
Isto quer dizer que o ser humano não é incorporado de modo isolado na Família Divina. Jesus explicou isto de modo muito claro com a imagem da videira, dizendo que ele é a cepa da videira da qual nós somos os ramos.
Nós apenas participamos da comunhão familiar de Deus na medida em que estejamos organicamente unidos à cepa.
Quanto mais humanizada estiver uma pessoa menos trem a pretensão de ser a medida dos outros.
Por isso também se sente agradecida para com os demais sempre que estes a aceitam na sua originalidade e diferença.
A pessoa que passa a vida a tentar manipular e controlar os outros nunca conseguirá atingir uma grande maturidade e uma verdadeira profundidade pessoal.
A pessoa que tenta impedir a originalidade dos outros está a impedir que a Humanidade possa emergir nessas pessoas com a sua novidade.
Na verdade, a Humanidade não existe em abstracto, mas está a emergir de modo único, original e irrepetível no concreto da cada ser humano.
Por outras palavras, o núcleo da emergência histórica da Humanidade é o coração de cada ser humano e emergir de modo livre, consciente e responsável.
As pessoas que põem o amor e a fraternidade em primeiro plano são realmente, grandes arquitectos da emergência histórica da Humanidade.
Isto quer dizer que a pessoa que aceita o outro, apesar dos seus defeitos e limitações está a dar passos largos na tarefa da sua humanização.
Quanto mais adulta a pessoa se torna mais compreende que é desumano alimentar ressentimentos ou planos de vingança em relação aos outros.
A pessoa humanizada é uma habitação privilegiada da Sabedoria do Espírito Santo.
Por isso nunca cai na tentação vil de dar coisas aos outros para os amarrar.
São Paulo diz que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5,5).
Noutra passagem diz que onde está o Espírito Santo aí está a liberdade:
“Por nós mesmos não somos capazes de nada. A nossa capacidade vem de Deus. É Deus quem nos capacita para sermos ministros de uma Nova Aliança, não da letra, mas do Espírito Santo.
Na verdade, a letra mata, mas o Espírito Santo dá-nos a vida” (2 Cor 3, 5-6). O Espírito Santo, com seu jeito maternal de amar ajuda-nos a avançar de modo seguro na arte delicada da nossa humanização, condição essencial para sermos divinizados com Cristo.
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