
Os Apóstolos esperavam ser convivas da corte do Messias e ocupar aí os primeiros lugares (Mc 10, 35-45).
Jesus, pelo contrário, nunca confundiu o Reino de Deus com os reinos dos homens. Para ele, o Reino de Deus acontece ao nível da renovação dos corações e da libertação que impede a emergência e o respeito da dignidade humana.
Por isso, diz o evangelho de São João, é preciso nascer de novo para entrar no Reino de Deus:
“Quem não nasce do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. O que nasce da carne é carne, o que nasce do Espírito é Espírito” (Jo 3, 5-6).
O Reino de Deus implica decisão e fidelidade à vontade de Deus, a qual coincide rigorosamente com o que é melhor para nós:
“Quem lança mão do arado e olha para trás não é apto para o Reino de Deus” (Lc 9, 62).
Ou então:
“Se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos Céus” (Mt 5, 20).
O Livro dos Actos dos Apóstolos diz que São Paulo, depois da sua conversão, passou a vida a anunciar o Reino de Deus (Act 28, 31).
Segundo o testemunho dos evangelhos, os Apóstolos só começara a ter uma ideia clara do Reino de Deus depois da ressurreição do Senhor.
Antes, diz Jesus no evangelho de São Mateus, os apóstolos apenas entendiam a realidade do Reino de Deus segundo os critérios da carne (mundo judaico) e não segundo os critérios de Deus (Mt 16, 23).
A acção messiânica de Jesus inicia o Reino. Mas este só atinge a fase da plenitude com o acontecimento da Ressurreição.
O Reino de Deus é constituído pela comunhão universal da Humanidade com a Divindade.
Isto quer dizer que o Reino de Deus é o ponto mais alto do Plano Salvador de Deus para a Humanidade.
Calmeiro Matias
Sem comentários:
Enviar um comentário