
Como seres dotados de livre arbítrio somos chamados a responder aos possíveis que recebemos dos outros, realizando-nos de acordo com estes valores.
À luz da fé cristã, a meta que nos aguarda no final deste processo de realização histórica é a Comunhão Universal do Reino de Deus.
Esta tarefa só pode ser atingida através do amor, essa dinâmica de bem-querer que tem como origem a pessoa e como meta a comunhão.
De facto, amar é eleger o outro como alvo de bem-querer, aceitando-o, apesar de ser diferente, valorizá-lo e agir de modo a facilitar a sua realização pessoal.
Agindo deste modo estamos a humanizar-nos e a facilitar a humanização daqueles que realmente se encontram connosco.
A vida pessoal humana pertence à cúpula personalizada da Criação. Deus criou-nos para que nos criemos. Somos responsáveis pela nossa realização.
A humanização do ser humano é uma tarefa que ninguém pode realizar por ele. Podemos dizer com toda a verdade quem no Homem, a Criação tornou-se consciente, livre e responsável.
Em nós e através de nós a Criação já dialoga com Deus e é capaz de viver uma aliança de amor.
A meta para a comunhão estamos a caminhar é a incorporação na Família divina do Pai, Com o Filho no Espírito Santo.
Utilizando a linguagem simbólica do Livro do Génesis, podemos afirmar que a novidade do cérebro humano significa que o barro ficou amassado.
Deus já pode introduzir no interior do barro o hálito da vida divina, esse impulso primordial que possibilita a marcha da humanização (cf. Gn 2, 7).
Com efeito, a lei da humanização é:
"Emergência pessoal mediante relações de amor e convergência para a Comunhão Universal".
Esta arte supõe opções e escolhas com o sentido do amor, que por vezes implicam grande sofrimento.
O Homem Novo, isto é, o Homem capaz de comunhão amorosa, não nasce sem que o homem velho, isto é, o homem egoísta vá morrendo.
Na medida em que o ser humano se humaniza, cresce como pessoa e, portanto, transcende o próprio Universo.
Na verdade, o Universo não é uma pessoa livre, consciente, responsável e capaz de comunhão amorosa.
Só as pessoas em contexto de relações e comunhão amorosa são imagens perfeitas de Deus. É verdade que as pessoas humanas não são iguais às divinas, mas são-lhe proporcionais, pois já podem entrar em comunhão com elas.
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