domingo, 11 de maio de 2008

ROSTO COMUNITÁRIO DE DEUS E SALVAÇÃO-II

II-ASSUMIDOS NA COMUNHÃO TRINITÁRIA

Pelo acontecimento da Encarnação, o Espírito Santo foi-nos comunicado de modo intrínseco, tornando-se a seiva da vida eterna a circular em nós.

Ele é como a seiva da laranjeira que se comunica ao ramo de limoeiro que nela foi enxertado.
Quando decidimos fazer o bem estamos já a responder aos apelos que o Espírito Santo faz no mais íntimo do nosso coração.

São Paulo diz que todos os que são movidos pelo Espírito Santo são filhos e herdeiros de Deus Pai e co-herdeiros com o Filho Eterno de Deus que escolheu ser nosso irmão (Rm 8, 14-16).

O espírito Santo já actuava na História antes de Jesus Cristo, mas não a nível intrínseco. Foi em Cristo que o Espírito Santo nos foi comunicado à maneira da seiva que vem da cepa para alimentar os ramos (Jo 15, 1-7).

A comunicação intrínseca do Espírito Santo faz de nós uma união orgânica de tipo familiar com Deus.

O Pai e o Filho fazem um no Espírito Santo (Jo 10, 30). Trata-se de uma união onde a pessoa do Pai encontra a sua plenitude paternal no face a face com o Filho e Este encontra a sua plenitude filial no face a face com o Pai.

Ao ressuscitar, Jesus Cristo comunica-nos o princípio vital do Espírito Santo, o qual nos confere o poder de nos tornarmos filhos de Deus (Jo 1, 12-14).

Deste modo, passámos a fazer um todo orgânico com o Pai e o Filho (Jo 17, 21-23). O evangelho de São João diz expressamente que este dom intrínseco do Espírito Santo só nos foi comunicado através de Cristo ressuscitado (Jo 6, 62-63).

É no espírito Santo que o Pai e o Filho nos amam incondicionalmente. Deus não esteve à espera que fossemos bons para nos amar. Aliás nunca nos chegaria amar-nos.

Pelo contrário, é porque Deus nos ama de modo incondicional que nos dá a força e a luz do Espírito Santo, a fim de nos ajudar a ser bons.

Os fariseus pensavam que podiam ser bons sem Deus. Por isso caíram no legalismo, que é uma mera execução de normas, leis e preceitos que não passam de invenções humanas e de um modo de agir que não cria em nós um coração fraterno.

A plenitude da pessoa não está em si, mas na comunhão. Isto quer dizer que santidade é igual a comunhão amorosa.

Deus é a santidade por excelência, pois é uma comunhão trinitária perfeita. A Primeira Carta de São João diz que Deus é Amor (1 Jo 4, 8).

Só vivem em comunhão com Deus as pessoas que vivem em dinâmica de amor.

Em Comunhão convosco
Calmeiro Matias

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