quarta-feira, 13 de agosto de 2008

O HOMEM É UM MISTÉRIO QUE SE REVELA-IV


IV-DEUS E O BEIJO DA VIDA

A incorporação dos seres humanos na Família da Santíssima Trindade acontece porque estamos moldados de modo a encontrar a plenitude em Deus.

Enquanto fazia os preparativos para criar o Homem, Deus deu um beijo no barro primordial do qual ia sair o Homem.

Nesse momento, diz o Livro do Génesis, o hálito da vida divina, isto é, o Espírito Santo, passou para o interior do barro e o Homem torna-se barro com coração (Gn 2, 7).

Animado pela força interior do Espírito Santo, o barro foi-se humanizando de modo gradual e progressivo.

Com o acontecimento de Cristo, a marcha da humanização deu um salto de qualidade, pois atingiu o limiar da divinização.

Com efeito, diz São Paulo, a plenitude dos tempos, isto é, a fase dos acabamentos do Homem é iniciada com Cristo e nós somos incorporados na Família de Deus.

Eis as palavras de São Paulo: “Mas quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho nascido de uma mulher, nascido sob o domínio da Lei de Moisés.

Deste modo, Deus resgatou os que se encontravam sob o domínio da Lei, a fim de estes receberem a adopção de filhos.

E porque somos filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho que, no nosso interior, clama: “Abba, Papá”.

Deste modo, já não somos escravos mas filhos. Ora, se somos filhos também somos herdeiros pela graça de Deus” (Gal 4, 4-7).

Com o acontecimento da Encarnação, Deus deu um segundo beijo ao Homem, possibilitando a sua divinização.

Na verdade, o divino enxertou-se no humano pelo acontecimento da Encarnação, dando-nos o poder de nos tornarmos filhos de Deus (Jo 1, 12-14).

Estes dois beijos ao Homem representam os dois momentos decisivos do plano de Deus para o Homem: a criação e a salvação humana.

O beijo de Deus Pai, no princípio da criação, inicia a dinâmica da nossa humanização. O beijo de Deus Filho, na plenitude dos tempos, inicia o processo da nossa divinização (Jo 6, 57-58).

O primeiro beijo significa a intervenção especial de Deus na criação do Homem. O segundo, significa a plenitude do Homem assumido e incorporado na comunhão familiar da Santíssima Trindade.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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