domingo, 11 de maio de 2008

ROSTO COMUNITÁRIO DE DEUS E SALVAÇÃO-III

III-ACOLHIDOS COMO FAMÍLIA

Graças ao dom do Espírito Santo que nos vem de Cristo ressuscitado, o ser humano já pode entrar no diálogo da Santíssima Trindade.

Podemos dizer que orar no Espírito santo é entrar no diálogo familiar com Deus: filhos que dialogam com Deus Pai e irmãos que dialogam com o filho eterna de Deus.

Quando acontece no Espírito Santo, a nossa comunicação com Deus passa-se ao nível da comunhão familiar humano-divina.

O Pai revela-se-nos como um Pai bondoso que nos ama incondicionalmente e, portanto, está sempre disposto a perdoar.

É no Espírito Santo que o Filho se comunica connosco e nos revela o Seu coração de irmão solidário, companheiro fiel, disposto a partilhar e a dar uma mão para apoiar e ajudar.

Ao Encarnar, o Filho de Deus deu provas de ser um irmão leal, generoso e sempre disposto a dar o melhor de si.

É um irmão sempre atento, embora de modo discreto, sincero e fiel. O Espírito Santo é o amor maternal de Deus. São Paulo diz que ele é o amor de Deus derramado nos nossos corações.

Com seu jeito maternal de amar, o Espírito Santo introduz-nos na comunhão da Família Divina.
Na verdade é sempre através da ternura maternal que as pessoas são introduzidas na comunhão familiar.

São Paulo diz que todos os que são conduzidos pelo Espírito Santo são filhos e herdeiros de Deus Pai e irmãos e co-herdeiros do Filho de Deus (Rm 8, 14-17).

Depois acrescenta de Jesus Cristo é o primogénito dos muitos irmãos (Rm 8, 29). O Espírito Santo é o sangue de Deus a circular no nosso íntimo, alimentando e fortalecendo a vida divina em nós.

Ele é o Consolador que nos fortalece e consagra para anunciarmos o Evangelho aos irmãos.
Perante as perseguições ele liberta-nos do medo e inspira-nos o que devemos dizer para testemunharmos a nossa fé nos momentos de aflição (Mt 10, 20).

É o Espírito Santo que faz cair dos nossos olhos as escamas que nos impedem de ver com nitidez o mistério de Deus e a salvação que ele nos oferece em Cristo.

Depois de estas escamas caírem dos nossos olhos, podemos ser apóstolos de Cristo, tal como aconteceu com São Paulo logo que as escamas caíram dos seus olhos (Act 9, 18).

O rosto do nosso Deus é trinitário. A essência de Deus é as relações comunitárias. As pessoas divinas não são meros elementos de adorno de uma natureza divina abstracta.

Pelo contrário, a natureza divina, tal como a humana, concretiza-se em pessoas.Por outras palavras, a natureza divina realiza-se de modo único, original e irrepetível em cada uma das pessoas divinas.

Do mesmo modo, a natureza humana está a emergir de modo único, original e irrepetível no concreto de cada pessoa humana.

A Criação leva consigo as impressões digitais da Santíssima Trindade, isto é, o selo das relações.
Desde o átomo ao sistema solar, da galáxia à totalidade do Universo, tudo tem a marca das relações.

Mas é nas pessoas humanas que as relações podem tornar-se semelhantes às relações entre as pessoas divinas, isto é, relações de amor e comunhão.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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