
A verdade a união orgânica de todos os seres humanos pode perceber-se na realidade de cada ser humano.
De facto, cada pessoa é um ser habitado por muitas outras pessoas. Por outras palavras, quando começamos a ser conscientes de nós já estamos habitados por todas aquelas pessoas que nos foram transmitindo valores, critérios que nos levam a decidir e actuar de uma certa maneira e não de outra.
Os dados que estas pessoas foram incutindo em nós através da educação formam essa estrutura psíquica inconsciente a que damos o nome de superego.
Apesar de ser inconsciente, o superego está sempre presente no sentido de possibilitar as nossas decisões, opções e modos de agir.
É na perspectiva deste entretecido humano que nós devemos ver a dinâmica negativa do pecado de Adão: Todos nós, ainda ante4s de sermos pecadores, já somos vítimas do pecado.
O Espírito Santo gera em nós sentido de pecado, nunca sentimentos de culpa. Os sentimentos de culpa surgem em nós como obra do superego.
Dizer que o Espírito Santo gera em nós sentido de pecado significa que ele nos faz ver as nossas possibilidades de agir na linha do amor.
Não o fazer é pecado. Na verdade, o pecado é a resistência aos apelos que o amor faz no nosso coração.
O nosso superego deita-nos em cara as coisas incorrectas que fizemos, fazendo-nos sentir culpados. O Espírito Santo nunca age assim.
Como podemos ver, ninguém é capaz de se habitar de modo pleno, isto é, de modo consciente, livre e responsável sem antes ter sido habitado pelos outros.
A bíblia vê a universalidade do pecado de Adão no facto de a Humanidade formar um todo orgânico cuja cabeça é Adão.
Utilizando o famoso ditado popular diríamos que quando a cabeça não tem juízo, quem paga é o corpo.
Como cabeça da Humanidade, Adão não teve juízo e por isso todo o corpo está cheio de interacções negativas.
Mas Deus, movido pelo seu amor por nós, suscitou-nos uma nova cabeça, isto é, Jesus Cristo, o Novo Adão.
Do primeiro herdámos o pecado e a morte, diz a Carta aos Romanos (Rm 5, 12). Do segundo herdámos a vida (Rm 5, 18-19).
“Todos os que estão organicamente unidos a Cristo, diz São Paulo, são uma Nova Criação. Tudo isto nos vem de Deus que, em Cristo, nos reconciliou consigo, não levando mais em conta o pecado dos homens (2 Cor 5, 17-19).
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