segunda-feira, 25 de agosto de 2008

DEUS E A DIGNIDADE DO HOMEM-V

V-A LIBERDADE COMO PROCESSO

O Homem é uma obra-prima de barro em cujo interior está a emergir outra obra-prima feita de espírito.

A nossa interioridade espiritual é dinâmica. Ao nível pessoal-espiritual nada está acabado ou determinado, pois o leque de possibilidades e condicionamentos é enorme.

No coração do processo da humanização está o livre arbítrio, isto é, a capacidade psíquica de optar pelo bem ou pelo mal.

Isto quer dizer que o livre arbítrio não é ainda a liberdade, mas sim a possibilidade de a pessoa chegar a ser livre.

Deus é infinitamente livre e, no entanto, não tem livre arbítrio, pois não pode escolher pelo mal.
Na medida em que a pessoa opta pelo amor, a liberdade emerge como capacidade de a pessoa se relacionar amorosamente e interagir criativamente com as coisas e os acontecimentos.

É importante saber assumir o processo da própria realização pessoal de maneira realista, isto é, aceitando os talentos que temos e não sonhar talentos que outros têm e nós não.

Na verdade, a pessoa não acontece de modo fatal. Somos seres em processo de auto transcendência constante.

Por outras palavras, à medida que nos realizamos vamos sendo diferentes, mas sem deixar de ser as mesmas pessoas.

A identidade espiritual da pessoa humana é histórica. Para nos dizermos temos de contar uma história.

O Homem vem do animal por evolução, mas a sua vocação é construir-se à imagem e semelhança de Deus.

Na verdade somos causa de nós mesmo a partir do que recebemos dos outros. Mas como não emerge de modo fatal, o Homem tem a possibilidade de se recusar a ser, destruindo os seus possíveis de realização.

O pecado é precisamente a recusa da pessoa a ser mais humana através do amor. Apenas há pecado quando há possíveis para realizar e a pessoa recusa. Pecar é optar pelo não ser opondo-se ao amor.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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