terça-feira, 20 de maio de 2008

PAIS E FILHOS FACE A FACE-III

III-ATITUDES QUE GERAM MATURIDADE

Gostava de chamar a vossa atenção para alguns aspectos importantes: Estai atentos para não me dar tudo o que vos peço. Por vezes peço apenas para Ter a certeza de até onde posso desfrutar.

Mais que de muitas coisas eu preciso de vós. Não me griteis. Tenho menos respeito e admiração por vós quando comunicais comigo aos gritos.

Na fundo, se me gritais estais a ensinar-me a gritar também. Habituai-vos a pedir-me coisas em vez de me estardes sempre a dar ordens. Isso cria em mim uma consciência de escravo.

Se em vez de me dar ordens me pedis coisas eu vou aprendendo de modo progressivo de servir de modo gratuito e amoroso.

Cumpri as vossas promessas, sejam agradáveis ou não. Se for um prémio dai-mo. Se for um castigo procurai ser justos. Não me deis castigos injustos, pois nunca mais os esqueceremos.

Não me compareis com os outros. Se me fazeis sentir melhor que os outros alguém vai sofrer por causa disso.

Se, pelo contrário, me fazeis sentir pior, muito provavelmente ficarei machucado e complexado para o resto da vida.

Não estejais sempre a mudar de opinião sobre o que devo ou não fazer. Este modo de proceder desorienta-me e faz-me sentir inseguro.

Decidi-vos e mantende a vossa decisão. Deste modo eu vou compreendendo que os valores são o alicerce sobre o qual se deve construir a pessoa.

Por outras palavras, os valores, tal como a humanização do ser humano não são questões arbitrárias.

Age de modo a que eu aprenda a valer-me por mim. Não me substituas, de contrário não poderei aprender nem poderei chegar à maturidade.

Não digais mentiras na minha frente e nunca me peçais para mentir em vosso nome, ainda que seja para vos libertardes de uma dificuldade.

Procedendo assim, fazeis com que eu perca a fé e a confiança em vós. Além disso ensinais-me a ser mentiroso.

Quando eu fizer algo errado não mencioneis muitas vezes esse facto, nem insistais demasiado para que eu diga as razões desse mau procedimento.

Por vezes nem eu próprio conheço a razões de tais procedimentos. Outras vezes tenho muita vergonha de confessar os motivos dos meus erros.

Quando vos tiverdes enganado reconhecei o vosso engano. Podeis ter a certeza de que, deste modo, me estais ensinando a reconhecer e admitir os meus erros.

Não me peçais para fazer coisas que vós não fazeis. Eu aprendo a fazer o que fazeis, mesmo que não mo digais.

Mas nunca aprenderei a fazer o que dizeis, mas não fazeis. Quando te aperceberdes de que tenho necessidade de vos contar um problema nunca me digais: “Não tenho tempo para tolices”.

Mesmo que os meus problemas vos pareçam insignificantes, para mim são muito importantes.
Eu sei que, por vezes, estais cansados, mas eu preciso muito de vós.

Podeis ter a certeza de que sois muito importantes para mim. Por favor, dizei-me que gostais de mim, embora isso vos possa parecer desnecessário.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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