
É importante não confundir a Igreja com o Reino de Deus. A Igreja é sacramento, isto é, corporiza e torna visível a dinâmica do Reino a emergir na História.
Ao mesmo tempo, a Igreja é uma mediação do Espírito Santo para facilitar a génese histórica do Reino de Deus no mundo.
Na Carta aos Efésios, O Apóstolo São Paulo sublinha este papel da Igreja quando diz: A mim, o menor de todos os santos, foi-me dada a graça de anunciar aos gentios a insondável riqueza de Cristo e a todos iluminar sobre a realização do mistério escondido desde todos os séculos em Deus, o Criador de todas as coisas.
E deste modo, por meio da Igreja, é agora dada a conhecer a multiforme sabedoria de Deus, de acordo com o desígnio eterno que ele planeou em Cristo Jesus nosso Senhor” (Ef 3, 8-11).
A Igreja é sacramento. A sua missão é para a História. No Reino de Deus já não há sacramentos, mas sim a realidade explicitada na História pelos sacramentos.
O Reino de Deus, na sua plenitude, coincide com a humanidade divinizada em Cristo. Todas as pessoas estão convidadas a tomar parte no Reino de Deus.
Mas para tomar parte na festa do Reino de Deus é preciso ter a veste nupcial, isto é, ter um coração capaz de comungar fraternalmente:
“Jesus disse-lhes: “Em verdade vos digo que os cobradores de impostos e as prostitutas vão preceder-vos no Reino de Deus.
João Baptista veio até vós, ensinando-vos o caminho da justiça e não acreditastes nele. Mas os cobradores de impostos e as prostitutas acreditaram, aceitando a sua mensagem” (Mt 21, 31-32).
Na Comunhão Universal do Reino, portanto, a palavra decisiva compete ao amor.
Calmeiro Matias
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