os outros inscreveram na pessoa têm de ser realizados por ela em harmonia com a sua unicidade pessoal.
Cada ser humano estrutura de modo diferente os modos de ver, valorizar e agir que os outros lhe comunicaram.
A razão deste modo original de a pessoa estruturar os valores recebidos dos outros deve-se às características dos nossos genes e ao modo como estes se combinaram.
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