
Jesus disse aos Apóstolos que só após a sua ressurreição atingiriam a raiz mais profunda da verdade, graças à acção do Espírito Santo neles:
“Tenho ainda muitas coisas para vos dizer, mas não sois capazes de as compreender por agora.
Quando ele vier, o Espírito da Verdade, há-de guiar-vos para a Verdade completa” (Jo 16, 12-13).
Esta resposta não a deu Jesus a Pilatos, pois este pertencia aos senhores do mundo, os quais não têm acesso pleno à verdade.
Para a bíblia, a verdade não se reduz a um conjunto de enunciados doutrinais ou um conjunto de conceitos teóricos.
A verdade acontece em dinâmica de relações. Trata-se, não apenas de compreensão, mas também de enunciação e, portanto, de interacção.
Podemos dizer que as relações de amor são o fundamento em que se alicerça a verdade. Jesus disse aos judeus que acreditaram nele:
“ Se permanecerdes na minha Palavra sereis meus discípulos. Conhecereis a verdade e a verdade vos tornará livres” (Jo 8, 31-32).
Como Palavra de Deus, Jesus é o eco da mensagem de amor de Deus Pai para nós. O evangelho de São João diz que a graça e a verdade nos vieram por Jesus Cristo (Jo 1, 14. 17).
A graça é, naturalmente o dom do Espírito que nos dá a vida Nova. Por outro lado, a verdade é a Palavra que, no evangelho de São João se identifica com o próprio Jesus Cristo (Jo 1, 1-3).
A primeira Carta de Pedro diz que a Palavra da Verdade nos purifica do pecado (1 Pd 1, 22). Jesus garante aos discípulos que eles estão limpos graças à Palavra que lhes foi comunicada e eles acolheram:
“Quem tomou banho não precisa de lavar senão os pés, pois está todo limpo. Vós estais limpos, devido à Palavra que vos anunciei. Mas nem todos estais limpos” (Jo 13, 10).
Quem age de acordo com a verdade aproxima-se da luz, a fim de que as suas obras possam ser vistas, pois são feitas em Deus (Jo 3, 21).
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