terça-feira, 10 de junho de 2008

O MISTÉRIO DA PESSOA HUMANA-I

I-A PESSOA É UM SER ÚNICO E IRREPETÍVEL

A realidade humana não se esgota no somatório das pessoas isoladas. Na verdade, a plenitude da pessoa não está em si, mas na comunidade social.

Podemos dizer que a realidade humana assenta em dois pilares complementares: a pessoa e a sociedade.

Na pessoa acontece a Humanidade como processo de emergência única, original e irrepetível.
À medida que emerge, a pessoa constitui-se como ser livre, consciente e responsável.

A plenitude da Humanidade, no entanto, não está nas pessoas isoladas, mas na Comunhão Universal, a qual acontece como união orgânica e dinâmica.

A Humanidade é, realmente, uma realidade concebida à imagem e semelhança de Deus. Se quisermos utilizar a imagem bíblica do barro, diríamos que o Homem é uma obra-prima feita de barro, em cuja interioridade está a emergir outra obra-prima feita de espírito.

Podemos dizer que o nosso ser interior está a emergir de modo gradual e progressivo como interioridade pessoal livre, consciente, responsável e capaz de amar.

O nosso ser exterior ou individual é a matriz. O nosso ser interior ou pessoal emerge dentro do nosso exterior como o pintainho dentro do ovo.

Começamos por ser o que os outros fizeram de nós. Não escolhemos a raça, a nacionalidade, a língua ou o século em que queríamos viver.

Tudo isto nos foi dado e constitui a matéria-prima de que dispomos para nos construirmos.
O evangelho de São Mateus chama a esta matéria-prima os talentos.

Em relação aos talentos os seres humanos são todos diferentes. É por esta razão que cada pessoa emerge e se estrutura de modo único, original e irrepetível.

A pessoa humana é um ser alicerçado na sua unicidade, mas talhado para a reciprocidade da comunhão amorosa.

Com efeito, as pessoas humanas estão talhadas para convergirem num ponto comum com todas as outras: o amor.

Emergir como pessoa significa, portanto crescer em densidade espiritual e capacidade de interagir amorosamente. A plenitude da pessoa, portanto, não está em si, mas na comunhão amorosa.

A lei da humanização é esta: “Emergência pessoal mediante relações de amor e convergência para a comunhão universal.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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