sábado, 30 de agosto de 2008

FUNDAMENTOS BÍBLICOS DA ESPEERANÇA-IV

IV-ESPERANÇA E MATURIDADE CRISTÃ

A Carta aos Hebreus aconselha os cristãos a manter firme a esperança, a fim de terem a força necessária para enfrentar as dificuldades:

“Desejamos, porém, que cada um de vós mostre um zelo e confiança semelhantes aos dos antigos patriarcas, a fim de manter intacta a sua esperança até ao fim” (Heb 6,11).

A confiança em Deus é o suporte da nossa esperança e, portanto, a certeza de obter os dons que ele prometeu e reservou para nós diz a Carta aos Hebreus:

“Abraão, esperando com paciência, alcançou a realização da promessa” (Heb 6, 15). A fé, a esperança e o amor caminham juntas.

A esperança e a Fé concretizam-se em atitudes que configuram o jeito de viver dos que são animados pela Palavra e o Espírito Santo.

São Paulo pensa que não é possível ter uma fé sólida sem ter uma esperança e um amor em densidade igual:

“Recordamos o dinamismo da vossa fé, o esforço da vossa caridade e a constância da esperança que tendes em Nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tes 1, 3).

Na Carta aos Efésios, São Paulo diz-lhes que estes, antes da sua conversão, não pertenciam ao povo eleito.

Estavam alheios às alianças e às promessas, gente sem esperança e sem Deus no mundo” (Ef 2, 12).

A esperança é uma dimensão fundamental da pessoa em construção histórica. É pela esperança a pessoa antecipa um resultado positivo ou uma expectativa que se apresenta como promissora de um futuro bom.

É pela porta da esperança que entramos de modo criador na dimensão do futuro. Na verdade, o futuro de uma pessoa é o que lhe falta para atingir a sua plenitude.

As pessoas divinas não têm futuro, pois não são seres em realização. O mesmo acontece com as pessoas humanas que já partilham a plenitude da comunhão familiar com Deus.

Enquanto está na História, o crente não pode atingir a sua maturidade cristã sem a esperança.

Por estar alicerçada na Palavra de Deus, a esperança cristã abre a mente e o coração dos crentes para horizontes que ultrapassam o futuro histórico.

De facto, por estar alicerçada na revelação, a nossa esperança não se confunde com a utopia, essa capacidade humana de imaginar um mundo diferente.

A utopia é um sonho que idealiza uma Nova Humanidade, mas sem alicerces sólidos no presente.
O futuro, para ter alicerces sólidos, precisa de assentar sobre as colunas do passado e do presente.

Como seres históricos, as pessoas humanas, para se dizerem precisam de contar uma história com passado e presente.

Do mesmo modo, o que essa pessoa irá fazer amanhã depende em grande parte do que ela fizer hoje.

Em Comunhão convosco
Calmeiro Matias

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