segunda-feira, 31 de março de 2008

O CRISTÃO E O SENTIDO DA VIDA-III

III-INCORPORADOS EM DEUS

Graças ao facto de formarmos uma união orgânica com Cristo, nós somos já membros da Família de Deus.

Ao criar-nos à sua imagem e semelhança, Deus talhou-nos para sermos membros da Família divina.

A nossa divinização acontece, pois mediante a assunção e incorporação orgânica na comunhão familiar da Santíssima Trindade.

É este o sentido profundo da vida humana, quando é saboreada à luz da fé cristã. No entanto, não devemos pensar que Deus nos substitui, pois ele apenas diviniza o que o Homem Humaniza.

A grande tarefa do Homem, isto é, a sua vocação primeira, é a sua humanização. A nossa humanização, por ser a nossa vocação primeira, ninguém a pode realizar por nós.

De facto, começamos por ser aquilo que os outros fizeram de nós. Dos outros recebemos os talentos ou possibilidades de realização. Mas o mais importante não são os talentos que recebemos, mas a maneira como os fazemos render.

A lei da humanização é: Emergência pessoal mediante relações de amor e convergência para a Comunhão Universal.

A pessoa é, portanto, um ser em construção. Quanto mais se realiza mais converge para o todo orgânico que é a Humanidade.

Esta constitui-se como um entretecido relacional onde a riqueza de cada pessoa circula pela totalidade humana.

É a força do Amor que faz emergir a pessoa. Só entramos de modo activo na Comunhão Universal na medida em que emergimos mediante atitudes, escolhas e opções de amor.

Encontra-se na plenitude e saboreia o infinito da comunhão humano-divina, graças ao dom de todos a circular por todos.

Os que recusam de maneira sistemática o chamamento do amor enroscam-se de modo progressivo sobre si mesmos, ficando reduzidos a si.

É esta a situação de inferno, pois a plenitude da pessoa não está em si, mas na comunhão amorosa.

No estado de inferno, a pessoa fica totalmente reduzida a si, pois todas as portas da comunhão foram encerradas.

Neste estado de morte eterna, a pessoa está incapacitada para receber e comunicar mensagens de comunhão e amor.

Por outras palavras, na situação de inferno, a pessoa está incapacitada para qualquer reciprocidade amorosa.

Na situação de inferno, a pessoa não tem quem lhe diga: “Gosto muito de ti”. “Dá-me a tua mão e vamos fazer uma festa”.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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