quarta-feira, 19 de março de 2008

ELEITOS COMO FILHOS POR DEUS PAI-III

III-FILIAÇÃO DIVINA E PLENITUDE

O ser humano leva dentro de si uma fome enorme de plenitude amorosa. Todos desejamos ultrapassar o que nos limita e vencer a solidão que nos asfixia, entrando na esfera de uma comunhão sem limites nem ameaças.

Na verdade é esta a meta que nos aguarde devido ao facto de sermos filhos de Deus. Por outras palavras, esta fome profunda que levamos no nosso íntimo corresponde à plenitude que Deus sonhou para nós.

Só a incorporação definitiva na Família Divina preencherá esta fome de plenitude e felicidade.
Graças ao dom do Espírito Santo que nos vem de Cristo ressuscitado, já a estamos a ser incorporados de modo gradual e progressivo na comunhão orgânica da Santíssima Trindade.

Por outras palavras, vamos sendo divinizados à medida em que nos vamos humanizando. Será eternamente mais divino quem mais se humanizar agora.

Humanizar-se é emergir como pessoa mediante relações de amor e convergir para a Comunhão Universal do Reino de Deus.

A nossa divinização é um dom gratuito, mas acontece na proporção da nossa humanização.
A construção da pessoa é a construção de um ser livre.

Deus criou-nos como seres capazes de nos criar, colaborando com a sua plano criador. É esta a raiz da nossa dignidade de pessoas livres, conscientes, responsáveis, únicas, originais e irrepetíveis.

A nossa inserção na Família de Deus é, pois, um caminho que temos de percorrer em união com a acção do Espírito Santo que nos vai fazendo nascer de novo (Jo 3, 3-6).

É verdade que enquanto estivermos em génese histórica não podemos saborear de modo perfeito esta comunhão familiar humano-divina.

Mas graças ao dom da revelação nós sabemos que a aspiração de plenitude que levamos dentro corresponde a uma meta que Deus sonhou para nós.

A consciência desta nossa vocação fundamental é um apelo a não desfalecer na tarefa da humanização que implica morte ao homem velho e nascimento do Homem Novo (2 Cor 5, 17.19).

A meta da nossa realização história é, pois a Comunhão do Reino de Deus cujo coração é a comunhão da Santíssima Trindade.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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