O ser humano faz-se bom, fazendo o bem, isto é, agindo de acordo com as interpelações do amor, tal como estas surgem na nossa consciência.
As propostas que nos são feitas no sentido de agir de acordo com o amor surgem como apelos no íntimo da nossa consciência.
Agir de acordo com a consciência é, basicamente, responder sim aos valores que os outros nos transmitiram e agir de acordo com a voz de Deus que se faz ouvir na nossa consciência.
Podemos dizer que a nossa consciência é o ponto de encontro com Deus e os outros. Os outros tornam-se presentes na nossa consciência através dos valores que foram inscrevendo em nós mediante o processo educativo.
O Espírito Santo, por sua vez, é uma presença constante que, no nosso íntimo nos convida a ser dom para os irmãos no concreto das situações.
Podemos estar seguros que o Espírito Santo nos ama e aceita assim como somos. Nunca nos pede para ir além das nossas possibilidades.
Mas a pessoa não é apenas fidelidade. Tem também a possibilidade de se recusar a ser dom.
Neste caso, em vez de se realizar como pessoa e facilitar a realização dos outros, o ser humano torna-se uma força de bloqueio na marcha da humanização.
Quando aceitamos ser dom para os outros estamos a ser fieis a Deus que nos chama a fazer render os nossos talentos.
Além disso, estamos a ser fieis àqueles que tendo-nos amado, nos capacitaram para amar. Finalmente, estamos a realizar-nos como pessoas e a possibilitar a realização dos outros.
Portanto, o amor dos outros não nos realiza, mas dá-nos a possibilidade de nos realizarmos, tornando-nos dom para os outros.
Isto quer dizer que, em princípio, ao encontrar-nos com o outro temos a possibilidade de ser dom.
Mas isto não é uma fatalidade, pois o outro também nos pode impedir a realização desta possibilidade de sermos dom para ele.
Não podemos ignorar a realidade do pecado, o qual actua como um conjunto de forças e atitudes bloqueadoras do amor.
Mas sempre que os nossos encontros com os outros são gnificativos, o Espírito Santo começa a actuar na nossa consciência, interpelando-nos a ser dom na medida em que estejamos possibilitados.
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