
Graças ao acontecimento da Encarnação, a Humanidade e a Divindade ficaram definitivamente unidas.
As pessoas humanas não são ilhas. As divinas também não. Por outras palavras, a plenitude da pessoa não está em si, mas na reciprocidade da comunhão.
É por esta razão que a Humanidade, tal como a Divindade, formam uma união orgânica. Na verdade, a Humanidade é constituída por pessoas e a Divindade também.
Olhando o mistério da pessoa nesta perspectiva bíblica, torna-se claro que o ser humano é solidário com a Humanidade tanto no bem que faz como no mal.
Esta maneira de entender as coisas aparece muito clara no livro do profeta Isaías. O profeta faz uma leitura dramática do exílio do Povo de Deus na Babilónia.
Para Isaías é sobretudo chocante o facto de, na Babilónia, haver justos que estão a passar por situações de grande sofrimento (Is 52, 13-53, 12).
Até este período o povo bíblico pensava que os justos não podiam sofrer, pois Deus é justo e não vai provocar sofrimentos aos justos, pois estes realizam de modo fiel a vontade de Deus.
Neste período pensava-se que Deus era o autor do sofrimento. Nesta perspectiva, o sofrimento das pessoas humanas era expressamente provocado por Deus, a fim de as punir das suas infidelidades e pecados.
Segundo esta maneira de ver as coisas, é normal que Deus não envie sofrimentos aos pecadores, a fim de o punir das suas maldades.
Calmeiro Matias
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