quarta-feira, 13 de agosto de 2008

O HOMEM É UM MISTÉRIO QUE SE REVELA-II

II-TALHADOS PARA DEUS

É verdade que a pessoa começa por ser o que os outros fizeram dela. É dos outros que recebemos o leque inicial dos talentos ou possibilidades de realização.

Mas o verdadeiramente decisivo é o modo como a pessoa se realiza a partir do que recebeu dos outros.

Isto quer dizer que a palavra decisiva de qualquer realização pessoal é, de facto, a da própria pessoa.

É esta a razão pela qual cada pessoa se realiza de modo único, original e irrepetível. Na verdade não há duas pessoas iguais. Isto quer dizer que ninguém está a mais, pois ninguém é uma simples cópia do outro.

Ao sonhar o Homem à sua imagem e semelhança, Deus sonhou para o Homem uma plenitude que consiste na optimização do humano pelo divino.

Pelo mistério da Encarnação, Deus ofereceu-nos a possibilidade de sermos assumidos e incorporados na comunhão familiar da Santíssima Trindade.

Isto quer dizer que a fome de plenitude que levamos connosco só pode ser plenamente saciada na comunhão com Deus.

Por outras palavras, o Homem está talhado para ser divino. Pela Encarnação, a Divindade enxertou-se na Humanidade, a fim de esta ser assumida e incorporada na Família de Deus.

Ao ressuscitar, Jesus inseriu-nos na comunhão orgânica da Família Divina, possibilitando-nos uma interacção intrínseca com o Espírito Santo, tornando-se o sangue da Nova Aliança que faz circular em nós a vida divina.

O evangelho de São João diz que é este o sentido profundo da comunhão na Eucaristia (Jo 6, 62-63).

São João explicita ainda melhor esta verdade, dizendo que a carne e o sangue de Jesus rsuscitado, isto é, o Espírito Santo, faz germinar em nós a vida eterna:

“Assim como o Pai que me enviou vive e eu vivo pelo Pai, também quem me come viverá por mim. É este é o pão que desceu do Céu” (Jo 6, 57-58).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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