quarta-feira, 13 de agosto de 2008

O HOMEM É UM MISTÉRIO QUE SE REVELA-II

I-SERES FAMINTOS DE PLENITUDE

Os seres humanos levam consigo uma fome imensa de plenitude. À medida que amadurecemos, vamo-nos dando conta que esta fome de felicidade e plenitude só pode ser saciada através do amor.

Com efeito, o amor é a força que impele o processo de emergência e amadurecimento da pessoa humana.

Em primeiro lugar, precisamos do amor dos outros para sermos capazes de amar. Depois, precisamos de amar para atingirmos a nossa plenitude pessoal.

Na verdade, as pessoas estão telhadas para a reciprocidade amorosa. Isto quer dizer que a pessoa se possui na medida em que se dá.

Estamos, de facto, talhados para o dom. Não é difícil entender como o amor dos outros nos dá segurança.

Ao mesmo tempo sentimos que o nosso amor aos demais ajuda-os a crescer como pessoas e, ao mesmo tempo, faz desabrochar a alegria e a paz no nosso coração.

Estas experiências fazem-nos compreender que a pessoa que se dá não se perde. Pelo contrário, encontra-se e possui-se.

Não é difícil entender como a realidade mais profunda do ser humano é um mistério, isto é, uma realidade não evidente, mas que se vai revelando de modo gradual e progressivo.

De facto, a verdade mais profunda das pessoas não é evidente, mas vai-se revelando pouco a pouco através das relações.

As pessoas humanas, por vezes, distorcem o sentido da fome profunda de amor que levam dentro.

Uma maneira de iludir esta fome de plenitude que levamos connosco, é a fuga para o mundo exterior, procurando a felicidade no dinheiro, no poder, no álcool, nas drogas ou no sexo sem amor.

Mas a experiência encarrega-se de nos ensinar que estas fugas não só não ajudam a encontrar a felicidade, como bloqueiam a nossa realização pessoal.

É importante termos consciência de que a fome de felicidade que levamos connosco tem uma direcção e um sentido espiritual.

Além da sua dimensão corporal, a pessoa é um ser que se estrutura progressivamente como ser espiritual livre, consciente, responsável e capaz de amar.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias



Sem comentários: