quarta-feira, 13 de agosto de 2008

O HOMEM É UM MISTÉRIO QUE SE REVELA-VI

VI-EMERGIR NA HISTÓRIA PARA ATINGIR A ETERNIDADE

Podíamos dizer que a matéria-prima da nossa realização é o nosso futuro é o que nos falta realizar para atingirmos a nossa plena realização.

Esta matéria-prima é o leque de possíveis que ainda temos para realizar. Mas este futuro pode acontecer ou não. Isso depende de nós.

A título de exemplo diríamos que o ovo de galinha, quando está fecundado, está cheio de possíveis para dar um pintainho.

Mas estes possíveis podem realizar-se ou não. Assim, por exemplo, se estrelarmos esse ovo não teremos pintainho.

Isto é para dizer que a nossa humanização não é uma fatalidade, pois depende de nós. A pessoa humana humaniza-se através de um encadeamento de opções, decisões e realizações na linha do amor.

A humanização do ser humano acontece como um processo histórico cuja lei é: “Emergência pessoal mediante relações de amor e convergência para a comunhão universal.

Em perspectivas cristãs esta comunhão universal é humano-divina graças ao acontecimento da Encarnação.

Podíamos dizer que a nossa identidade espiritual é o resultado pessoal da história que construímos com os talentos que recebemos dos outros.

É este o mistério do Homem em construção que se revela na medida em que a pessoa adquire capacidade para saborear a verdade do Homem.

A pessoa humana é um ser histórico. Faz-se, fazendo história. Para nos dizermos temos de contar uma história.

De tal modo esta tarefa é pessoal que ninguém nos pode substituir na tarefa da nossa realização.
Por outras palavras, a história pessoal que vamos construindo é, de facto, a matriz da nossa identidade espiritual e eterna.

Seremos eternamente seres com uma identidade histórica! Não estamos sozinhos nesta tarefa, pois o Espírito Santo está em nós e trabalha connosco.

Podemos ter a certeza de que Deus está tão interessado no sucesso da nossa realização como nós mesmos.

A maneira correcta de aceitar esta presença fecunda e dinâmica do Espírito Santo em nós implica contar com Deus, mas nunca tentar a Deus.

Tentar a Deus significa não fazer o que depende de nós, pretendendo que Deus nos substitua.
Deus está sempre connosco, mas nunca em nosso lugar.

Podíamos dizer que a atitude correcta neste aspecto é o seguinte: “Agir como se tudo dependesse de nós, sabendo que o essencial é obra de Deus”.

Em Comumnhão convosco
Calmeiro Matias

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