terça-feira, 9 de setembro de 2008

O AMOR COMO ALICERCE DA CRIAÇÃO-IV

IV- AMOR E DIVINIZAÇÃO DO HOMEM

A vida pessoal ou é divina ou proporcional à Divindade. É por esta razão que Deus sonhou a divinização como plenitude do Homem.

A veste nupcial para a pessoa tomar parte nesta festa da plenitude divina é o seu jeito de amar e comungar.

Não se trata de uma realidade física mas espiritual. A densidade espiritual de uma pessoa mede-se pela capacidade de interagir amorosamente com os outros.

Trata-se de uma realidade espiritual que não se pesa ao quilo, não se avalia pelo volume, não se mede ao metro, nem se analisa pelo cálculo das superfícies.

Para conhecer a qualidade e a grandeza da vida espiritual de uma pessoa basta analisar o seu jeito de amar.

É por esta razão que, no Reino de Deus, as pessoas são todas evidentes umas para as outras.
Na situação presente, as pessoas não são evidentes, mas revelam-se pouco a pouco através das relações com os outros.

Podemos dizer que a identidade espiritual de uma pessoa consiste no seu jeito de amar. Por outras palavras, a pessoa estará presente na festa da Família de Deus, com o jeito de amar que tiver adquirido enquanto viveu na História.

O amor é, portanto, o critério definitivo. O ser humano está a caminhar para a plena reciprocidade onde cada pessoa se possui na medida em que se dá.

Ao dar-se, a pessoa não se perde. Pelo contrário, encontra-se na plenitude da comunhão com pessoas humanas e as divinas.

Através do amor, Deus recria e conduz o Homem à plenitude da comunhão do Reino. Eis as palavras do Apocalipse: “O que estava sentado no trono disse:

“Eis que renovo todas as coisas (...). Depois acrescentou: “Eu sou o Alfa e o Ómega, o princípio e o fim (Apc 21, 5-6).

Será eternamente mais divino quem mais se humanizar na história em dinâmica de amor.
“Dei-lhes a conhecer o teu nome, Pai Santo, e dá-lo-ei a conhecer ainda mais, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles e eu também esteja neles (Jo 17, 26).

O Espírito Santo que habita no nosso coração vai-nos configurando com Cristo. São Paulo diz que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).

Agora já podemos compreender a razão pela qual Jesus aboliu todas as normas e preceitos da Lei de Moisés reduzindo-os a um só mandamento.

Eis as palavras de Jesus: “Este é meu mandamento: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.
Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos” (Jo 15, 12- 13).

Amar é eleger o outro como alvo de bem-querer, aceitando-o, apesar de ser original e agir de modo a facilitar a sua felicidade.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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