
Este dom teve início com o mistério da Encarnação e atingiu a plenitude com a ressurreição de Cristo. Através da Encarnação o Divino enxertou-se no Humano, a fim de todos nós sermos divinizados.
No momento em que Jesus ressuscitou, a dinâmica do Natal que até então só habitava o seu coração, passou a habitar o coração de todos os seres humanos.
Com efeito, a salvação acontece pela incorporação das pessoas humanas na Comunhão Familiar das Pessoas Divinas.
Com o seu jeito maternal de amar, o Espírito Santo incorpora-nos na Família de Deus: Como filhos em relação a Deus Pai e como irmãos em relação ao Filho de Deus.
Os dois pilares da dinâmica que nos salva são, na verdade, o Natal e a Páscoa.
A seiva que vivifica e robustece esta união humano-divina é o Espírito Santo, o Sangue da Nova e Eterna Aliança.
É este o mistério proclamado na Eucaristia, de modo particular no rito da comunhão do Pão e do Vinho consagrados.
O Evangelho de são João diz que a carne e o sangue de Cristo ressuscitado é o Espírito Santo e não uma realidade de tipo biológico (Jo 6, 62-63).
No momento da comunhão eucarística, os crentes reforçam a união orgânica que os liga a Cristo e à Santíssima Trindade, crescendo como Corpo de Cristo.
Eis a palavras de São Paulo: "Comemos do mesmo pão porque fazemos um só Corpo" (1 Cor 10, 17).
E ainda: “Vós sois membros do corpo de Cristo, cada qual na parte que lhe toca” (1 Cor 12, 27); "Todos fomos baptizados no mesmo Espírito, a fim de formarmos um só corpo" (1 Cor 12, 13).
Como Sangue da Nova aliança, o Espírito Santo reforça os elos da nossa comunhão com Cristo e torna-nos participantes da sua ressurreição.
Eis as palavras de Jesus a este respeito: "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e eu nele.
Assim como o Pai que me enviou vive e eu vivo pelo Pai, assim também aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue viverá por mim" (Jo 6, 56-57).
Ao comerem o Pão e beberem o Vinho da Eucaristia, os cristãos estão a afirmar que é no interior da pessoa que acontece a união e a interacção que diviniza a pessoa humana, incorporando-a na Família Divina.
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