
O Homem exterior, vem do barro. Isto quer dizer que o homem não é um anjo caído do céu, mas um ser que surge da terra através de um processo evolutivo.
É isto que significa o processo do barro a amassar-se. Podemos dizer que através da marcha evolutiva, o barro orgânico foi-se configurando, até dar o salto da hominização.
O barro ficou amassado quando a complexidade cerebral atinge a especificidade humana. Por outras palavras, quando a marcha evolutiva atingiu a complexidade neurológica humana, o barro está amassado.
Neste momento já pode acontecer a comunicação do hálito da vida, isto é, o Espírito Santo cuja missão é provocar o impulso da humanização.
Com o seu jeito maternal de amar, o Espírito Santo é o grande protagonista da epopeia da humanização.
Graças ao hálito da vida, o barro torna-se barro com coração, isto é, uma pessoa capaz de amar.
Na verdade o ser humano, movido pela dinâmica do Espírito Santo, é capaz de eleger os outros como alvo de bem-querer, agindo de modo a facilitar a sua realização e felicidade.
Na verdade, quando fazemos o bem já estamos a responder aos apelos que, no íntimo da nossa consciência, o Espírito Santo nos vai dirigindo.
É assim a intervenção especial de Deus na criação do Homem. É este o sopro divino no barro amassado.
É verdade que a pessoa não nasce consciente. Mas à medida que a consciência forma torna-se o altifalante do Espírito Santo.
Isto significa que a pessoa que age em harmonia com a sua consciência, está a agir em harmonia com os valores que lhe foram transmitidos e a ser fiel à voz do Espírito Santo.
É neste face a face interior com Deus e os outros que o ser humano se vai humanizando através da dinâmica das relações.
Como sabemos, ninguém se realiza sozinho. Começámos por ser o que os outros fizeram de nós. Mas isto não é o mais importante.
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