
Segundo o evangelho de São João, o Espírito Santo é a Água Viva que faz emergir em nós a vida eterna (Jo 7, 37-39; cf. 4, 14).
O dom do Espírito, afinal, é o grande dom que Jesus tinha reservado para nós quando chegasse a sua hora, isto é o momento da sua morte e ressurreição (Jo 2,4).
Quando chegou a hora de Jesus, acrescenta São João, o dom do Espírito Santo saiu do coração de Jesus para nós em forma de Água Viva e de Sangue da Nova Aliança:
“Ao chegarem a Jesus, vendo que já estava morto, os soldados não lhe quebraram as pernas.
Mas um dos soldados abriu-lhe o peito com uma lança e logo brotou Sangue e Água” (Jo 19, 33-35).
O sacramento da Eucaristia exprime este mistério da nossa união orgânica e dinâmica com Cristo ressuscitado pela acção vivificante do Espírito Santo.
São Paulo diz que fomos baptizados num mesmo Espírito, a fim de fazermos um só corpo (1 Cor 12, 13).
O Espírito Santo é, pois, o alimento que nos dá a vida nova e faz de nós corpo de Cristo (1 Cor 10, 17; 12, 27).
Vista à luz da fé, a fome de plenitude que levamos connosco é um chamamento ao amor. Na verdade, Deus é amor e só ele pode preencher a fome de felicidade que levamos connosco.
Não fomos feitos para estar sós, pois estamos talhados para a comunhão. Na visão bíblica, a morte espiritual é igual a solidão radical. É isto o que, em linguagem cristã, se chama inferno.
Jesus Cristo, ao ressuscitar, abre-nos as portas para a comunhão intrínseca com o Espírito Santo.
Isto quer dizer que, graças a Cristo ressuscitado, os seres humanos interagem com a pessoa do Espírito Santo no mais íntimo do seu coração.
Com seu jeito maternal de amar, o Espírito Santo gera em nós uma vida nova. O evangelho de São João diz que temos de nascer de novo pela Água e pelo Espírito Santo, pois o nasce da carne é carne e nós estamos chamados a ser membros da Família de Deus (Jo 3,3-6).
Calmeiro Matias
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