segunda-feira, 25 de agosto de 2008

DEUS E A DIGNIDADE DO HOMEM-III

III-DEUS E A CONSTRUÇÃO DO HOMEM

Como já vimos, os seres humanos começam por ser o que os outros fizeram de eles. O mais importante, no entanto, não são o que recebemos dos outros, mas o modo como o fazemos render, realizando-nos como pessoas a caminhar para Deus.

Isto quer dizer que o Homem não pode ser definido em relação ao animal, como fez Aristóteles que definiu o Homem como um animal racional.

Na verdade, o salto da hominização representa um salto de qualidade em relação ao animal.
Ao entrar no limiar a hominização, o ser humano está chamado a tomar nas mãos o processo histórico da sua humanização.

Isto quer dizer que o ser humano, para ser uma pessoa acabada, tem de tomar parte na sua própria humanização.

De facto, ninguém nos pode substituir na tarefa da nossa humanização. Nem Deus o pode fazer por nós.

À luz da bíblia, o Homem deve ser definido por referência a Deus e não em relação ao animal.
Na verdade, a Divindade é pessoas e a Humanidade também.

Deus sonhou o Homem à sua imagem e semelhança, a fim de entrar em comunhão com ele:
“Deus disse:

“Façamos o Homem à nossa imagem, à nossa semelhança, a fim de dominar sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.

Deus criou o Homem à sua imagem, criou-o à imagem de Deus. Ele os criou homem e mulher” (Gn 1, 26-27).

Depois acrescenta: “Então o Senhor Deus formou o Homem do pó da terra e insuflou-lhe pelas narinas o sopro da vida. E o Homem tornou-se num ser vivo” (Gn 2, 7).

Este sopro da vida significa um gesto especial da ternura de Deus. O texto sugere que Deus, ao criar o Homem, lhe deu um beijo.

Em consequência deste beijo, o hálito de Deus passou para o interior do Homem, fazendo deste um ser animado pelo sopro da vida divina.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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