sexta-feira, 26 de setembro de 2008

CRISTO COMO INÍCIO E PLENITUDE DACRIAÇÃO-III

III-CRISTO COMO PRINCÍPIO E FIM DA CRIAÇÃO

São Paulo, inspirando-se na presença da Sabedoria nos primórdios da Criação, diz que Cristo é a Sabedoria de Deus que esteve presente na dinâmica criadora do Universo.

Jesus Cristo é o princípio, o centro e o fim da Criação (Col 1, 15-20). Adão foi sonhado por Deus para ser o medianeiro entre Deus e a Criação.

Adão foi infiel à sua missão. Jesus, o novo Adão, é a imagem perfeita de Deus (Col 1, 15; Flp 2, 6).
Ele é, de facto, a Sabedoria de Deus (Col 1, 24; 30). A Sabedoria tinha uma função arquétipa (forma virtual da realidade que viria a ser criada).

A sua presença junto de Deus tinha uma função inspiradora (Prov 8, 22). Agora, Cristo é igualmente visto como forma primordial e modelo da acção criadora de Deus. Ele é o primogénito da Criação.

Por outras palavras, Jesus Cristo é o ponto de encontro entre Deus e a Criação. Ele é a causa exemplar e inspiradora do projecto criador de Deus.

Ele é também, acrescenta São Paulo, a plenitude e a cabeça da Nova Criação: “Todos os que estão em Cristo são uma Nova Criação. Passaram as coisas velhas.

Tudo isto se deve ao facto de Deus ter reconciliado consigo a criação por intermédio de Cristo, não levando mais em conta os pecados dos homens” (1 Cor 5, 17-19).

Cristo é o ícone (imagem) de Deus. Por isso é a causa exemplar e o padrão do projecto de Deus para a Humanidade (Col 1, 1-16; cf. Sb 9, 1-2).

Isto quer dizer que Deus, ao iniciar a marcha da criação, já tinha presente a plenitude da salvação em Cristo.

É neste sentido que a Carta aos Colossenses diz que “tudo foi criado nele e para ele “ (Col 1, 16b).
Logo no início da criação, Deus inspira-se na plenitude do projecto. Esta plenitude acontece em Cristo ressuscitado (1 Cor 8, 6; Rm 11, 36).

Olhada à luz da revelação de Deus, a Criação é cristocêntrica. Adquire o seu sentido pleno em Cristo ressuscitado.

Devido à sua infidelidade Adão desorientou a Criação, conduzindo-a para o caminho do fracasso.
Cristo é o novo Adão, o recriador e restaurador desta Criação distorcida (Rm 5, 15-17).

Com Jesus Cristo a criação entrou na sua última fase. Chegou a plenitude dos tempos. A Humanidade entrou na fase da sua divinização.

Cristo libertou-nos, a fim de sermos livres. Jesus Cristo veio para nos conduzir à liberdade (Gal 5, 1; 5, 13).

Deus fez de nós condutores da marcha criadora, diz São Paulo: Tudo é vosso. Vós sois de Cristo e Cristo é de Deus (1 Cor 3, 21-23).

O prólogo do evangelho de João representa o cume da Cristologia do Novo Testamento. Mas é também um testemunho fundamental de fé na criação.

São João, ao escrever o prólogo do seu evangelho tinha a intenção de conferir um sentido de plenitude ao relato do Génesis sobre a Criação.

Por isso ele inicia o seu prólogo com as mesmas palavras com que o Génesis inicia o relato da criação: “No princípio” (Jo 1,1; cf. Gn 1, 1).

Tal como acontece no Livro do Génesis, também no prólogo do evangelho de São João a criação é obra da Palavra (Jo 1,3).

Tal como no Livro do Génesis surge o confronto e oposição da luz e das trevas (Jo 1, 4-5).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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