segunda-feira, 12 de maio de 2008

DO BARRO INICIAL AO HOMEM DIVINIZADO-I

I-O BARRO AMASSADO

Ao iniciar a génese da criação, Deus já tinha em mente a emergência da vida pessoal-espiritual, condição básica para esse gesto de amor infinito que é a Encarnação e a ressurreição de Cristo.

Por outras palavras, ao iniciar a marcha criadora do Universo, Deus já tinha em vista a génese da vida espiritual humana e a sua divinização em Jesus Cristo.

A revelação diz-nos que a plenitude dos seres humanos não culmina na comunhão humana, mas sim na assunção e incorporação na Família de Deus.

É verdade que a humanização precisa de um contexto amoroso para acontecer. Mas a nossa plenitude acontece através de Jesus ressuscitado que nos comunica o Espírito Santo e nos introduz na comunhão familiar da Santíssima Trindade.

É esta a razão pela qual temos de nascer de novo pelo Espírito Santo, como diz o evangelho de São João (Jo 3, 6).

Depois acrescenta: “A todos os que o receberam deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.
Estes não nasceram dos laços do sangue, nem dos impulsos da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus.

E o Verbo encarnou e veio habitar entre nós” (Jo 1, 12-14). Foi-nos dado o poder de nos tornarmos filhos de Deus. Isto significa que Deus está connosco, mas não está em nosso lugar.

Por outras palavras, nascemos inacabados, a fim de completarmos em nós a obra criadora de Deus, isto é, humanizarmo-nos em relações de amor, a fim de atingirmos a plenitude do Reino de Deus.

Emergir como pessoa significa crescer em densidade espiritual e capacidade de amar e comungar com Deus e os irmãos.

O ser humano nasce hominizado, isto é, com uma estrutura natural própria de homem, mas não nasce humanizado, pois a humanização é uma tarefa que só tem sucesso se for realizada em contexto de relações de amor.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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