sexta-feira, 8 de agosto de 2008

A ACÇÃO DE DEUS NA HISTÓRIA DAS PESSOAS-IV

IV-EMERGÊNCIA E PLENITUDE DO HOMEM NOVO

Como já vimos, os seres humanos nascem para renascer. Este renascimento acontece pela acção do Espírito Santo e a dinâmica das relações amorosas com os irmãos.

O mistério da vida pessoal é na sua essência um mistério de vida espiritual talhada para a comunhão amorosa.

O nosso ser exterior mede-se pelo peso. O nosso ser espiritual, pelo contrário, mede-se pela capacidade de amar e comungar.

O valor de uma pessoa não radica no que tem, mas sim no que é. A identidade definitiva de uma pessoa é constituída pelo seu jeito de amar e comungar com os irmãos.

Podemos dizer que na Comunhão Universal, o ser humano dançará eternamente o ritmo do amor com o jeito que tiver treinado na História.

É este o sentido desta fome de ser e amar que levamos connosco. Com efeito levamos no mais íntimo de nós o chamamento a transcender os limites desta nossa condição de seres inacabados e famintos de atingir a plenitude do amor.

O sentido profundo da nossa existência histórica não é apenas prolongar a vida mortal, mas sim edificar a vida eterna mediante o amor e a fidelidade aos apelos do Espírito Santo.

Por outras palavras, a nossa plenitude só pode acontecer em Deus. Dos pais recebemos a vida exterior, isto é, o nível biológico e psíquico do nosso ser.

Através do renascimento pelo Espírito e das relações de amor com os irmãos emerge e adquire a sua identidade o nosso ser espiritual.

À medida que emerge como vida espiritual, o ser humano passa a pertencer à galáxia da comunhão orgânica da das pessoas humanas com as divinas.

É a este nível que acontece o encontro universal das pessoas divinas com as humanas e todas as outras que possam existir.

O nosso ser exterior acaba no silêncio da morte ou da solidão cósmica. O nosso ser interior, pelo contrário, está chamado à plenitude amorosa da Santíssima Trindade.

O nosso ser interior é o santuário que não foi construído pela mão do homem, mas sim pelo Espírito Santo.

É neste santuário que Deus habita e se torna o Emanuel, isto é, o Deus connosco.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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