sábado, 14 de junho de 2008

A ARTE DE SER E CRESCER COMO PESSOA-III

III-A ARTE DE CRESCER COMO PESSOA

O Ser humano não pode humanizar-se sem os outros. É verdade que os demais não nos podem, substituir na tarefa da nossa realização, mas a pessoa só pode personalizar-se em dinâmica de relações fraternas.

As pessoas demasiado enredadas no seu egoísmo tornam-se incapazes de sintonizar e comungar com os outros.

À medida que se humaniza, a pessoa torna-se capaz de reconhecer os seus erros. Além disso, sabe que apenas o amor pode curar as feridas que o pecado abriu no seu coração e no coração dos irmãos.

À medida que cresce na capacidade de se relacionar de modo fraterno, a pessoa deixa de estar sempre a deitar para cima dos outros as culpas dos seus erros e fracassos.

A pessoa que está sempre a criticar não cresceu muito em humanização. Estas pessoas, no fundo, estão a fugir de si e, muitas vezes, a projectar os próprios defeitos nos irmãos.

À medida que se humaniza, a pessoa procura fazer da amabilidade e da serenidade o modo de se aproximar dos demais.

Mas isto não significa que não seja forte e firme quando estão em causa valores fundamentais.
Procedendo assim, a pessoa está a preparar o seu coração para receber a bênção prometida por Jesus aos mansos, quando disse que estes possuirão a terra (Mt 5, 5).

Podemos dizer que a amabilidade é a arte de desmontar as setas da agressividade com que os outros pretendem magoar-nos ou destruir-nos.

À medida que cresce como pessoa, o ser humano adquire a sabedoria que o capacita para dar a primazia ao outro, evitando relacionar-se sempre numa atitude de competição.

A pessoa amadurecida tem a sabedoria necessária para discernir sobre os momentos oportunos para falar e as ocasiões em que é melhor calar e escutar.

É um excelente sinal de maturidade e crescimento humano evitar discussões inúteis que só servem para exaltar os ânimos.

É um excelente sinal de sabedoria e humanização saber reconhecer quando o outro tem razão.
A pessoa sábia procura pôr a sua inteligência e vontade ao serviço do amor.

Além disso, tem consciência de que, ao romper com o amor, está a romper com Deus, pois Deus é amor, como diz a Primeira Carta de São João (1 Jo 4, 7-8; 16).

É verdade que, ao romper com Deus, não estamos a impedir que ele continue a amar-nos, pois o amor de Deus é incondicional.

Mas temos de ter consciência de que, apesar de não conseguirmos impedir que Deus nos ame, podemos impedir a comunhão ele.

De facto, a comunhão assenta na reciprocidade amorosa e não num amor unidireccional. Por outras palavras, o amor pode ter uma só direcção, mas a comunhão só pode acontecer quando o amor acontece em dinâmica de reciprocidade.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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