
Partindo da sua experiência pascal, São Paulo tenta descrever para os Coríntios a condição dos ressuscitados:
“Assim também acontece com a ressurreição dos mortos: Semeado corruptível, o corpo ressuscita incorruptível. Semeado na desonra é ressuscitado na glória.
Semeado na fraqueza, é ressuscitado cheio de força. Semeado corpo terreno, é ressuscitado corpo espiritual.
Com efeito, se há um corpo terreno, também há um corpo espiritual. Assim está escrito: o primeiro homem, Adão, foi feito um ser vivente. O último Adão é um espírito vivificante.
Mas primeiro foi o terreno, não o espiritual. Este vem depois. O primeiro homem, tirado da terra, é terreno. O segundo vem do Céu.
Tal como era o terreno assim são os terrenos. Tal como é o celeste, assim serão os celestes.
Digo-vos, irmãos, a carne e o sangue não podem herdar o Reino de Deus.
Do mesmo modo, a corruptibilidade não pode herdar a incorruptibilidade” (1 Cor 15, 42-50).
“Se Cristo não ressuscitou que ganham os que se fazem baptizar pelos mortos? Se de facto os mortos não ressuscitam porque se baptizam eles?” (1 Cor 15, 29).
Trata-se de uma prática existente em algumas comunidades, a fim de sufragar os catecúmenos falecidos.
“Tem sempre presente Jesus Cristo, ressuscitado de entre os mortos e nascido da linhagem de David, segundo o meu evangelho” (2 Tim 2,8).
Nesta mesma linha de pensamento, a Carta aos Romanos diz que Jesus, nascido de David segundo a carne, foi constituído filho de Deus, isto é, Messias, o rei ungido com o Espírito Santo e entronizado no momento da sua ressurreição de entre os mortos (Rm 1, 3-5).
Como é que Paulo sabia isto? Pelas escrituras e os profetas (cf. 2 Sam 7, 12-16; Sal 2, 6-7). Em relação à segunda vinda de Cristo, os cristãos estão seguros, pois esse será para os crentes o dia da salvação e não o dia da ira:
“Quem irá acusar os eleitos de Deus, se é o próprio Deus quem nos justifica? Quem irá condená-los? Jesus Cristo que morreu e ainda mais, que ressuscitou e, sentado à direita de Deus intercede por nós?” (Rm 8, 33-34).
E ainda: “Se morremos com Cristo, acreditamos que também viveremos com ele. Sabemos que Cristo ressuscitado de entre os mortos já não morre mais. Na verdade, a morte já não tem mais domínio sobre ele” (Rm 6, 8).
Estamos organicamente unidos a Cristo, como os ramos da videira estão unidos à cepa, diz o evangelho de São João (Jo 15, 1-7).
Isto significa que a nossa ressurreição é uma participação da ressurreição de Cristo.
Calmeiro Matias
Sem comentários:
Enviar um comentário